terça-feira, 3 de novembro de 2015

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Sob batuta de interino "mágico", Gladbach renasce na temporada

Após péssimo início de temporada, com cinco derrotas no Campeonato Alemão, 
time acumula seis vitórias seguidas e busca confirmar boa fase na Champions

Por Rio de Janeiro
André Schubert Borussia Mönchengladbach (Foto: EFE)André Schubert, técnico interino do Borussia Mönchengladbach na temporada (Foto: EFE)
A temporada europeia não chegou na metade, mas nos lados de Mönchengladbach, na Alemanha, parece que muito mais passou. Na verdade, a sensação é de que duas temporadas aconteceram no curto período entre julho e novembro no Borussia. Primeiro, as trevas: cinco derrotas seguidas no Campeonato Alemão e a saída do admirado técnico Lucien Favre. Então, com um interino – André Schubert -, tudo clareou: seis triunfos consecutivos e uma nova confiança que fazem que a equipe germânica enfrente o Juventus, nesta terça-feira, pela quarta rodada da Liga dos Campeões, às 16h45 (de Brasília), em casa, sonhando com a classificação, mesmo estando na lanterna do Grupo D - o GloboEsporte.com acompanha em Tempo Real.
É difícil entender como o Borussia começou tão mal - e também como se recuperou tão rápido. O elenco pouco mudou. Depois de terminar em terceiro lugar na última Bundesliga, o clube conseguiu resistir ao mercado europeu, sempre ávido para contratar destaques de times de menor investimento. Apenas dois jogadores de destaque foram embora: volante Kramer e o atacante Kruse. Mesmo assim, o conjunto mantido nem de longe parecia aquele que estabeleceu a equipe como uma das forças da Alemanha. 
Ao todo, foram seis derrotas seguidas: cinco no Campeonato Alemão e uma na estreia da Champions, contra o Sevilla. Em 20 de setembro, Lucien Favre desistiu: pediu demissão, alegando que não se sentia mais como o nome ideal para guiar o Borussia. Justo ele, o treinador que assumiu em 2011 para salvar o time do rebaixamento e comandar um processo de recuperação que levou o clube à Liga dos Campeões. 
- Foi um baque para todos nós. Ninguém esperava que ele tomasse essa decisão, mas faz parte do futebol. Aconteceu, e tivemos que seguir em frente. Alguma coisa tinha que ser mudada. Infelizmente, foi na parte técnica – lembrou o atacante Raffael. 
Lucien Favre (Foto: Getty Images)Lucien Favre, ex-técnico do Borussia Mönchengladbach (Foto: Getty Images)
Novo técnico, novo time
O curioso é que, com sua saída, Favre aumentou sua lista de serviços prestados ao Borussia. Enquanto a diretoria, desesperada com a saída de uma referência, buscava um substituto –chegou a ser rejeitada por Jürgen Klopp -, o interino André Schubert assumiu. E o time mudou completamente. 
- Mudou a postura do time. A gente sabia que estava vacilando em alguns aspectos. Mas sabíamos do nosso potencial. Todo mundo pôs na cabeça que podemos fazer melhor. A confiança voltou, e todo mundo está determinado a fazer seu trabalho – analisou Raffael.
Raffael Borussia Mönchengladbach (Foto: EFE)Raffael, à direita, vive boa fase no Borussia (Foto: EFE)
Além da postura, houve outras mudanças. Schubert, de 44 anos, que comandava a equipe sub-23 do Borussia, montou um time mais ofensivo, que pressiona mais e joga com mais velocidade. O reforço Stindl se firmou no meio de campo, e Raffael passou a jogar isolado no ataque. 
- Taticamente, mudamos bastante. Antes, a gente esperava mais o time adversário. Agora, a gente está atacando, está sendo mais agressivo. Agora, estou mais isolado na frente, mas já joguei como primeiro atacante. (Schubert) me passou confiança e toda liberdade para fazer o que sei na frente – contou o brasileiro. 
Raffael é um bom exemplo da mudança no Borussia. Na fase negra, ele não balançou as redes. Desde a chegada de Schubert, desabrochou: são cinco gols. Além disso, ele contribuiu com seis assistências na temporada. 
Ainda interino
Além dos bons resultados em campo, Schubert vem se revelando uma figura carismática. Suas entrevistas coletivas são recheadas de frases espirituosas. Na segunda-feira, véspera do duelo com o Juventus, não foi diferente. Questionado sobre a “mágica” que fez no Borussia, brincou:
- Sou um mágico como o Harry Potter? Não há uma cicatriz na minha testa, não temos varinhas mágicas nem feitiços. Trabalhamos duro todos os dias e, por sorte, tenho alguns magos em campo – disse. 
André Schubert Borussia Mönchengladbach (Foto: EFE)Schubert mostra bom humor durante entrevista coletiva antes do jogo com o Juventus (Foto: EFE)
Apesar da boa fase, Schubert segue como interino. A diretoria do Borussia ainda não decidiu se efetiva o treinador, talvez temerosa de que o feitiço acabe. O elenco defende a permanência do técnico. Max Eberl, o diretor técnico do clube, é cauteloso.
- Não somos cegos, podemos ver o grande trabalho que ele está fazendo. Vamos conversar calmamente com André e, depois, tomar os próximos passos – disse Eberl à imprensa alemã. 
Schubert, porém, não parece preocupado com isso. Após a vitória por 4 a 1 sobre o Hertha Berlim, fora de casa, no último sábado, ele minimizou a insegurança em seu cargo. 
- Vou continuar enquanto eles me deixarem (risos). Todos nós somos técnicos interinos. Eu só não tenho um contrato. 
Raffael Borussia Mönchengladbach (Foto: Getty Images)Raffael deve ser titular contra o Juventus (Foto: Getty Images)
Próximo desafio: evolução na Champions
Se na Bundesliga a situação melhorou – o time é o quinto colocado, no bolo da briga por uma vaga em competições europeias -, ainda é preciso confirmar a boa fase na Champions. A derrota para o Manchester City foi promissora, apesar do resultado - os próprios jogadores do time inglês admitiram que o Borussia foi superior no duelo. O empate com o Juventus fora de casa também deixou boas sensações. 
O Borussia é o lanterna do Grupo D, com um ponto, contra três do Sevilla, seis do City e sete do Juventus. Um triunfo sobre a Velha Senhora no Borussia Park é visto como crucial para a esperança ser mantida. E agora, com a volta da confiança e um treinador “mágico”, não há como duvidar. 
- Ainda temos três jogos. Estamos num momento bom, vamos jogar com o apoio da nossa torcida e esperamos conseguir um bom resultado – finalizou Raffael. 

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