A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
Jogo nervoso, discussões, troca de empurrões, reclamações e muitos cartões. Não. Não é uma repetição dos duelos do Palmeiras contra Paysandu e América-MG. Na noite desta terça-feira, o Verdão foi até Florianópolis e venceu o Avaí por 4 a 2, em partida válida pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B, em mais um nervoso capítulo do retorno alviverde para a elite do futebol nacional. O público total foi de 7.852, e a renda de R$ 135.425,00.
Líder do torneio com folga - agora são 52 pontos e 15 de vantagem para o Sport, quinto colocado e primeiro clube fora do G-4 -, o time do técnico Gilson Kleina virou o adversário a ser batido no torneio, literalmente. Assim como na última rodada, o Verdão encontrou em Santa Catarina uma marcação forte e uma arbitragem bastante confusa. A equipe teve motivos para reclamar da não anotação de dois pênaltis e da marcação errada de dois impedimentos. O Avaí também chiou um penal não assinalado. Com 34 pontos, a equipe, nona colocada, está a sete do Joinville, último do G-4.

Em boa fase e sonhando com o acesso, o Avaí não demorou para se aproveitar de buraco no sistema defensivo do time paulista e abrir o marcador, com Márcio Diogo. A opção alviverde com dois meias, porém, surtiu efeito no ataque, e Valdivia, no fim do primeiro tempo, empatou. Na segunda etapa, Luciano recolocou os donos da casa em vantagem, mas Mendieta, Vinicius e Eguren marcaram e determinaram a 16ª vitória alviverde no torneio - a quinta de virada. O curioso é que Valdivia, destaque do jogo, foi novamente hostilizado pela principal torcida organizada do Verdão e, por isso, acabou desabafando numa rede social.

Wesley tenta passar pela marcação do experiente Eduardo Costa, do Avaí (Foto: Jamira Furlani/Avaí FC)
Arbitragem ruim mexe com os jogadores
Se a opção com Valdivia e Mendieta aumentou a qualidade de passe do Palmeiras, a formação manteve um buraco defensivo no meio de campo alviverde. Só com Márcio Araújo de mais "pegada", a equipe perdeu força de marcação. Sobrecarregados, os zagueiros se viram forçados a dar combate fora da área, o que abriu espaço na retaguarda. E foi em um lance assim que o Avaí abriu o marcador, aos 14 minutos.
Wesley saiu jogando errado e armou contra-ataque para os donos da casa. Com o setor desarrumado, Vilson deixou a zaga para cortar lançamento e acabou enganado por Beto, que deixou a bola passar e colocou Márcio Diogo na cara do gol. O atacante ganhou na corrida de Wesley, que não acompanhou o rival na ala, e bateu com categoria na saída de Prass.
A desvantagem no marcador mexeu com os ânimos dos palmeirenses. Visivelmente nervosos com a arbitragem, principalmente após dois erros da auxiliar Edna Alves Batista, os jogadores do Verdão se esqueceram da partida e passaram a confrontar o juiz Felipe Gomes da Silva em qualquer decisão. O resultado? Cartões amarelos para Valdivia, Mendieta, Henrique e prejuízo para Kleina, que não terá o paraguaio diante do Sport, no sábado, no Pacaembu.
Apesar de ter mais posse de bola no campo de ataque, o Avaí não teve competência para ampliar a vantagem no placar. E ainda acabou levando o gol de empate quando o Palmeiras parecia mais preocupado com o apito. Aos 37 minutos, Juninho avançou pela esquerda e cruzou para a grande área. Sem deixar a bola cair, Valdivia completou de primeira com força suficiente para vencer Diego e morrer no canto direito do gol catarinense. Toque de classe do Mago e igualdade no marcador.

Avaí sai para o jogo, e gringos salvam o Verdão
A opção por Mendieta e Valdivia pode ter causado um problema defensivo ao Palmeiras, mas compensou no ataque, principalmente no início da segunda etapa. Logo no primeiro minuto, Wendel cruzou na medida para o paraguaio, que, dentro da pequena área, cabeceou por cima do gol. Aos 4, troca que passes entre os meias colocou Mendieta na cara do gol. O camisa 8, porém, tentou mais um corte e desperdiçou grande chance de virar. Ainda teve tempo para um chute de fora da área que assustou Diego, antes dos dez minutos.
Precisando da vitória para manter o embalo e não se distanciar do G-4, o Avaí subiu de produção, sob o comando da experiente dupla Cleber Santana e Marquinhos. Foi em jogada dos pés do jogador ex-Flamengo, Santos e São Paulo que os donos da casa voltaram para o jogo. Aos 19, ele recebeu em boa posição e tentou arremate cruzado, mas o chute desviou em Juninho. No lance seguinte, um filme repetido para os palmeirenses. Vilson novamente saiu da grande área para dar combate e foi facilmente driblado por Luciano. Na sequência, o atacante, que havia entrado no lugar de Beto, bateu forte para fazer 2 a 1 para o Avaí.
A festa na Ressacada durou apenas três minutos. Em boa jogada pela direita da dupla Valdivia e Mendieta, o chileno cruzou rasteiro para o paraguaio, que bateu forte para novamente deixar tudo igual no placar.
Com mais futebol e menos confusão na segunda etapa, o árbitro Felipe Gomes da Silva voltou a aparecer em duas jogadas. No primeiro lance, Luciano foi puxado por Wendel na entrada da grande área e o juiz mandou seguir. Na sequência da jogada, o Verdão puxou contra-ataque e Juninho foi derrubado na grande área, mas o árbitro não viu a falta.
Tentando não se preocupar com os diversos erros da arbitragem, o Palmeiras mostrou maturidade para matar o placar em duas jogadas. Aos 36, Vinicius bateu de fora da área e marcou um belo gol. Já no fim, Eguren aproveitou rebote de Diego (em cobrança de falta de Wesley) e, com o gol vazio, completou para o fundo da rede. Vitória importante para os alviverdes, cada vez mais próximos da Série A.
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