Felipe Nasr: "O que acho errado é as pessoas esperarem o próximo Senna”
Às vésperas de seu primeiro GP do Brasil, brasiliense conta que tem tricampeão como referência, mas rechaça pressão: "É preciso construir sua própria história
No próximo domingo, Felipe Nasr disputará pela primeira vez o Grande Prêmio de Fórmula 1, em Interlagos, palco onde um outro brasileiro, um “tal” de Ayrton Senna fez história no passado. Nascido em 1992, porém, o piloto da Sauber não viu as façanhas do compatriota. Sequer era nascido na histórica vitória de 1991, e tinha pouco mais de um ano na inesquecível invasão de pista após o triunfo de 1993. Mesmo assim, o brasiliense de 23 anos não esconde que tem o tricampeão mundial como uma de suas principais referências:
- Sempre me inspirei muito e tive uma grande admiração por ele. Eu nasci em 92, então era muito pequeno quando o Ayrton ainda corrida. Tudo que vi foram histórias, vídeos, fotos, conversas – destaca.
Felipe Nasr posta com carro e pôster em homenagem a Ayrton Senna (Foto: Divulgação)
E um dos responsáveis por passar esse legado a Nasr é Josef Leberer, ex-fisioterapeuta de Senna, que hoje trabalha na Sauber. Felipe revela que o suíço lhe conta diversas histórias do ídolo brasileiro, como a de quando Ayrton foi vítima de uma “molecagem” do companheiro Gerhard Berger, que jogou do alto de um helicóptero, uma pasta de Ayrton.
- Estou tendo a oportunidade de trabalhar com o Josef (Leberer), que foi fisioterapeuta e amigo pessoal do Ayrton. Ele conta muita coisa bacana. Ele conta uma história de quando eles estavam indo para o treino em Monza, estavam em um helicóptero Ayrton, ele e Berger, e o Berger jogou a maleta para fora do helicóptero no ar. Ele dá risada como se fosse hoje. Tem muita história bacana.
Felipe Nasr em ação no GP do México (Foto: Clive Mason / Getty Images)
Histórias e curiosidades à parte, Nasr espera que as menções a Senna parem por aí. Em sua primeira temporada na Fórmula 1, o brasiliense não quer sofrer da torcida brasileira a mesma pressão que antecessores como Rubens Barrichello e Felipe Massa receberam: a difícil missão de ser o próximo Senna. Muito consciente, Nasr diz que não quer imitar Ayrton, mas sim escrever sua própria história na maior categoria do automobilismo.
- O que eu acho errado é as pessoas esperarem o “próximo Senna”. O Senna é o Senna. Como qualquer outro campeão, tem a história dele. Ninguém precisa imitar. Você precisa construir sua própria história. Todo mundo tem uma personalidade diferente, são épocas diferentes. Não só eu como qualquer brasileiro que comece a se envolver com automobilismo tem uma pressão automática e isso foi construído em cima desses resultados, essa história que a gente tem de campeões brasileiros. É uma pressão automática, você já nasce com essa responsabilidade. Mas eu acho que aprendi desde cedo a lidar com essas coisas.
Felipe Nasr nesta quarta-feira em São Paulo (Foto: Felipe Siqueira)
A TV Globo transmite o GP do Brasil ao vivo neste domingo, às 14h (horário de Brasília). Os treinos livres começam nesta sexta-feira, com exibição no SporTV. Felipe Nasr é o 13º colocado na temporada 2015 com 27 pontos.
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