domingo, 1 de julho de 2012

CORINTHIANS

Timão vence o Unión Española por 2 a 1 e garante a terceira colocação


Narciso durante entrevista (Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)Narciso comandou o Timão na Libertadores Sub-20
(Foto: Marcos Ribolli / GLOBOESPORTE.COM)
O Corinthians garantiu o terceiro lugar na Taça Libertadores da América Sub-20 ao ganhar do Unión Española-CHI neste domingo, por 2 a 1, no estádio Alejandro Villanueva, em Matute, distrito de Lima, capital do Peru, país que foi sede do torneio. Após ser derrotado pelo River Plate-ARG na semifinal, na última quinta-feira, o Timãozinho se recuperou e voltou a vencer.
O time chileno saiu na frente do placar com um gol de Rodrigo Gattas, artilheiro da competição com seis gols, aos 31 minutos do primeiro tempo. O Corinthians conseguiu o empate aos 11 do segundo tempo, quando Fernandinho aproveitou rebote da zaga e tocou no canto direito do goleiro Cornejo. A virada só veio perto do apito final, aos 43 minutos, com um golaço de Edilson. Ele deu um lençol no zagueiro e acertou uma bomba no ângulo sem deixar a bola cair.
Em seis partidas, a equipe comandada pelo técnico Narciso somou duas vitórias, três empates e uma derrota, marcando sete gols e sofrendo seis.
- Viemos para o Peru com o objetivo de conquistar o título, mas o nível da Libertadores estava muito alto e o terceiro lugar ficou de bom tamanho. Os garotos fizeram um excelente trabalho e merecem voltar para casa com essa medalha - comemora Narciso.
PRIMEIRA FASE
2 x 0 Júnior Barranquilla-COL
2 x 2 Atlético de Madrid-ESP
1 x 1 River Plate-ARG

QUARTAS DE FINAL
0 x 0 Cerro Porteño-PAR (4 a 1 nos pênaltis)

SEMIFINAL
0 x 2 River Plate-ARG

DISPUTA DO 3º LUGAR
2 x 1 Union Española-CHI

BRASILEIRAO 2012

DESTAQUES DO JOGO
  • momento decisivo
    40 do 2º tempo
    O Sport não desistiu da virada. Marquinhos Gabriel cruzou e Felipe Azevedo mandou uma bomba. A bola vai na trave, mas volta nas costas do zagueiro Luccas Claro. Gol da vitória.
  • nome do jogo
    Marquinhos
    O meia Marquinhos Gabriel fez a diferença nos três gols do Sport, na virada sobre o Coxa. Marcou o segundo gol e fez as duas assistências para os gols de Henrique e Felipe Azevedo.
  • decepção
    Reservas coxas
    Depois de começar com dois gols e uma atuação segura, as promessas do Coritiba caíram de produção. Faltou maturidade para segurar a vantagem de dois gols do Coxa.
A CRÔNICA
por Gabriel Hamilko
47 comentários
O Sport mostrou neste domingo com quantos gols se faz uma bela virada. Depois de estar perdendo por 2 a 0 no Couto Pereira, o time pernambucano não desistiu e buscou a reação, vencendo por 3 a 2. Quando o atacante Anderson Aquino e meia Tcheco abriram o placar, no primeiro tempo, a impressão era de um jogo fácil e três pontos garantidos pelo Coxa, que atuou com os reservas em função da decisão da Copa do Brasil. Mas o clube paranaense baixou o ritmo e viu um até então tímido Sport conseguir igualar o marcador, com Henrique, Marquinhos Gabriel e Felipe Azevedo, que concluiu antes de a bola bater na trave, voltar no corpo do zagueiro Luccas Claro e entrar em gol contra. Um belo resultado para o Leão, que respira na classificação e acaba com a sequência de três derrotas seguidas.
Com a vitória, o Sport sobe para o oito pontos, enquanto o Coxa permanece com sete. Após o primeiro jogo da final da Copa do Brasil, contra o Palmeiras (quinta-feira, às 21h50m), o time paranaense enfrenta o São Paulo, no domingo, às 16h, no Morumbi. O próximo compromisso do Sport é contra o Corinthians, na Ilha do Retiro, no próximo domingo, às 18h30m (de Brasília).
marcel coritiba bruno aguiar sport (Foto: Heuler Andrey / Agência Estado)Marcel e Bruno Aguiar em disputa de bola, no Couto Pereira (Foto: Heuler Andrey/Agência Estado)
Coxa pressiona o Sport no campo de defesa e abre vantagem
O Coritiba B entrou em campo com a mesma garra de todos os duelos disputados no Couto Pereira. O tradicional abafa inicial deu efeito e os quinze primeiros minutos foram de domínio coxa-branca. Em três boas trocas de bola no ataque, o Coxa conseguiu assustar o goleiro Magrão e abrir o placar aos 12 minutos.
O meia Tcheco fez bom lançamento para o atacante Anderson Aquino, que teve calma para tirar do arqueiro e começar a contagem. O Sport só conseguiu finalizar a primeira bola em gol com 14 minutos, quando o atacante Rivaldo arriscou de fora da área.
Com uma boa marcação, que cercava as jogadas ofensivas do Leão, o Alviverde realizava bons desarmes. Em uma saída rápida, Tcheco lançou para Lincoln, que cruzou. A bola passou por Marcel e encontrou Tcheco, novamente, que estufou as redes. Após o gol, o ataque do anfitrião sofreu uma perda, quando Marcel sentiu a coxa direita e precisou ser substituído por Geraldo.
Com o segundo gol, o time coxa-branca relaxou na pressão e deixou o Sport dominar mais a posse de bola. A reação pernambucana surtiu efeito aos 36 minutos.O meia Marquinhos Gabriel enganou a defesa alviverde e encontrou o volante Henrique. A bola bateu nas duas traves antes de passar a linha.
Sem muito barulho, Sport vira a partida
O gol do Sport, ainda na etapa inicial, deu mais ânimo para o time visitante. O técnico Vagner Mancini tirou Rivaldo e colocou o também atacante Willians. O Leão apertou a marcação no campo de defesa do Coxa. As triangulações entre Henrique, Marquinhos Gabriel e Willians eram uma solução para barrar a eficiente marcação coxa-branca.
Para dar mais criatividade ao meio-campo, Marcelo Oliveira sacou Anderson Aquino e colocou o meia Rafael Silva. Em parceria com Geraldo, o jovem atleta de 21 anos movimentou o ataque. Aos nove minutos, o angolano cruzou da direita e Rafael acertou a trave.
A solução pensada por Mancini ainda persistiu no ataque, com a troca de Henrique por Roberson. O Coritiba continuava a desperdiçar gols. O volante França arrancou com a bola em direção a gol, mas ao invés de tocar para Geraldo, chutou muito alto. As finalizações erradas custaram caro. Com 30 minutos, Marquinhos Gabriel saiu entre os dois zagueiros e empatou a partida.
O golpe final para o Coritiba aconteceu aos 40 minutos, quando o atacante Felipe Azevedo mandou uma bomba. A bola acertou a trave e bateu no zagueiro Luccas Claro, para depois calar o Couto Pereira pela terceira vez. Vitória que foi muito comemorada pelos jogadores e comissão técnica do Leão, que vence a primeira fora de casa.

BRASILEIRAO 2012

DESTAQUES DO JOGO
  • lance capital
    47 do 2º tempo
    Borges recebeu passe de Neymar e, completamente livre, isolou por cima do gol de Dida. Jogada definiria o resultado. Sorte da Lusa, que foi melhor no jogo
  • decepção
    Ganso
    Retornando de trabalho de reequilíbrio muscular, camisa 10 pouco apareceu no jogo e foi substituído aos 15 minutos do segundo tempo.
  • estatística
    Só deu Lusa
    A Portuguesa massacrou o Peixe, principalmente na etapa inicial. Só no primeiro tempo, foram cinco chances reais. Desperdício de oportunidades custou a vitória.
A CRÔNICA
por Marcelo Hazan
114 comentários
A torcida da Portuguesa se encheu de esperança ao ver o ótimo futebol apresentado pelo time na etapa inicial do confronto. A do Santos, certamente, ficou mais preocupada do que já está com tudo o que viu no Canindé. Ao final do empate sem gols neste domingo, pela sétima rodada do Brasileirão, quem teve mais motivos para lamentar foi a Lusa. Abusando do direito de perder gols, o time rubro-verde não conseguiu a segunda vitória consecutiva (sábado retrasado bateu o São Paulo, por 1 a 0), chegando aos oito pontos, enquanto o Peixe soma cinco na classificação e escapou de uma derrota que pioraria ainda mais o seu momento - a equipe da Vila Belmiro continua sem ganhar na competição e permanece na zona de rebaixamento.
Se lamenta o empate pelo volume de oportunidades claras, a Portuguesa tem o alento de uma boa performance e da certeza de ter acertado na contratação de Dida. O veterano goleiro foi importante praticando boas defesas e passando segurança à defesa. 
Já o Santos vê a média de seu ataque ruir, mesmo com Neymar: são apenas quatro gols marcados nas últimas oito partidas. O craque santista, aliás, não brilhou mais uma vez, ainda que tenha feito ótima jogada no último lance da partida, livrando-se de três marcadores e deixando Borges livre para marcar. Como a fase do setor ofensivo do Peixe não é mesmo boa, o artilheiro do Brasileirão de 2011 isolou apenas com Dida a sua frente.
Na próxima rodada, a Portuguesa vai a Belo Horizonte enfrentar o Atlético-MG, no Estádio Independência, domingo, às 18h30m (de Brasília). No mesmo dia, mas às 16h (de Brasília), o Santos recebe o Grêmio, na Vila Belmiro.
- Mostramos que a Portuguesa pode ir bem neste campeonato. Agora, é dar continuidade ao bom trabalho - comemorou Dida.
Lusa massacra, mas não marca
Dida provavelmente nem suou a camisa nos 45 minutos iniciais do confronto direto com Neymar. De seu gol, o experiente campeão mundial de 38 anos apenas assistiu ao jogo como espectador de luxo. Praticamente não trabalhou. Só foi exigido numa falta cobrada por Ganso, mas o chute saiu colocado e fraco. O goleiro defendeu em dois tempos.
Do outro lado, porém, Rafael teve de se desdobrar para evitar que o massacre da Lusa virasse uma goleada ainda na etapa inicial, dado o número de oportunidades claras desperdiçadas: foram cinco chances reais de gol, contra nenhuma do Peixe. No total, 12 finalizações da Lusa, contra quatro do time da Baixada.
dida portuguesa santos (Foto: Vagner Campos / Agência Estado)Dida praticamente não foi exigido no primeiro tempo (Foto: Vagner Campos / Agência Estado)
Apático e sem qualquer esboço de bom futebol, o Alvinegro, como de costume, ficou dependente dos lances de Neymar. Um bonito chapéu de costas, outro bom lançamento para Douglas e uma falta dura sofrida logo no início da partida davam a impressão de que o jogador faria o que quisesse com a defesa adversária. Ficou só na promessa.
A Lusa, por sua vez, abusou do direito de perder gols. Guilherme, um dos melhores da Portuguesa, Diego Viana e Ananias se revezaram no bombardeio a Rafael. Guilherme tentou de várias maneiras: bomba de fora da área, finalização dentro da pequena área no travessão e cruzamento perigoso nos pés do volante Adriano, que quase fez gol contra, mandando na trave. Houve ainda uma cabeçada de Rogério, que subiu livre e mandou por cima. Era questão de ajuste fino.
Enquanto isso, o Santos seguia insistindo nas bolas para Neymar, que até conseguia vez ou outra levar a melhor sobre os adversários. Bem marcado, porém, o atacante chegou a soltar o braço direito no rosto de Ivan, em lance que lhe rendeu cartão amarelo.
- Pegou sim, mas foi sem querer. Eu fui proteger a bola, ele acabou abaixando e pegou. Mas jamais bateria na cara de alguém - justificou o craque, na saída para o vestiário.
Peixe melhora pouco, e Lusa 'tira o pé'
Percebendo a fragilidade santista pelas duas laterais, Muricy Ramalho voltou para o segundo tempo com duas alterações: Juan entrou no lugar de Léo, e Elano ganhou a vaga do jovem Douglas (Henrique foi deslocado para a lateral direita).
O efeito prático na defesa foi imediato: o Peixe parou de sofrer com as jogadas pelas linhas de fundo (foram nove da Lusa contra nenhuma do Santos na etapa inicial). Mas, se defensivamente o Alvinegro se acertou, no ataque continuava improdutivo.
Sentindo o cansaço pela volta ao time após trabalho de reequilíbrio muscular, por conta de uma artroscopia no joelho direito, Ganso deu lugar a Gerson Magrão aos 15 minutos do segundo tempo.
Somente aos 25 minutos, o até então espectador Dida teve trabalho de verdade e precisou sujar o uniforme. Antes de cobrar falta pela esquerda, Elano ouviu a torcida do Santos gritar seu nome. O meia retribuiu o gesto aplaudindo de volta e cruzou na medida para Edu Dracena. No segundo pau, o capitão escorou para o meio da área e Durval chegou cabeceando à queima-roupa. O bom e velho goleiro apareceu, operando um milagre e espalmando a bola.
A partida caiu de ritmo, as chances claras desapareceram e nem mesmo a alteração de Geninho, tirando Ananias para a entrada de Rodriguinho, surtiu efeito.
Emoção somente aos 47 minutos, quando Neymar disparou de antes do meio-campo, superando a marcação de três e atraindo a de um quarto, e deixou Borges livre para marcar, diante do goleiro Dida. Mas o atacante perdeu chance incrível, isolando a bola por cima. Não seria mesmo justo para a Lusa levar esse gol. Afinal, foi melhor durante a maior parte do jogo.

BRASILEIRAO 2012

Camisa 11 do Atlético-MG aplica chapéu duplo em gol marcado por Jô e ofusca o vaiado Ronaldinho e o estreante Zé Roberto


  • lance capital
    25 min
    O lance do partida foi talvez um dos mais bonitos do Brasileirão Bernard aplicou dois chapéus na zaga gremista e cruzou para Jô marcar o gol da vitória.
  • deu errado
    Anderson Pico
    O lateral estava afastado e recebeu uma grande chance. Decepcionou. Não jogou bem e ainda foi expulso no segundo tempo da partida.
  • arbitragem
    Bronca
    O árbitro Paulo César de Oliveira foi alvo de várias críticas de Luxa. Saiu de campo sob forte pressão dos jogadores. Kleber o chamou de 'arrogante'.
Enquanto o Grêmio ficou no meio do caminho entre o passado e o futuro, o Atlético-MG se decidiu pela segunda opção. Alheio às vaias da torcida ao eterno desafeto Ronaldinho e à expectativa pela estreia de Zé Roberto e promoção do goleiro Marcelo Grohe, o time de Cuca apostou no talento de Bernardi, 1m62cm e apenas 19 anos. Saiu de seus pés a jogada decisiva da partida - chapéu duplo na zaga que resultou no gol de Jô. O 1 a 0 na noite deste domingo dá aos mineiros a liderança do Brasileirão, com 16 pontos, batendo o Fluminense pelo saldo de gols.
A derrota em casa custa caro ao Grêmio, que deixa a zona de classificação à Libertadores e se aloja na quinta colocação, com 12 pontos. Foi o primeiro revés do time de Vanderlei Luxemburgo no Olímpico neste Brasileirão, em quatro partidas. Até então, sequer havia sofrido gols em Porto Alegre.
Centro das atenções mesmo antes de a bola rolar, Ronaldinho seguiu alvo dos repórteres ao fim do jogo. Antes, porém, foi saudado por todos os companheiros no centro do campo. Parecia conquista de título. Poderia soar como provoação aos gremistas, o que ficou ainda mais evidenciado quando Ronaldinho fez menção em ir em direção ao vestiário do clube gaúcho. Depois, deu meia volta, recebeu mais uma onda de vaias e xingamentos. Aos microfones, declarou:
- Sempre é bom vencer aqui. Da outra vez (pelo Flamengo), perdi. Agora ganhei.
Ao Grêmio, coube reclamar da arbitragem de Paulo Cesar de Oliveira, que foi cercado pelos jogadores após a partida.
- Ele é muito arrogante - atestou o atacante Kleber.
Tanto Grêmio quanto Atlético-MG têm semana livre de treinos, seja para juntar os cacos da derrota ou saborear a nova liderança. O clube gaúcho enfrenta, no próximo domingo, às 16h, o Santos, na Vila Belmiro. Nos mesmos dia e horário, o Galo defende o topo da tabela contra a Portuguesa, no Independência.
Ferida nem perto de fechar
A torcida apenas blefou. Adotou uma tática passivo-agressiva e não hostilizou Ronaldinho nos arredores do Olímpico, com gritos, faixas e cartazes, como fizera aos montes no último 30 de outubro, em Grêmio 4x2 Flamengo. Optou por fazê-lo apenas no campo. Assim que pisou na grama em que nasceu para o futebol, às 18h26m, foi soterrado de vaias. Não havia um, dentre os 34.550 gremistas, que se furtara de apupá-lo na provável última vez do jogador no estádio, que será entregue a construtora OAS em março, devido à parceria na construção da Arena.
ronaldinho gaucho atlético-mg kleber grÊmio (Foto: Vinícius Costa / Agência Estado)Ronaldinho não foi poupado das vaias no Olímpico (Foto: Vinícius Costa / Agência Estado)
O arsenal azul não se baseava apenas na voz. Primeiro, a torcida tentou emplacar uma grande faixa na arquibancada inferior. Como os dizeres eram ofensivos à mãe do jogador, Miguelina, a Brigada Militar a retirou de pronto. A cada escanteio que Ronaldinho ia cobrar, brotavam as famosas faixas brancas com a inscrição “pilantra”.
No entanto, o camisa 49 estava pouco criativo. Foi tocar pela primeira vez na bola apenas aos 11 minutos. Tudo bem para o Grêmio? Nem tanto. A equipe de Vanderlei Luxemburgo, que tinha a estreia de Zé Roberto como a principal atração, até começou melhor, com mais volume. Mas fustigava pouco o gol de Giovanni. O novo camisa 10 fazia jus às suas funções. Dos pés de Zé, saíram as bolas mais redondas e conscientes no ataque tricolor.
Bernard "encarna" fase áurea de R49
Zé estava bem, mas não foi genial. Tampouco essa honra sobrou para seu colega na Copa de 2006. Coube a Bernard, com seus 1m62m, ofuscar as principais atrações. Na antiga casa de R49, o baixinho viveu seus segundos de craque. Com dois chapéus (também conhecidos como lençóis ou balãozinhos) consecutivos, lembrou Ronaldinhoem seus áureos tempos. Aquele garoto leve que, em 1999, havia feito mesmo drible e no mesmo estádio, sobre Dunga no Gre-Nal decisivo do Gauchão. Ou ainda o mirrado reserva da Seleção, que entrou no segundo tempo para desmembrar a defesa da Venezuela na Copa América, sob o comando de Luxa.

Agora, a vítima foi a zaga do Grêmio deste mesmo Luxa. Com a diferença que Bernard não finalizou. Criticado pela torcida do Galo por pecar nesse fundamento, o meia ofereceu a bola a Jô. O ex-colorado completou, de primeira. Em sua primeira partida como titular após o adeus de Victor, Marcelo Grohe precisou buscar a bola na rede já aos 25 minutos da etapa inicial – o primeiro gol sofrido pelo Grêmio no Olímpico neste Brasileirão.
Zé Roberto contra o Atlético-MG (Foto: Lucas Uebel/Divulgação, Grêmio)Zé Roberto estreou contra o Atlético-MG
(Foto: Lucas Uebel/Divulgação, Grêmio)
O iminente revés em casa, diante do maior público do Olímpico neste Brasileiro, pouco mudou a atuação do Grêmio. O time assustou apenas duas vezes em finalizações aéreas de Marcelo Moreno. Ambas pararam em Giovanni. O lance de destaque demorou. Aos 42 minutos, Kleber também se reservou o direito de ter lampejos, passou por três atleticanos na área e cruzou para trás. Zé Roberto completou, mas o pé de Leonardo Silva impediu o empate.
Bernard pode ter sido genial, mas Ronaldinho é Ronaldinho. De longe, foi o jogador mais assediado pelos repórteres. Blindado por dezenas de microfones, recebeu a seguinte pergunta, encharcada de ironia, na saída para o vestiário:
- E esse carinho?
- Carinho? Só você está vendo carinho aqui - respondeu, com seu sorriso de praxe.
Grêmio implode volantes, mas não dá certo
Para o segundo tempo, Luxemburgo sacou Edilson e Léo Gago para as entradas de Tony e Rondinelly. A etapa final surgiu promissora. Aos 5 minutos, Zé Roberto arriscou de fora da área, com perigo. Kleber, aos 10, invadiu a área e finalizou nas pernas de Giovanni.
Mas o Grêmio pouco evoluiu a partir de então. E o Atlético-MG seguiu assustando. Ronaldinho cobrou falta com veneno, mas Marcelo Grohe conseguiu evitar o 2 a 0. Aos 22, num contragolpe puxado pelo camisa 49, Jô ficou cara a cara com Grohe. O goleiro novamente defendeu, agora com os pés, e teve seu nome entoado nas arquibancadas.
Nervosa, a torcida cobrava dos jogadores do Grêmio até casos de fair play. Tanto que, pouco antes da chance de ouro despediçada por Jô, ela fez pressão para que o time não colocasse a bola para fora. O zagueiro Leonardo Silva acabou se erguendo, dispensando o atendimento médico.
Pico é expulso em seu retorno
Aos 29 minutos, Luxemburgo se lançou completamente ao ataque. Tirou Fernando, que levou seu quinto cartão amarelo em seis jogos, e pôs em campo André Lima. Assim, o Grêmio ficou com apenas um volante (Souza), dois meias (Zé Roberto e Rondinelly) e três atacantes (além de André Lima, Kleber e Moreno).
Não faltou disposição e sobrou até destempero emocional. Mesmo sem ter levado amarelo, o reestreante Anderson Pico, oriundo da base e com contrato renovado, foi expulso aos 37 minutos por atingir o adversário no rosto.
O tempo passou e confirmou que a inspiração no Olímpico estava toda depositada em apenas um jogador. E foi congelada aos 25 minutos do primeiro. Esqueçam o "novato" Zé Roberto ou o odiado Ronaldinho. O duplo chapéu de Bernard é a melhor lembrança da noite que passado e futuro disputaram a atenção. Melhor para o segundo.

BRASILEIRAO 2012

DESTAQUES DO JOGO
  • deu certo
    Adryan
    O jovem de 17 anos entrou no segundo tempo no lugar de Wellington Silva e mudou o setor ofensivo do Fla, marcando inclusive o gol da virada.
  • lance capital
    34 do 2º tempo
    O primeiro gol de Renato Abreu, em cobrança de falta com um fortíssimo chute, foi fundamental para o Fla, que era dominado pelo Atlético-GO.
  • estatística
    Pituca
    O volante do Atlético-GO foi o maior ladrão de bola da partida, com seis. Luiz Antonio e Ibson, do Flamengo, vieram logo atrás, com cinco.
A CRÔNICA
por GLOBOESPORTE.COM
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Um primeiro tempo abaixo da crítica e um início de segunda etapa para dar uma esperança à torcida do Flamengo. E um pouco de alívio ao técnico Joel Santana, que balança no cargo e viveu uma semana tensa. Não que tenha sido uma atuação de gala na etapa final, até pelo sufoco nas últimos minutos. Mas a entrada do jovem Adryan, que melhorou muito o time carioca e ainda fez um belo gol - o seu segundo como profissional -, foi importante para a vitória de 3 a 2 sobre o Atlético-GO, neste domingo, no Engenhão. Com dois gols de falta, um em cada tempo e com estilos diferentes, Renato Abreu também se destacou e valorizou a virada rubro-negra.
- Se querem resultado, taí. Talvez o Flamengo não tenha feito um jogo sensacional, mas futebol é resultado. Importante é fazer o dever de casa - disse Renato à Rádio Globo.
Felipe marcou os dois da equipe goiana, que continua em situação desesperadora no Campeonato Brasileiro: apesar de dominar boa parte do jogo, o Dragão sofreu a quinta derrota nas sete rodadas disputadas até aqui e amarga a lanterna do Brasileirão, com dois pontos. O goleiro Márcio viu aspectos positivos na atuação da equipe e atribuiu a vitória do Flamengo à qualidade de Renato na bola parada:
- Soubemos dominar o jogo em determinadas situações, tivemos a infelicidade em algumas situações, principalmente na qualidade do Renato com a bola parada, mas a equipe jogou bem - afirmou o arqueiro ao canal Premiere.
A vitória faz o time da Gávea somar 12 pontos e ocupar a oitava colocação. A renda no jogo deste domingo foi de R$ 111.610,00, com um público pagantes de 4.200 (6.645 presentes). Na próxima rodada, o Flamengo enfrentará o Fluminense, no jogo que marcará a celebração do centenário do clássico carioca, no domingo que vem. O Atlético-GO receberá o Náutico, no Serra Dourada, um dia antes.
adryan flamengo gol atlético-go (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)Adryan (37) comemora seu gol. Luiz Antonio se aproxima para abraçá-lo (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)

Domínio goiano
Mesmo jogando fora de casa, o time goiano começou com a marcação adiantada, o que dificultou muito a saída de bola do Flamengo, que abusava da ligação direta da defesa com o ataque, quase sempre defeituosa. Com um meio de campo formado por Amaral, Luiz Antonio, Renato e Ibson, pouco podia se esperar de imaginação no setor de criação. A equipe carioca errava muitos passes e não conseguia sequer entrar na área adversária com perigo. O primeiro arremate do Flamengo só ocorreu aos 17, num chute de Ibson, que passou longe do gol de Márcio.
Desde o início, o Atlético-GO é que parecia estar em casa. Aos 18, Bida e Joilson trocaram passes na área, e o volante chutou buscando o ângulo direito de Paulo Victor, mas errou. Além de um meio de campo pouco produtivo, a equipe carioca tinha dois laterais, Wellington Silva e Magal, que erravam quase todas as jogadas que tentavam fazer. Assim, Vagner Love e Diego Maurício corriam de um lado para o outro tentando "achar" a bola, que nunca chegava redonda. Longe da área, os dois terminaram a primeira etapa sem finalizar.
O melhor time em campo, mais organizado e tranquilo, era mesmo o goiano, que aos 27 abriu o marcador, com Felipe completando com liberdade e competência um belo lançamento de Joilson com um chute no ângulo esquerdo do goleiro do Flamengo. A pequena torcida flamenguista presente ao Engenhão começou a se irritar e as primeiras vaias à equipe foram ouvidas aos 32 minutos. Sorte do Flamengo que dois minutos depois Love foi derrubado perto da área por Gabriel, e Renato Abreu cobrou a falta com uma bomba no canto direito de Márcio, empatando a partida.
O gol animou o time carioca, que passou a ficar mais tempo no ataque que o adversário, o que até então não havia acontecido. Mas nada criou de importante e em contra-ataques, o Atlético-GO era perigoso. Num deles, aos 41, Wesley chutou forte de fora da área e a bola explodiu no peito de Paulo Victor. O último bom lance do primeiro tempo foi dos goianos: aos 45, Eron fez boa jogada pela esquerda e dentro da área cruzou rasteiro, mas o goleiro do Fla desviou com um tapa. A melhor atuação do time visitante se refletiu nos números de finalizações: 8 a 4.
Adryan entra e vira o jogo; Dragão assusta no fim
A inoperância do meio e das laterais do Flamengo fez Joel Santana mudar nos dois setores com uma simples substituição: Adryan no lugar de Wellington Silva. E o início foi promissor: com um minuto de bola rolando Adryan cruzou da direita, Diego Maurício cabeceou para baixo e Márcio espalmou. Esta foi a primeira jogada de área com perigo que o time da casa criou no jogo. Mas a resposta veio rápida: aos 3, Eron penetrou na área pela esquerda, chutou, a bola bateu na zaga e sobrou para Felipe, que tentou colocar no canto esquerdo de Paulo Victor, mas o goleiro foi ágil e ficou com a bola.
Se o Flamengo era outro time no ataque, abria espaços perigosos na sua confusa defesa. Após González quase fazer o segundo para o time da casa em cabeçada aproveitando cobrança de escanteio feita por Ibson, aos 6; no contra-ataque, Felipe penetrou na área, livre, e tentou tocar por baixo de Paulo Victor, que salvou com a perna direita.
Como não havia ocorrido no primeiro tempo, o Flamengo passou a ter as iniciativas do jogo. E Adryan, responsável por essa mudança de postura, mostrou que tem estrela. Aos 11, depois de ótima troca de passes, Amaral penetrou na área pela direita e passou rasteiro para o jovem de 17 anos pegar de primeira com o pé esquerdo e marcar o gol da virada. Sentindo o drama de seu time em campo, Hélio dos Anjos fez duas subsitutições seguidas no Atlético-GO: Elias no lugar de Marcos e Ernandes, no de Fernando Bob.
Mas não deu sorte. Novamente em cobrança de falta, desta vez com um chute colocado, Renato Abreu fez o seu segundo e o terceiro do Flamengo, jogando a bola no canto esquerdo de Márcio. A vantagem acomodou um pouco o time carioca, e o goiano tentou se aproveitar. Aos 20, Felipe teve outra ótima chance, mas o goleiro do Flamengo fez mais uma boa defesa. A equipe da casa passou a explorar os contra-ataques e foi assim que Diego Maurício deu a Magal, que dentro da área bateu forte, por cima, aos 22.
A postura do Flamengo em campo, no entanto, dava muito campo ao adversário, e isso foi irritando seu ameaçado (de demissão) técnico. Joel, então, resolveu mudar novamente o time e colocou Bottinelli no lugar de Diego Maurício, aos 30. Mas não deu certo, porque González errou uma saída de bola, Felipe se aproveitou para penetrar na área e colocar a bola entre as pernas de Paulo Victor para diminuir. O jogo passou a ficar dramático para o Flamengo e seu torcedor certamente se lembrou dos 3 a 3 com Olimpia, do Paraguai, na Libertadores, e com o Inter, na segunda rodada deste Brasileirão, quando tinha boa vantagem e cedeu o empate.
O fim do jogo foi quase um ataque contra a defesa, com o time da casa não conseguindo sair do seu campo defensivo. Mas desta vez, o Flamengo conseguiu segurar a vitória.

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