segunda-feira, 6 de agosto de 2012

LONDRES 2012



Paulista de 22 anos é o primeiro medalhista olímpico do Brasil na ginástica. Tetracampeão mundial, chinês fica com a prata e italiano fecha com o bronze


Da frieza ao ouro. Arthur Zanetti queria ter a responsabilidade toda em suas mãos, enfaixadas e vermelhas de tanto esforço. Economizou nas eliminatórias para ser o oitavo a se apresentar ali, na final. Foi ao ginásio de aquecimento enquanto o maior dos adversários buscava o bi olímpico. Tudo calculado. Último a se pendurar nas argolas da Arena de North Greenwich, o baixinho de 1,56m desceu dela, deu um passo para trás e abriu o sorriso. Nota 15.900. Tinha desbancado o chinês Yibing Chen, favoritíssimo. A primeira medalha da história da ginástica brasileira em Olimpíadas era dele, um estreante. E de ouro.
- Estou muito feliz porque essa é a primeira medalha do meu país para a ginástica. Trabalhei por muito tempo para conseguir essa medalha - disse Zanetti, em um inglês ainda arranhado, em sua primeira entrevista como campeão olímpico.
Zanetti fecha uma campanha de altos e baixos do país na Arena de North Greenwich.Frustração com o fraco desempenho da equipe feminina; alegria com a inédita final e o 10° lugar de Sergio Sasaki no individual geral. Emoções que apenas prepararam a torcida para a segunda-feira de ouro.
Arthur Zanetti comemora ouro na prova de argola ginástica (Foto: Reuters)Arthur Zanetti comemora o ouro na prova de argola dos Jogos de Londres (Foto: Reuters)
Foi a terceira vez que o Brasil chegou a uma final na ginástica com chances reais de medalha. Em Atenas 2004, Daiane dos Santos, favorita, amargou a quinta colocação após não conseguir frear no pouso. Diego Hypolito, hoje bicampeão mundial do solo, levou o país à primeira final masculina. Caiu sentado: sexto. Em Londres, não passou à final: outra queda, desta vez de barriga, nas eliminatórias.
Série mais fraca para ser o último a se apresentar na final
Ali, nas argolas, o espaço para imprevistos e improvisos costuma ser mínimo. Quase uma matemática: nota de partida + nota de execução. Zanetti traçou uma estratégia. Queria se classificar em quarto para ser o último a se apresentar na final. Trocou um movimento de grau A por um de grau D nas eliminatórias. Fez uma série simples, com execução quase perfeita, a melhor entre os 67 adversários: 9.116 de 10.000. Passou em quarto, com 15.616 pontos. Chen liderou com 15.858 - 6.800 e 9.058 de execução.
Para a final, sim, a série mais difícil. Tão difícil quanto a do chinês. Tática meticulosa para tentar batê-lo. Yibing, "primeiro gelo" em chinês, nasceu no dia em que o pai venceu um campeonato de patinação velocidade. Para Londres, levou o favoritismo em números: duas medalhas de ouro, quatro títulos mundiais (2006, 2007, 2010 e 2011).
- Quando o Arthur ficou em segundo no Mundial, vimos que ele teria de aumentar a dificuldade. Lá, a nota de partida dele era 6.500 e ele perdeu por um décimo. Ou mudávamos, ou iríamos ficar atrás de novo - conta o técnico Marcos Goto.
Frieza era a palavra-chave. Zanetti sabia que o deslumbramento com as Olimpíadas seria fatal. Ouviu conselhos de Diego.
- Aqui, encarei com se fosse uma etapa da Copa do Mundo. No Mundial do Japão, dormi muito pouco à noite. Dormia, acordava, dormia acordava. Trouxe essa experiência para cá.


A grandeza de Chen estava na arena antes mesmo de a competição começar. No telão, imagens de momentos históricos da ginástica em Olimpíadas. E lá estava ele, dividindo espaço com a maior de todas, a romena Nadia Comaneci, primeira a conquistar a nota 10 na história, nos Jogos de Montreal, em 1976.
Mas Londres era, para Zanetti, sinônimo de boas lembranças. Em 2009, ficou em quarto no Campeonato Mundial, em sua primeira grande aparição internacional. Em janeiro deste ano, no evento-teste para as Olimpíadas, levou a medalha de ouro.
Zanetti se enfileirou aos sete finalistas para saudar o público na apresentação, mas saiu logo dali. Queria se aquecer. Não viu Chen, o primeiro a se apresentar. O chinês tirou nota pior do que na estreia, mas ainda assim comemorava. Com 15.800, sorriu. Estava confiante. O brasileiro, ao retornar e ver a nota, não se assustou.
- Pensei: vai ser difícil, mas não impossível.
Chen ficou sentado, com fones nos ouvidos, escutando música. Achava que o ouro era questão de tempo.
- Achei que ele se desequilibrou na chegada - disse, depois do pódio.
Dos oito finalistas, Zanetti, de 22 anos, era o mais baixinho - 1,56m - e o segundo mais jovem.
O argentino Federico Molinari caiu na saída. O russo Balandin e o italiano Matteo se candidataram ao pódio com 15.666 e 15.733. O búlgaro Iordan Iovtchev, aos 39 anos, em sua sexta edição de Jogos, buscava sua quarta medalha olímpica. Pousou de joelhos, mas ainda assim foi aplaudido: 15.108.
Zanetti, todo de azul, deixou o casaco amarelo sobre os ombros, como uma capa de super-herói. Precisaria de um ato heroico para superar o chinês e chegar ao pódio. Teria de beirar a perfeição. Tirou o agasalho, apertou ainda mais os punhos, enfaixados. Passou magnésio nas mãos, enxugou os braços.
Seguiu para as argolas, fez a segunda melhor apresentação da carreira e saiu comemorando. Sabia que em minutos faria história. E fez. Nota no telão: 15.900. Medalha inédita para o Brasil. O chinês ficou com a prata, e o italiano Matteo Morandi (15.733) terminou com o bronze.
- Não fiquei olhando a série dos outros, só uma olhadinha rápida. A nota demorou um pouquinho, para sair, mas foi maravilhosa. Valeu pela espera - disse Zanetti, ao SporTV
Pedido de campeão: portas abertas para a ginástica
Arthur Zanetti pódio ouro na prova de argola ginástica (Foto: Getty Images)Arthur Zanetti sobe ao pódio com o chinês e o
italiano em Londres (Foto: Getty Images)
Longe da capital britânica, o paulista de São Caetano do Sul também foi medalhista de prata no Pan-Americano de Guadalajara e no Mundial, em 2011. Já neste ano, ganhou o ouro nas etapas de Maribor (Eslovênia) e Ghent (Bélgica) da Copa do Mundo.

- Queria muito ganhar essa medalha não só para mim, mas para a ginástica toda, todos os clubes, para abrir portas para o Brasil todo. Espero que mude a ginástica no Brasil porque precisa mudar - afirmou o novo campeão olímpico.

CORINTHIANS


DESTAQUES DO JOGO
  • lance capital
    44 do 1º tempo
    Superior na primeira etapa, o Timão foi para o intervalo após chance perdida. Douglas recebeu bola de Jorge Henrique e, sozinho, cabeceou para fora.
  • deu certo
    marcação
    O Corinthians criou dificuldade para os donos da casa. Roubou 20 bolas e fez 26 desarmes (contra nove roubadas e dez desarmes do Vasco).
  • retorno
    Tenorio
    O equatoriano voltou a jogar cinco meses depois de uma lesão no tendão de Aquiles. Mostrou empenho e deu mais movimentação ao Vasco.
Em seu terceiro confronto no ano, Vasco e Corinthians entraram em campo neste domingo, em São Januário, com retrospectos extremamente positivos de suas defesas e jogadores que já se conhecem muito bem. O empate por 0 a 0 foi um reflexo de mais um bom desempenho do setor nos dois times, apesar dos desfalques. A estatística para ambos melhorou: cariocas agora acumulam seis jogos sem sofrer gol, e os paulistas levaram dois no mesmo período.
O Vasco pode até lamentar a chance desperdiçada de assumir a liderança do Campeonato Brasileiro, pois foi a 31 pontos, um a menos do que o Atlético-MG, que não atuou nesta 14ª rodada (contra o Flamengo) por causa do pedido do Botafogo de interdição do gramado do Engenhão. No entanto, correu o risco de ser derrotado, numa partida em que o Corinthians foi superior no primeiro tempo e em parte do segundo - terminando o jogo com oito finalizações, contra apenas quatro dos donos da casa. A equipe paulista ocupa a décima posição na tabela, com 17 pontos.
- Acho que o Corinthians foi melhor, principalmente no primeiro tempo. Mas não saiu o gol. O campo ruim prejudicou o toque. Está de bom tamanho, sair de São Januário com um ponto é bom - afirmou o zagueiro Paulo André.
O Vasco só conseguiu equilibrar a partida depois das entradas, no segundo tempo, de Felipe (aos 15 minutos) e Tenorio (aos 25) nos lugares de Carlos Alberto e Eder Luis. Após a partida, o discurso dos jogadores era de satisfação com o ponto conquistado.
- Foi um ponto importante, espero que no final do campeonato a gente fique feliz com ele. Poderíamos ter jogado mais, criado mais, mas jogar contra o Corinthians é sempre difícil. Por outro lado, também não levamos gols. Não é coisa do outro mundo empatar com o Corinthians - argumentou Juninho.
Os dois times voltam a jogar na próxima quarta-feira. O Vasco, que neste domingo não teve Dedé na zaga, enfrenta o Sport na Ilha do Retiro, às 19h30m (de Brasília). O Corinthians, que teve o desfalque de Chicão, pega o Atlético-GO no Pacaembu, às 20h30m.
Paulo Andre, Vasco e Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)O equatoriano Tenorio, que voltou a jogar depois de cinco meses, enfrenta a marcação de Ralf e Paulo André (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)
Corinthians acumula desarmes e chances perdidas
Desde o fim do ano passado, quando brigaram até a última rodada pelo título do Campeonato Brasileiro, Vasco e Corinthians têm feito jogos equilibrados. Foi assim no confronto pelas quartas de final da Taça Libertadores, em que houve apenas um gol em 180 minutos de bola rolando, com vantagem para os paulistas numa cabeçada de Paulinho.
A história recente do confronto estava a favor do Corinthians, que nos últimos cinco jogos contra o rival conquistara três vitórias e dois empates - além da classificação na Libertadores. Neste domingo, o começo do jogo teve o mesmo panorama, com o Vasco precisando se cuidar na defesa para não sofrer gol, mesmo jogando em casa.
Logo aos quatro minutos, o zagueiro Douglas travou Romarinho quando o atacante estava livre na grande área para finalizar. Pouco depois, Fernando Prass fez uma defesa estranha em chute de Jorge Henrique, espalmando para o lado uma bola no meio do gol. A pressão continuou e, aos 14, o goleiro do Vasco rebateu mal uma cobrança do meia Douglas, e a sobra parou nos pés de Romarinho, que chutou em cima de Douglas, mas o do Vasco.
O Vasco não conseguia se impor. O Corinthians acumulava roubadas de bola, evitando uma troca de passes mais intensa ou contra-ataques perigosos. Em jogada individual, aos 29 minutos, o time da casa, enfim, teve uma boa chance, com o lateral-esquerdo William Matheus passando por três marcadores antes de chutar para defesa segura de Cássio.
Mas era o Corinthians que mandava na partida. A movimentação de meias e atacantes ajudou a confundir a defesa, formada por Douglas e Fabrício - substituto de Dedé, suspenso. Em boa arrancada, aos 38 minutos, Romarinho tabelou com Danilo e chutou, mas a bola saiu fraca, defendida com facilidade por Prass.
A melhor chance do primeiro tempo aconteceu aos 44 minutos, novamente com o Corinthians. Jorge Henrique, que teve boa atuação, fez cruzamento preciso para Douglas, que entrou livre, quase na pequena área, mas cabeceou mal, para o chão, e a bola saiu por cima do gol.
Juninho Pernambucano, Vasco e Corinthians (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)À italiana, Juninho reclama de marcação da arbitragem (Foto: Marcelo Sadio / Flickr do Vasco)
Vasco melhora, mas não o suficiente
A dificuldade do Vasco em se encontrar no jogo aumentou no início do segundo tempo. O Corinthians, que na primeira etapa finalizara quatro vezes (contra duas do adversário), aumentou a pressão e começou a arriscar mais. Aos nove minutos, Prass deu rebote em chute de Ralf e fez defesa plástica em conclusão de Jorge Henrique - mas o lance já estava paralisado, por impedimento. Em seguida, foi a vez de Romarinho chutar cruzado e obrigar Prass a se esforçar mais uma vez.
A torcida do Vasco, que via o Corinthians se manter no campo de ataque, passou a gritar o nome de Felipe. E o técnico Cristóvão Borges decidiu atender ao pedido aos 15 minutos. Tirou o pouco participativo Carlos Alberto, na tentativa de controlar mais o jogo no meio-campo. Mas o Corinthians ainda assustava. Aos 20, em saída de bola errada de William Matheus, Paulinho recebeu de Jorge Henrique e chutou cruzado, para fora.
Tite colocou Guerrero no lugar de Jorge Henrique. Pouco depois, Cristóvão escalou Tenorio, que não atuava havia cinco meses, na vaga de Eder Luis, que teve mais uma atuação apagada. O equatoriano se saiu melhor do que o peruano. Demonstrou empenho e ajudou a dar mais movimentação ao time do Vasco, que equilibrou a partida na segunda metade da etapa final, chegando mais ao ataque.
Em um lance envolvendo os dois reservas, Tenorio tabelou com Felipe, mas viu Cássio chegar antes à bola. O goleiro ainda deu um susto nos corintianos ao ser driblado na lateral da área por William Matheus. Mas o cruzamento do vascaíno saiu forte, sem perigo, mantendo o zero no placar.

BRASILEIRAO 2012



Magrão faz seis defesas difíceis, mas não evita vitória do São Paulo. Diante do maior público do fim de semana, Grêmio vence o Bahia e se mantém no G-4


Forlán Inter (Foto: Alexandre Lops/ Divulgação Inter)Forlán perdeu a chance de fazer seu primeiro gol
pelo Inter (Foto: Alexandre Lops/ Divulgação Inter)
A 14ª rodada do Campeonato Brasileiro não teve Flamengo x Atlético-MG, adiado, mas ficou marcada por grandes lances, como o golaço à la Neymar feito por Kim, do Náutico, após bela arrancada do meio de campo, no jogo em que o Timbu venceu o Santos por 3 a 0, nos Aflitos. Por outro lado, o atacante consagrado Forlán, do Internacional, craque da última Copa do Mundo, perdeu uma chance cara a cara contra o Palmeiras, navitória do Colorado por 1 a 0.

O fim de semana teve também o show dos 23.268 torcedores do Grêmio, que empurraram o time gaúcho na vitória sobre o Bahia por 3 a 1. O triunfo garantiu a permanência da equipe no G-4, atrás do Galo, que segue na liderança, agora com um jogo a menos, Vasco e Fluminense. O Tricolor carioca derrotou o Coritiba por 2 a 0, no Couto Pereira, e se manteve na terceira posição, agora a dois pontos do Vasco, que empatou com o Corinthians em 0 a 0.

O menor público, apenas 1.600 pagantes, esteve presente no Canindé para presenciar avitória por 2 a 0 da Portuguesa sobre o Figueirense e o sarrafo do lateral-esquerdoGuilherme Santos em Ananias.  A derrota do Cruzeiro para a Ponte Preta por 2 a 1 foi o jogo com mais cartões, oito no total. Já o goleiro Magrão, do Sport, teve grande atuação e fez seis defesas difíceis contra o São Paulo, mas não conseguiu evitar a derrota do Leão por 1 a 0, no Morumbi.

Joilson , do Atlético-GO, deu o drible da rodada, em bonita jogada em cima de Fellype Gabriel. O erro foi para o árbitro Wagner Reway, que marcou impedimento inexistente deFred, do Fluminense, após anotação do auxiliar.  

Confira abaixo as estatísticas e os destaques do fim de semana, com vídeos:
Estatística pacotão da 14ª rodada brasileirão 2012 (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)
golaco (Foto: Infoesporte)
Com uma arrancada sensacional desde o seu campo, o atacante Kim, do Náutico, passou por meio time do Santos e fez o gol mais bonito da rodada. O Timbu venceu a partida por 3 a 0, subiu para a 11ª posição na tabela e deu alegria em dobro à sua torcida, nos Aflitos, pelo triunfo e pela pintura de Kim.  
erro (Foto: Infoesporte)


O erro da rodada aconteceu na vitória do Fluminense sobre o Coritiba por 2 a 0, no Couto Pereira. Após lançamento de Deco, o atacante Fred recebeu a bola em posição legal, mas o impedimento foi marcado, de forma incorreta. O árbitro Wagner Reway acatou a sinalização do auxiliar e acabou prejudicando a equipe carioca.
sarrafo (Foto: Infoesporte)


O lateral-esquerdo Guilherme Santos, do Figueirense, exagerou na medida e fez uma falta muito violenta em Ananias, após chegar atrasado na jogada. Melhor para a Portuguesa, que ficou com um jogador a mais em campo e aproveitou a vantagem para derrotar a equipe catarinense por 2 a 0, no Canindé.
gol+perdido (Foto: Infoesporte)


O atacante uruguaio Forlán, do Internacional, recebeu belo passe de Jajá, mas chutou por cima da meta. Ele até se movimentou bem, criou o espaço, mas abaixou a cabeça na hora da finalização e perdeu a oportunidade de fazer o seu primeiro gol com a camisa do Colorado. Menos mal que o Inter venceu por 1 a 0, e o gol não fez tanta falta.
defesa (Foto: Infoesporte)

 
O goleiro Magrão, do Sport, fez nada mais nada menos que seis defesas difíceis no Morumbi, mas não conseguiu evitar a derrota do Leão por 1 a 0 para o São Paulo. Mas, nesta finalização do atacante Ademilson, Magrão teve boa colocação e agilidade para evitar o gol do Tricolor Paulista. Sensacional!
header drible (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)


É certo que o Atlético-GO perdeu mais uma no Brasileirão, a nona em 14 rodadas, mas Joilson pode se orgulhar do bonito chapéu no meia Fellype Gabriel, do Botafogo. No jogo que marcou o primeiro gol de Seedorf com a camisa do time alvinegro, Joilson também teve seu momento de glória
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LONDRES 2012



Zé Roberto e as jogadoras contam como foi o dia de angústia até a hora de entrar em quadra para enfrentar a Sérvia e garantir a classificação às quartas


As meninas acordaram tensas. Sabiam que só entrariam em quadra no fim do dia, às 22h de Londres, e até lá seria um domingo de angústia, contas na calculadora e, acima de tudo, uma secada feroz nas adversárias. Quando a bola finalmente subiu, tudo certo, vitória fácil sobre a Sérvia e classificação para as quartas de final. Mas até lá foram horas intermináveis que as campeãs olímpicas não imaginavam viver a esta altura. Tudo para evitar o que o técnico José Roberto Guimarães via como uma possível "catástrofe".
Seleção feminina de vôlei do Brasil Jogos de Londres (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)Até chegar a esta cena, a seleção feminina de vôlei viveu um domingo tenso (Foto: Kirill Kudryavtsev/AFP)
- Apesar de confiar nas jogadoras, é lógico que eu temia. Seria uma catástrofe. Não queria nem pensar na possibilidade de não classificar, desviei esse pensamento da minha cabeça. Agora quero relaxar um pouco, para então pensar na Rússia - afirmou Zé, citando o adversário das quartas, na terça-feira, às 11h (de Brasília), com transmissão ao vivo do SporTV e acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.
Dormi mal para caramba. Eu sempre descanso à tarde, mas quem disse que consegui pregar o olho? Estava triste a gente se colocou nessa situação, né. Então até acabar o jogo dos EUA, eu estava angustiada"
Thaisa
Para não ser eliminado na primeira fase, o Brasil precisava vencer a Sérvia e torcer por uma vitória dos Estados Unidos sobre a Turquia. Um triunfo da Coreia do Sul sobre a China também ajudaria. E a salada de resultados começou a atormentar a cabeça das jogadoras desde cedo.
- Dormi mal para caramba. Eu sempre descanso à tarde, mas quem disse que consegui pregar o olho? Estava triste porque foi a gente que se colocou nessa situação, né. Então até acabar o jogo dos Estados Unidos, eu estava angustiada - admitiu Thaisa, aliviada após a vitória.
A primeira tarefa do dia foi ingrata. Coreia e China fizeram um jogo morno, cientes de que um tie-break seria o suficiente para garantir as duas equipes na próxima fase - pelo regulamento, a vitória por 3 a 0 ou 3 a 1 vale três pontos; no tie-break, vale dois para o vencedor e um para o perdedor. Resultado arranjado?
Hui Ruoqi na partida de vôlei da China contra a Coreia (Foto: Reuters)China e Coreia do Sul fizeram um jogo morno que interessava para os dois lados (Foto: Reuters)
- As asiáticas têm mania de combinar. Nunca vi a Coreia jogar tão apática. Acho ridículo. As americanas eu sabia que não iam fazer isso - afirmou Thaisa.
E realmente não fizeram. Após um primeiro set preguiçoso, os EUA venceram a Turquia por 3 a 0 e deixaram o Brasil dependendo apenas dele para se classificar. Foi o jogo que tirou a tensão das costas das jogadoras.
Vôlei EUA x Turquia (Foto: Reuters)As americanas fizeram seu papel (Foto: Reuters)
- A gente estava no aquecimento, e não tinha como ficar tranquila. Foi uma noite mal dormida, uma tarde mal descansada. Mas agora zerou tudo, daqui para frente, é outro campeonato - disse Fabiana, um dos destaques do Brasil contra a Sérvia.
A atacante Natália também não escondeu a tensão antes do jogo, mas a exemplo de Fabiana, acredita que a partir das quartas de final a torcida verá uma competição diferente.
- Quando a gente chegou ao ginásio, estava 13/9 para a Turquia no primeiro set. Foi meio apreensivo. Fiquei vendo pelo aplicativo da competição, acompanhando até o último ponto do terceiro set. Nos playoffs, é outro campeonato. O carneiro vira leão, o leão vira carneiro - profetizou
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LONDRES 2012



Dona Olindina revela que a campeã olímpica escondia suco e achocolatado nas viagens. Seu Rogério: 'Quando é pizza, parece que o mundo vai acabar'


Enquanto grande parte dos pais reclamam que os filhos não comem direito, dona Olindina não tem do que se queixar. Muito pelo contrário. Mãe de três meninas (Sâmia, Samara e Sarah) e um menino (João Victor), ela nunca precisou brigar para que eles "limpassem" os pratos. E olha que agora ela tem uma campeã olímpica em casa. Apesar do 1,52m de altura e apenas 48kg, Sarah Menezes é boa de garfo, garante a mãe. O pai, seu Rogério, não faz rodeios e entrega logo a preferência da judoca.
- A Sarah come é tudo. Quando vai comer pizza parece que o mundo vai acabar - conta.
Apesar de o judô ser um esporte que os atletas estão sempre ligados no peso, dona Olindina garante que a filha não tem problemas para emagrecer: "quando precisa, ela fecha a boca". Os treinos pesados com o técnico Expedito Falcão, na capital piauiense, parecem aumentar a fome da menina de 22 anos, que chega em casa e vai direto preparar uma vitamina ou fica mesmo na cajuína - bebida típica do Piauí feita do suco do cajú. Mas o fraco da atleta continua sendo a pizza.
Sarah menezes  (Foto: Raphael Andriolo / Globoesporte.com)Quarto que Sarah divide com o irmão João Victor
(Foto: Raphael Andriolo / Globoesporte.com)
- Quando termina o treino, a Sarah vai direto para o lanche. Ela é boa de garfo, gosta de comer. Nunca nos deu problema com isso. Ela adora uma pizza. Se deixar, come uma inteira sozinha. Ela também gosta de cajuína, mas prefere as vitaminas que ela mesmo faz - revela.
O segredo da mala
No quarto da campeã olímpica, todo arrumado para receber a filha ilustre após a conquista em Londres, a mãe-coruja mostra fotos da judoca pequena, sempre de quimono e no tatame, e as capas dos jornais do dia seguinte do título, que estampam o rosto da piauiense. Com a a juda de seu Rogério, dona Olindina tira de uma mala guardada no alto do armário, todas as faixas que Sarah já usou, da branca até a preta, todas guardadas. 
Já que estamos falando de mala e comida, dona Olindina lembra uma história curiosa e entrega um segredo da filha, que eles só foram descobrir muito tempo depois.
- Nas viagens, a mala dela sempre ultrapassava o peso, e a gente nunca sabia o porquê. Um dia, quando fomos ver, ela levava muito suco e achocolatado nas viagens. Dizia que a comida lá fora era muito ruim - contou a mãe.
Aos 22 anos, Sarah mora e treina em Teresina. É fácil identificar qual a casa da judoca no bairro Bela Vista, na Zona Sul da capital. Uma faixa logo na entrada avisa: "Sarah é Piauí, Brasil é Sarah". Sem quase parar em casa por conta de treinos e competições, a primeira mulher campeã olímpica do judô brasileiro ainda divide o quarto com o irmão caçula, João Victor, que não acha ruim - apesar da bagunça que ambos fazem, reconhece.
Quem entra na casa não demora muito a descobrir qual é o quarto dos irmãos - mais dela do que dele. Uma foto de Sarah toma metade da parede, que também tem uma frase inspiradora: "Para realizar um sonho é preciso acreditar". E a menina que começou no judô aos 9 anos e não trocou a terra-natal pelas grandes capitais acreditou. Acreditou tanto que fez história.
Sarah Menezes (Foto: Raphael Andriolo / Globoesporte.com)Dona Olindina mostra jornais e todas as faixas de judô da filha (Foto: Raphael Andriolo / Globoesporte.com
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Gauchão 2021

Grêmio vence Inter e leva vantagem na final do Gaúcho Para conquistar o título Estadual, o Internacional terá que vencer o confronto por doi...