domingo, 2 de setembro de 2012

CORINTHIANS



Depois de ser levado para o banco de reservas duas vezes, chinês pode ter oportunidade durante período em que Timão poupar titulares visando Mundial


Zizao treina com bola no Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)O chinês Zizao, em treino do Corinthians, no CT
(Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)
Depois de enfrentar o Atlético-MG, neste domingo, às 16h, no Pacaembu, o Corinthians iniciará o período de revezamento dos titulares para evitar lesões em virtude do Mundial de Clubes, marcado para dezembro, no Japão. Quem, finalmente, espera ter uma chance é Zizao. Muito cuidadoso para escalá-lo, o técnico Tite revela que o chinês ainda terá uma oportunidade de atuar.
- Eu disse que era para dar um tempo e botar volume, até para ficar mais à vontade e ter competitividade. Ele fez três ou quatro treinos táticos. Esses dias, ele trombou e eu já disse: “Não vai machucar de novo! (risos)”. Vai chegar o tempo dele – afirmou.
Zizao chegou em março como uma estratégia de marketing para atrair investidores chineses ao Corinthians. Dentro de campo, ele ainda é uma incógnita. Apesar dos elogios feitos pelos companheiros e pela comissão técnica, o jogador ainda não foi aproveitado em nenhuma partida.
Ele ficou no banco de reservas contra a Ponte Preta, dia 15 de abril, em Campinas, pelo Paulistão, e frente ao Internacional, em 16 de agosto, no Pacaembu, pelo Brasileirão. Mesmo com com os pedidos da torcida, não foi colocado em campo. Segundo Tite, por ainda necessitar de um período maior de atividades com grupo e assim passar a entender melhor a maneira de a equipe atuar.
Durante o processo de adaptação, Zizao teve um contratempo que o tirou de ação por mais de dois meses. O jogador lesionou o ombro esquerdo durante um treinamento e precisou passar por uma cirurgia. Ele voltou aos trabalhos no campo somente no fim de julho e recentemente marcou um golaço ao acertar uma “cavadinha” no goleiro Danilo Fernandes
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LONDRES 2012



Quarto melhor na fase classificatória, carioca vence a disputa com 56s35


Andre Brasil
 subirá no degrau mais alto do pódio mais uma vez neste sábado. Medalha de ouro nos 50m livre na sexta-feira, o nadador carioca conquistou sua segunda vitória nas Paralimpíadas nos 100m borboleta da classe S10. Com o quarto melhor tempo da fase de classificação, o brasileiro dominou a prova no Centro Aquático de Londres e venceu a disputa ao cravar 56s35, novo recorde da competição. O russo Dmitry Grigorev, com 56s89, e o sul-africano Achmat Hassiem, com 57s76, completaram o pódio. Outro brasileiro na prova, Phelipe Andrews foi o quinto colocado geral. O pernambucano nadou a distância em 58s79. 
andre brasil  natação paralimpica londres 2012 (Foto: Getty Images)Andre Brasil bate recorde paralímpico e leva seu segundo ouro em Londres (Foto: Getty Images)
andre brasil Phelipe Rodrigues natação paralimpica londres 2012 (Foto: Getty Images)Andre cumprimenta o compatriota Phelipe Andrews,
quinto colocado na prova  (Foto: Getty Images)
Esta foi a terceira medalha paralímpica de Andre na capital britânica. Além do ouro nos 50m livre, conquistado com a quebra de seu próprio recorde mundial (23s50), o atleta brasileiro faturou a prata nos 200m medley. Aos 28 anos, ele pretende subir ao pódio em todas as oito provas em que foi inscrito. Resta ainda cair na água nos 100m e 400m livre, nos 100m costas e nos revezamentos 4x100m livre e 4x100m medley, em que faz parte do quarteto titular.

Adriano de Lima é o sétimo nos 400m livre
Na classe S6, Adriano de Lima foi o sétimo colocado na final dos 400m livre. O potiguar manteve-se na quinta colocação até os 100 metros finais, mas perdeu fôlego e caiu duas posições, fechando o percurso em 5m33s79. O pódio foi formado pelo irlandês  Darragh McDonald, único a nadar abaixo da casa dos cinco minutos (4m55s56), o sueco Anders Olsson (5m03s44) e o britânico Matthew Whorwood (5m11s59).
Natação - Adriano de Lima jogos paralimpicos londres 2012 (Foto: Buda Mendes/CPB)Adriano de Lima termina em sétimo lugar nos 400m livre (Foto: Buda Mendes/CPB
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BRASILEIRAO 2012



Mesmo em boa fase, Gladiador tem alto índice de advertências no Brasileirão. Lidera o ranking de faltas sofridas e cometidas no Grêmio


Sandro Meira Ricci expulsa kleber grêmio (Foto: Cesar Greco / Agência Estado)Sandro Meira Ricci expulsa Kleber
(Foto: Cesar Greco / Agência Estado)
Mesmo em boa fase, participando de lances decisivos e marcando gols importantes,Kleber convive com o fantasma dos cartões no Olimpico. Chegou a sua quarta suspensão em 16 jogos no Brasileirão e ainda carrega a dupla missão de ser caça e caçador. É do Gladiador a liderança dos rankings de expulsões, faltas sofridas e cometidas no Grêmio. 

Kleber alcançou a quarta suspensão logo após o 18º minuto do confronto com o Palmeiras, no sábado, pela 21ª rodada do Brasileirão, um empate sem gols. Foi expulso por falta sobre Henrique. Cumprirá o "gancho" diante do Atlético-GO, na próxima quarta-feira.
Dos 21 jogos do Tricolor gaúcho no Brasileirão, o atacante esteve presente em 16. O vermelho diante do Verdão foi o segundo na competição. Antes, já havia sido expulso contra o Fluminense, pela 12ª rodada, quando marcou o gol da vitória. É o jogador gremista mais excluído das partidas. E não só isso. Também acumula seis amarelos, número inferior apenas ao do volante Fernando (com sete).
Kleber no Brasileirão
16 jogos
4 gols
2 vermelhos
6 amarelos
4 suspensões
44 faltas cometidas
58 faltas recebidas
A preocupação com mais uma ausência pelos cartões é tamanha que o próprio camisa 30 pediu desculpas ao torcedor e prometeu mudar sua postura, para evitar ser um alvo menos frequente das advertências dos árbitros.
- Eu peço perdão ao torcedor, principalmente, porque poderíamos ter conquistado três pontos e não conseguimos. Se tem alguém que sofre mais com isso que o próprio torcedor sou eu. Não vou falar mais. Se eu sofrer uma falta, vou levantar e seguir o jogo, porque não adianta eu falar - promete.

Gladiador, de caça a caçador
A explicação de Kleber se justifica. Ninguém sofreu mais faltas do que ele entre os comandados de Vanderlei Luxemburgo. Até o momento, são 58 no Brasileirão. Só que, se os números apontam que o camisa 30 é "caçado" pelos adversários, eles também mostram que os cartões em profusão decorrem de sua intensa participação e marcação sobre os rivais.

Embora seja atacante, é quem mais cometeu infrações no time do Grêmio. Com as duas faltas cometidas diante do Verdão, chegou a 44 na competição, uma à frente de Fernando, que, em tese, tem mais ocupações defensivas. 
E é exatamente esse estilo "brigador" o alvo da insatisfação de Vanderlei Luxemburgo, que prefere ver Kleber da maneira que o próprio Gladiador prometera. Ou seja, em versão mais "light".
- Eu tenho que conversar com o Kleber, bater um papo. Ele tem um estilo que precisa mudar, não adianta. Existe um corporativismo (de árbitros) e eles olham os jogos. Eles sabem que o Kleber gosta de choque, e isso é ruim. Não existe falta nele. Ele já se quebrou e ficou dois meses parado. Se não entender que precisa jogar bola, vai ser quebrado de novo (em referência à lesão no início do ano, no Gauchão, que o afastou por dois meses e meio dos campos) - avaliou o técnico.
Enquanto não pode cumprir a promessa, Kleber terá que torcer pelo Grêmio vencer o Atlético-GO nesta quarta-feira, às 20h30, no Olímpico. Sem o Gladiador, o time de Luxa perde o vice-artilheiro na temporada, com 13 gols - quatro deles no Brasileirão. O Tricolor volta aos treinamentos na segunda-feira, no Olímpico
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SERIE B



Vitória nunca deixou de usar a base na Série B e já colocou oito crias em campo em uma única partida. Bahia prefere dar vez a atletas experientes


Duas bases, dois pesos, duas medidas. Separados por pouco mais de 17 km, os Centros de Treinamento do Fazendão, do Bahia, e da Toca do Leão, do Vitória, mostram faces diferentes do uso das suas crias. Enquanto o Vitória, tradicional revelador de jogadores do futebol brasileiro, promove de forma natural e gradativa os jogadores das divisões de base, o Bahia opta por um processo de espera ou maior lapidação dos jovens, antes de promovê-los a profissionais. Nos últimos anos, o Tricolor tem apostado em idas ao mercado, ainda que muitas vezes para trazer jogadores com idade equivalente à das crias do Fazendão em condições de jogar no time profissional.
Coincidência ou não, os dois clubes vivem momentos distintos nos campeonatos que disputam, o Bahia na Série A e o Vitória na Série B. O Rubro-Negro é líder isolado da Segundona, com um elenco mesclado entre jogadores rodados – ainda que jovens – e crias das divisões de bases, alguns saídos recentemente da categoria júnior. A média de idade do Vitória é de 24 anos.
jussandro; rafael; gabriel (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/Divulgação)Jussandro, Gabriel e Rafael representam a base do Tricolor (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/Divulgação)
Por outro lado, lutando há duas temporadas contra o rebaixamento na Série A, o Bahia repete a formula que não deu certo em 2011 – ainda que acompanhada do discurso de que o time foi campeão estadual na temporada. Com um elenco cheio de medalhões e veteranos, o Tricolor prefere apostar pouco nas suas crias, apesar do recente sucesso destes em competições de base, incluindo o vice-campeonato na Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2011.
victor ramos; willie; leilson (Foto: Felipe Oliveira / EC Vitória / Divulgação)Victor Ramos, Willie e Leilson representam as crias da Toca (Foto: Felipe Oliveira / EC Vitória / Divulgação)
Nas 20 rodadas em que entrou em campo, o Bahia usou no máximo três jogadores formados nas suas divisões de base por jogo. Isso aconteceu apenas duas vezes. Na terceira rodada, no empate com o Atlético-MG, Omar, Ávine e Gabriel estiveram em campo. O fato só se repetiu na 20ª rodada, no triunfo de 3 a 1 sobre o Santos, quando Omar, Jussandro e Gabriel representaram os jogadores formados na casa. Na maioria das vezes (9), o time teve apenas um atleta da base começando como titular. Em outras quatro ocasiões, dois atletas formados na base começaram jogando. Além disso, em duas rodadas (12ª e 18ª) nenhum jogador formado pelo clube esteve em campo.
Pelo lado do Vitória, o número mais comum é de quatro jogadores em campo como titulares. Isso aconteceu em oito das 20 rodadas. Em todas as partidas, pelo menos três jogadores criados na Toca do Leão estiveram em campo. Na mais emblemática das rodadas, a 12ª, diante do Atlético-PR, oito jogadores da base foram utilizados. Sete deles começaram a partida como titulares. Nas duas rodadas seguintes, 13ª e 14ª, Paulo César Carpegiani usou sete jogadores da base por jogo.

Roupa de homem não dá em menino
Jussandro, lateral do Bahia (Foto: Imagens/TV Bahia)Jussandro só ganhou oportunidade na 19ª rodada
da Série A (Foto: Imagens/TV Bahia)
No Bahia, o ditado popular que diz “roupa de homem não dá em menino” parece ser um mantra a ser seguido. A frase, que costumava ser dita pelo campeão brasileiro pelo Bahia, Evaristo de Macedo, se materializa nos números do Tricolor no campeonato. Apenas sete jogadores da base foram usados pelo time principal nesta Série A.
O caso da lateral esquerda é um dos mais emblemáticos. Em oito das 20 rodadas disputadas pelo Bahia, o time entrou em campo sem um lateral-esquerdo de origem. Titular da posição, Ávine disputou oito partidas. Reserva imediato, contratado durante o campeonato estadual, Gerley disputou duas partidas como titular. O lateral de 21 anos não agradou nem a Falcão nem a Caio Júnior, e foi rebaixado para jogar na equipe B do Tricolor.

Somente na 19ª rodada, Jussandro ganhou uma oportunidade no time titular. Caio Júnior, que vinha escalando o volante Hélder na posição, atendeu aos apelos da torcida e de parte da imprensa e decidiu escalar o lateral de 21 anos. Apesar de se mostrar afoito em alguns lances, o lateral deu qualidade ao time, que voltou a ter a bola de linha de fundo com um dos seus recursos.
Em abril, durante o Campeonato Baiano, Falcão, que começou fazendo um bom uso da base, promoveu Jussandro ao time principal. Na ocasião, o Bahia venceu o Atlético-BA, mas o treinador deixou claro que não fazia parte dos seus planos manter tanta juventude no time e relatou uma brincadeira feita com o lateral.
- O Jussandro também me agradou. No começo ele teve dificuldades, mas não por culpa dele. Ele foi bem. Fez um grande jogo. No final ainda brinquei com ele no vestiário: ‘Jogar jogo de homem é difícil, não é?’ - disse Falcão na época.
Jussandro bahia (Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia / Divulgação)Jussandro agradece o carinho da torcida em Pituaçu (Foto: Felipe Oliveira / EC Bahia / Divulgação)
Quatro meses depois, Jussandro mostra que, em jogo de homem, os garotos podem ter vez. Enquanto Ávine continua sob tratamento de fortalecimento ósseo para se recuperar de uma lesão na cartilagem do joelho direito, Jussandro deve ser o titular da posição. O garoto admite diferenças em questões físicas da base para o profissional, mas promete uma adaptação rápida, sem esquecer de agradecer à torcida que pediu a sua presença.
- Eu fiquei muito feliz com a torcida pedindo para me colocar. Com isso dá para ver que meu trabalho está sendo bem feito, e fico contente porque a torcida tem esse carinho especial por mim. A gente sabe que base é base, e profissional é profissional, as coisas são diferentes. E o preparo físico muda. A gente sente um pouco o ritmo, mas, com trabalho e paciência, a gente consegue acompanhar. O importante é ter confiança. Depois que pega, você consegue se adaptar rápido – disse Jussandro ao GLOBOESPORTE.COM
gabriel atacante do bahia (Foto: Reprodução/TV Bahia)'Base sem base', Gabriel é o maior joia criada pelo
Bahia nos últimos anos (Foto: Reprodução/TV Bahia)
Além do pouco aproveitamento dos jogadores da base, as crias do Bahia enfrentam problemas de ordem médica. Promovido para o grupo de profissionais em 2012, o lateral direito Madson não jogou nenhuma partida pela Série A por conta de problemas de contusão. Com duas lesões musculares, o lateral só voltou a ficar à disposição para jogar na 20ª rodada e, ainda assim, ficou no banco, uma vez que o titular da posição agora é Neto. Este último foi contratado na 10ª rodada da competição, mas só estreou oito jogos depois, contra o Náutico. Durante 18 rodadas, o Bahia jogou sem um especialista na lateral direita.
Outra curiosidade é que o jogador da base que mais atuou pelo Bahia nesta Série A foi o meia-atacante Gabriel. No entanto, o jogador não é exatamente uma cria das categorias inferiores do clube. O camisa 10 tricolor foi descoberto em um campo de várzea de Salvador há cerca de dois anos, portanto teve uma passagem relâmpago pela base do clube baiano. Apesar do pouco tempo de categoria, Gabriel admite que a transição é complicada. Para ele, a pressão é o maior adversário dos recém-promovidos.
- Dificuldade não tem quem não sinta. A transição da base para o profissional é difícil, mas o grupo acolhe ali, e a gente segue em frente trabalhando. É preciso pedir muita paciência dos treinadores e trabalhar firme, porque a oportunidade vai sempre aparecer. Tem que mostrar para que veio, porque a pressão é muito maior no profissional. Mas no jogo é onze contra onze, e acho tudo igual – garantiu o xodó da torcida tricolor.
Já Vander é um reserva de luxo. O meia disputou sete partidas na competição e foi titular em apenas duas. Além de Jussandro, Gabriel e Vander, as outras crias da base que vestiram a camisa do Bahia na Série A de 2012 foram Ávine (seis partidas), Rafael (quatro partidas), Omar (duas partidas) e Dudu (uma partida).
Para Dudu Fontes, preparador físico do Bahia, os jogadores que chegarm precisam de mais preparo físico para adentrar ao time profissional.
- Jogadores da base precisam de mais lastro físico. São jogadores jovens. Não suportam essa carga de trabalho mais intensa. É uma quantidade de trabalho maior do que eles têm na base.
Santo de casa faz milagre
No dia 21 de julho, o Vitória entrou em campo contra o Atlético-PR, no Gigante do Itiberê, em Paranaguá, pela 12ª rodada da Série B. Entre os 11 titulares, sete jogadores foram formados na base do Leão. Gustavo, Dankler, Victor Ramos, Gabriel, Uelliton, Leilson e Marquinhos mostraram o potencial que a Toca tem. Willie ainda saiu do banco de reservas para que o Vitória chegasse ao significativo número de oito jogadores da base utilizados. O triunfo de 1 a 0, com gol de Leilson, mostrou que, sempre que precisar, Carpegiani pode contar com os meninos da Toca. O treinador faz questão de deixar claro que os contratados não têm preferência diante das crias rubro-negras.
- Acho que futebol é uma renovação constante. Quando eu coloco um jogador e ele me dá uma resposta, fico pensando como vou fazer para mantê-lo no time. Se um menino da base vai bem, ele permanece jogando – disse o treinador.
ednilson sena, preparador físico do vitoria (Foto: Thiago Pereira/Globoesporte.com)Senna destaca a integração base-profissional
(Foto: Thiago Pereira/Globoesporte.com)
Para o preparador físico do Vitória, Ednilson Senna, a integração entre divisão de base e profissionais é o segredo do sucesso rubro-negro. Para Senna, o trabalho desenvolvido nas categorias anteriores à profissional é fundamental para que os jogadores promovidos não sejam devolvidos para o júnior.
- Procuramos nos preocupar desde cedo com os meninos da base. Temos um programa de talentos que trabalha o grupo como um todo, mas dedica atenção especial para jogadores com grande potencial. O Vitória possui um departamento de futebol integrado. Os mesmos médicos que tratam do grupo profissional tratam também dos meninos da base. E é assim também com os preparadores físicos e os demais profissionais do clube. Os nossos jogadores da base recebem tratamento profissional. Isso contribui muito para que os jogadores promovidos fiquem no grupo de cima em vez de bater e voltar – disse Senna.
Uma das situações que chama atenção no grupo do Vitória é a do lateral Mansur – que disputou sete partidas como titular nesta Série B. Cria da base do Bahia, Mansur não foi computado como jogador da base do Vitória. O lateral era reserva de Jussandro na base do Bahia, mas, assim que chegou ao Vitória, assumiu a titularidade.
- Às vezes o jogador que sobe da base precisa de um carinho maior para render. Foi assim com o Mansur. Ele era reserva do júnior no Bahia, veio para o Vitória e aproveitou uma necessidade do time para se firmar no elenco profissional. Ele tem boa capacidade física e deu conta do recado. É jovem, poderia até estar na disputa da Taça BH, mas o Carpegiani preferiu mantê-lo aqui – contou Senna.
jussandro, lenine e mansur - base do Bahia (Foto: Felipe Oliveira/Site Oficial)Mansur, à direita, era da base do Bahia até 2011. Na foto, ele aparece no CT do Bahia, ao lado de Jussandro, à esquerda, e Lenine, no centro, (Foto: Felipe Oliveira/Site Oficial)
O preparador também lembra o histórico do clube baiano em revelar jogadores e exemplos de sucesso na mescla entre atletas experientes e formados nas categorias de base.
- Desde o início dos anos 90, a base do clube tem dado frutos. Realmente passamos alguns anos sem utilizar esse critério. Ficamos contratando atletas de outros times. Mas voltamos a buscar os jogadores que precisamos nas nossas categorias de base. O Vitória conseguiu seus melhores resultados quando mesclou jogadores experientes com outros formados nas categorias de base do clube. Temos como o exemplo o vice-campeonato brasileiro de 93 e também da Copa do Brasil, em 2010. Foi assim que mantivemos a hegemonia regional nos últimos anos. Nessa Série B, já teve jogo que o time terminou com oito jogadores formados pela base – lembrou o preparador.
willie, meia do vitoria (Foto: Thiago Pereira/Globoesporte.com)Atacante Willie é o novo xodó da torcida do Vitória
  (Foto: Thiago Pereira/Globoesporte.com)
Uma das revelações do time do Vitória, o jovem Willie faz coro com o tricolor Jussandro e ressalta a dificuldade física de acompanhar o ritmo dos demais - ainda que, em campo, mostre que isso não é problema.
- No profissional, o desgaste físico é maior do que no júnior. É muito mais puxado. Exige mais preparo – disse.
Porém, para o jovem Willie, que brilhou na Copa São Paulo de Futebol Júnior deste ano, o maior problema entre profissionais é outro.
- O mais difícil para mim foi aprender a obediência tática. No júnior todo mundo joga por posição. Já no grupo de cima temos funções dentro de campo. Para mim, o Carpegiani pede para atacar quando estamos com a bola e marcar o lateral adversário quando estamos sem. Tive que aprender a recompor quando subi – disse o atacante.
Willie também reforça a integração entre base e profissional destacada por Ednilson Senna e, com gratidão, lembra do trabalho do treinador da categoria júnior.
- O Carlos Amadeu tem muita experiência. Ele me ajudou muito. Treinei com ele por dois anos. Sempre pedia para que eu fosse para cima do zagueiro adversário, driblar em velocidade. Disse que, quando eu subisse para o profissional, tinha que continuar sendo abusado dentro de campo – lembrou o atacante.
Com um histórico de quem já revelou heróis com Charles, Dida, Uéslei, Vampeta, Marcelo Ramos, Alex Alves, David Luiz, Daniel Alves e outros tantos, o torcedor baiano espera que suas crias continuem a ter oportunidades e ajudar tanto a Bahia quanto a Vitória a chegarem longe. Neste momento, o Rubro-Negro, dono da melhor campanha da história recente da Série B, é quem dá o exemplo. O Bahia, que, para ser campeão brasileiro em 88, precisou do brado popular para ter em campo jovem Charles, conhece bem a história: dar vez ao seus púpilos pode ser uma grande oportunidade de ajudar a retomar o caminho do sucesso
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Gauchão 2021

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