Classificado com o sexto tempo para a final, francês Florent Manaudou conquista o ouro, enquanto o americano Cullen Jones termina em segundo
O olhar era de desolação. Depois de quatro anos de domínio absoluto nos 50m livre, foi difícil olhar para o placar e ver que a coroa lhe tinha sido tirada. Enquanto Florent Manaudou se assustava ao perceber o que tinha acabado de fazer, Cesar Cielo tentava aceitar que seu esforço não tinha sido suficiente para vencer a prova. Queria o bicampeonato, se igualar a Alexander Popov e Gary Hall Jr., mas teve de se contentar com a medalha de bronze. O francês não era cotado como um dos favoritos. Fez o melhor tempo da vida (21s34) e derrubou o rei. O americano Cullen Jones ficou com a prata (21s54), seguido por Cielo (21s59). Dois centésimos depois chegou Bruno Fratus.
O rosto entregava o que as palavras tentavam esconder. Cielo estava chateado, sem entender muito bem o que tinha acontecido. Apostou na véspera: a briga pelo ouro ficaria entre americanos e brasileiros. Nunca com Manaudou, que tinha passado à final com o sexto tempo. A surpresa foi grande. Cielo não achou que tenha nadado tão mal, mas ao mesmo tempo dizia não estar totalmente satisfeito. Repetia que não estava totalmente triste, embora não tenha contido as lágrimas quando viu os pais na arquibancada.
- Não foi uma tristeza completa porque peguei medalha. Acho que poderia ter feito melhor sim, pelo menos o melhor tempo da minha vida (21s38 sem os trajes). Mas o francês fez uma grande prova e mereceu ganhar. Fiz o melhor que tinha desde a baliza até a parede. Fiquei a dois décimos do meu melhor, mas infelizmente não deu. Acho que o cansaço acabou comprometendo. Fui o único dali dos oito que nadou os 100m livre desde as eliminatórias e fui direto para os 50m. E nos 50m você precisa estar descansado de outras provas. Quando chegou a hora de nadar essa prova, eu já estava um pouco queimado de velocidade e faltou um pouquinho para conquistar o ouro - disse Cielo.
Recordista mundial da distância, o brasileiro admitiu que as pernas não responderam ao seu comando como de costume. A prova no bloco não foi tão boa. Chegou até a pensar que tinha batido na borda na frente de Cullen Jones, que contou com a torcida de Kobe Bryant & Cia. Não deu. Em Pequim-2008, Cielo passou pela mesma rotina. Nadou primeiro os 100m e depois os 50m. Subiu ao pódio nas duas. Desta vez, o aproveitamento não foi o mesmo e o fez repensar a escolha.
- Acho que eu não nadaria os 100m livre. Acho que não seria necessário gastar minha energia na prova dos 100m, mas a gente arriscou e esta aí o que aconteceu, não dá para voltar atrás. Agora é tentar melhorar e pensar nas próximas competições, nessa agenda, ver se vai valer a pena nadar. Quero pensar um pouquinho em férias e depois pensar no que fazer para melhorar, já que o francês está nadando bem. O que importa é que ganhei mais uma medalha importante e bola pra frente.
No pódio, Cielo cumprimentou Manaudou. O nadador de 21 anos, até então conhecido como o irmão caçula da medalhista olímpica Laure, não sabia se ria ou se respirava fundo durante a cerimônia de premiação. Parecia não esperar estar ali. Mas mostrou que aprendeu direitinho as lições dadas por Fred Bousquet, ex-recordista mundial. Foi com o cunhado, um dos principais rivais do brasileiro, que ele aprendeu a nadar melhor a prova.
No pódio, Cielo cumprimentou Manaudou. O nadador de 21 anos, até então conhecido como o irmão caçula da medalhista olímpica Laure, não sabia se ria ou se respirava fundo durante a cerimônia de premiação. Parecia não esperar estar ali. Mas mostrou que aprendeu direitinho as lições dadas por Fred Bousquet, ex-recordista mundial. Foi com o cunhado, um dos principais rivais do brasileiro, que ele aprendeu a nadar melhor a prova.
- É uma boa surpresa conquistar essa medalha. Fiz o melhor tempo da minha vida e fui campeão olímpico com a mesma idade que Cielo em 2008. Estou muito surpreso e feliz. Sobre o segredo de ser tão rápido, sinceramente não sei. Eu cheguei aqui para entrar na final, em que raia fosse. E talvez, por não estar nas três raias principais, tenha ficado mais relaxado. Aprendi a nadar os 50m com o Fred e depois desenvolvi meu estilo - afirmou.
Bruno Fratus foi rápido. Mais veloz do que todas as outras vezes que disputou essa prova na vida. Por isso mesmo, foi difícil aceitar ter batido na trave, ter ficado fora do pódio por apenas dois centésimos.
- Você passa bastante tempo se preparando, se dedicando a um ideal, e quando chega a final fica em quarto por essa diferença. Não sei se chegou a ser uma frustração. Acho que foi uma decepção e estou triste. Eu nadei mais rápido que ontem, me superei mais uma vez... Se soubesse que ficaria por pouquinho, faria algo diferente. Não foi ótimo, mas estou com a minha consciência tranquila. Fiz tudo o que pude, saio satisfeito. Está por vir um ciclo de quatro anos bem produtivo para mim - disse.
Sobre a vitória de Florent Manaudou, ele lembrou o que tinha dito na véspera.
- As Olimpíadas são assim, né? Isso está acontecendo desde o primeiro dia. Eu disse que da raia 1 a 8 qualquer um podia vencer.
Confira a classificação final dos 50m livre:
1º Florent Manaudou (França): 21s34
2º Cullen Jones (EUA): 21s54
3º Cesar Cielo (Brasil): 21s59
4º Bruno Fratus (Brasil): 21s61
5º Anthony Ervin (EUA): 21s78
6º Roland Schoeman (África do Sul): 21s80
7º George Richard Bovell (Trinidad e Tobago): 21s82
8º Eamon Sullivan (Austrália): 21s9
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2º Cullen Jones (EUA): 21s54
3º Cesar Cielo (Brasil): 21s59
4º Bruno Fratus (Brasil): 21s61
5º Anthony Ervin (EUA): 21s78
6º Roland Schoeman (África do Sul): 21s80
7º George Richard Bovell (Trinidad e Tobago): 21s82
8º Eamon Sullivan (Austrália): 21s9
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