sábado, 25 de agosto de 2012

CLASSICOS



Ação de marketing coloca alvinegros e tricolores em campo antes do clássico e ganha vaias das torcidas rivais no Pacaembu

Torcedores de Palmeiras e Santos que foram ao Pacaembu acompanhar o clássico deste sábado, pelo Campeonato Brasileiro, tomaram um susto cerca de meia hora antes do jogo. O sistema de som do estádio começou a anunciar as escalações de Corinthians e São Paulo, que só jogam no domingo, e “jogadores” com os uniformes das duas equipes entraram em campo. A brincadeira era ação de marketing de uma seguradora.
São Paulo e Corinthians falsos no Pacaembu (Foto: Diego Ribeiro/Globoesporte.com)São Paulo e Corinthians 'falsos' em campo no Pacaembu (Foto: Diego Ribeiro/Globoesporte.com)
Por cerca de cinco minutos, o telão do Pacaembu exibiu as escalações e também o placar de Corinthians e São Paulo. Do lado de fora, fogos de artifício anunciaram o início da partida falsa. Os times até perfilaram para a execução do hino nacional, e só depois disso é que a brincadeira foi revelada.
Palmeirenses e santistas, porém, não gostaram nada da brincadeira. Com muitas vaias, os alviverdes, maioria no Pacaembu, começaram a cantar o hino do clube. No fim, porém, tudo ficou em clima de paz. A justificativa usada para enganar os torcedores foi uma suposta “mudança de calendário”. Corinthians e São Paulo se enfrentam neste domingo, às 16h, também no Pacaembu.
São Paulo e Corinthians falsos no Pacaembu (Foto: Diego Ribeiro/Globoesporte.com)Em dia de Palmeiras x Santos, placar do Pacaembu mostra jogo errado (Foto: Diego Ribeiro/Globoesporte.com
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CLASSICOS


A CRÔNICA
O Atlético-PR venceu o Paraná Clube por 2 a 1, na tarde deste sábado, manteve duas escritas e se aproximou do G-4 da Série B do Campeonato Brasileiro. O volante João Paulo e o lateral-esquerdo Pedro Botelho - em lance que pode ter dominado a bola com o braço  - marcaram os gols rubro-negros, e o lateral-direito Paulo Henrique descontou para o Tricolor, na Vila Capanema, pela 19ª rodada. O jogo teve público de 9.241 pagantes (um total de 10.386 presentes), para uma renda de R$ 196.155,00.
O Furacão ampliou duas invencibilidades contra o rival. Não perde desde março de 2008 para o Paraná Clube, chegando à oitava vitória seguida, e também não é superado no clássico como visitante desde julho de 2006. Nos últimos nove jogos na casa tricolor, sete triunfos do time da Baixada e dois empates.
Com o resultado, o Atlético-PR chega aos 32 pontos e fica a dois pontos do G-4, em sexto lugar. Na terça-feira, tenta a quinta vitória seguida, contra o Joinville, às 19h30m (de Brasília), no Estádio Gigante do Itiberê.
O Paraná Clube continua no 11°lugar, com 26 pontos. Tenta a recuperação contra o Guarani, também na terça, às 19h30m, no Estádio Brinco de Ouro da Princesa.
Paulo Henrique e Ricardo, Paraná x Atlético-PR (Foto: Heuler Andrey / Agência Estado)Paulo e Felipe disputam a bola, observados por Ricardo (Foto: Heuler Andrey/Agência Estado)
Festa atleticana; reclamação paranista
Os times entraram em campo com as formações consideradas ideais. O Paraná Clube, com o retorno do lateral-direito Paulo Henrique e do zagueiro Alex Alves, atuou no 4-4-2, com os atacantes Arthur e Wendel na frente. O Atlético-PR, com o mesmo time da vitória por 1 a 0 sobre o Criciúma, no fim de semana passado, jogou no 4-5-1, com um quarteto ofensivo - formado pelos meias Henrique, Elias e Felipe e o atacante Marcão.
O jogo começou bastante equilibrado, concentrado no meio-campo e sem lances de gol. Isso até os 11 minutos, quando os mandantes assustaram em dose dupla. Primeiro, Wendel lançou o meia Fernandinho, que soltou a bomba, mas o goleiro Weverton espalmou para escanteio. O meia Lucio Flavio cobrou, e a bola sobrou para Wendel, que bateu de primeira, para nova intervenção do camisa 1 rubro-negro.
O Atlético-PR respondeu também em dose dupla, mas de forma precisa. Aos 14 minutos, o volante João Paulo, que já defendeu o Tricolor, cobrou falta da entrada da área, no canto do goleiro Luis Carlos, para abrir o placar. E, aos 21, o meia Elias lançou o lateral-esquerdo Pedro Botelho. Ele dominou e bateu cruzado para ampliar o marcador. Festa da torcida rubro-negra e reclamação dos paranistas, que pediram impedimento e toque no braço do camisa 6 no lance.
- Não teve braço nenhum. O gesto dá a entender que tocou, mas não encostou, não - afirmou Pedro Botelho depois, na saída para o intervalo.
Pedro Botelho, Paraná x Atlético-PR (Foto: Franklin de Freitas / Agência Estado)Pedro Botelho comemora o segundo gol do Atlético-PR (Foto: Franklin de Freitas / Agência Estado)
O técnico Ricardinho, irritado com a atuação do time, fez a primeira mudança ainda no primeiro tempo. Aos 33, para dar mais ofensividade ao Tricolor, tirou o volante Zé Luis e colocou o meia Welington. O Paraná Clube até avançou a marcação, passou a trocar passes no campo de ataque e não viu mais o Atlético-PR ameaçar. Porém, com Lucio Flavio vigiado de perto por João Paulo e Fernandinho marcado por Deivid, a equipe sofria para criar jogadas. Quando o camisa 10 teve liberdade, tocou para o lateral-direito Paulo Henrique, que bateu rasteiro. Weverton falhou, e a bola entrou, para festa da torcida tricolor.
Tricolor desconta, mas Furacão vence
O Paraná Clube voltou com o mesmo time para a etapa final, e o técnico Ricardo Drubscky promoveu uma alteração no Atlético-PR: um meia por outro, Elias por Paulo Baier. E, assim como no início do jogo, o segundo tempo começou equilibrado. O Furacão tentou ameaçar com o maestro, mas o zagueiro Alex Alves afastou o perigo. Com o meio-campo apagado, Ricardinho também mexeu. Trocou o atacante Wendel pelo meia Luisinho. Foi o Rubro-Negro, porém, quem assustou. O meia Henrique chutou de fora da área, e o goleiro Luis Carlos defendeu em dois tempos.
Os visitantes voltaram a assustar aos 21. O volante Deivid cruzou da direita, e o atacante Marcão cabeceou rente à trave paranista. Na sequência, Ricardo Drubscky fez as duas últimas alterações. O meia Zezinho entrou no lugar de Felipe, e o volante Derley substituiu Deivid. Mas o duelo continuou equilibrado. O Tricolor tentou, de forma desordenada, chegar ao empate, e o Furacão não aproveitou os contra-ataques.
Em rara oportunidade, o lateral-esquerdo Wendell Borges chutou cruzado e quase surpreendeu Weverton. Na cobrança do escanteio, Arthur cabeceou direto para fora. O técnico Ricardinho também fez a última mudança: o volante Ricardo Conceição pelo atacante Geraldo. O Tricolor até tentou uma pressão nos últimos minutos, em cruzamentos para a área e chutes de longe, mas parou na defesa rubro-negra. No fim, o meia Paulo Baier ainda foi expulso. Nada que atrapalhasse a festa do Furacão.

CLASSICOS


A CRÔNICA
Thiago Neves tinha feito dois gols ao longo de todo o Campeonato Brasileiro. Neste sábado, na 19ª rodada, o camisa 10 do Fluminense brilhou e, em 90 minutos, igualou seu desempenho das outras 18. Foram dele os gols tricolores na vitória por 2 a 1 sobre o Vasco, no Engenhão. Gum (contra) anotou o gol dos vascaínos em jogo recheado de lances polêmicos com relação à arbitragem.
Com o resultado, o Fluminense se mantém em segundo lugar, agora com os mesmos 42 pontos do líder Atlético-MG, porém com uma vitória a menos. O Galo, que vai a campo neste domingo, contra o Cruzeiro, no Indepêndência, tem dois jogos a menos que o Flu no momento. O Vasco aparece em terceiro lugar, com 35 pontos. O time não vence há quatro rodadas (três derrotas e um empate).
Na próxima rodada, quarta-feira, o Fluminense recebe o Corinthians, no Engenhão. O Vasco visita o Grêmio, no Olímpico, no mesmo dia.
Flu tem gol anulado. Lance é polêmico
O Vasco entrou em campo sem Eder Luis, machucado. Wiliam Barbio assumiu a vaga de companheiro de ataque de Alecsandro. Havia a expectativa pela escalação de Tenorio, mas o técnico Cristóvão Borges explicou que o equatoriano só está liberado para jogar um tempo de jogo e, por isso, resolveu guardá-lo para a etapa final. Felipe ficou como opção no banco. Carlos Alberto compôs o meio junto a Juninho.
No lado do Flu, que entrou no gramado com camisas em homenagem ao ex-goleiro Félix, ídolo do clube morto na sexta-feira, o técnico Abel Braga teve os retornos de Bruno e Wellington Nem, que estavam machucados, e também de Edinho e Fred, que cumpriram suspensão na rodada passada. Deco e Anderson, bem como o reserva Marcos Júnior, ainda com lesões musculares, seguem fora.
Wagner e Carlos Alberto, Vasco x Fluminense (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)Wagner toca a bola observado por Carlos Alberto (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
O jogo começou com o Vasco buscando mais o ataque, principalmente pelo lado direito, com subidas de Wiliam Barbio. O time chegou a rondar a área tricolor, mas não conseguiu criar chances cristalinas de gol. Aos poucos, o Flu passou a ter mais a bola e ficou melhor na partida.
Na primeira boa chegada do Tricolor, o time achou o caminho do gol. Carlinhos cruzou da esquerda e Fred cabeceou para a rede. O atacante, porém, não pôde correr para o abraço. O árbitro Marcelo de Lima Henrique marcou falta de Fred em Douglas e anulou o gol. O camisa 9 tricolor reclamou muito no lance.
O primeiro tempo seguiu com ligeiras melhoras e pioras das duas equipes. O Vasco ameaçava com bolas levantadas por Juninho, que jogou com a camisa 114, em referência ao aniversário do clube, celebrado nesta semana. A melhor chance vascaína na etapa inicial se deu aos 24, quando Barbio avançou bem pela direita e serviu Alecsandro na área. O camisa 9 bateu e Gum apareceu para salvar, de carrinho.
Fred, Gol anulado, Vasco x Fluminense (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)Fred reclama com o árbitro Marcelo de Lima Henrique (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
O Fluminense, antes do intervalo, ainda ameaçou em cabeçada de Wellington Nem, para fora. No Vasco, um lance chamou atenção: Auremir cruzou da direita e a bola bateu no braço de Jean, colado ao corpo. A arbitragem mandou seguir. As equipes, que deram muita ênfase à marcação, terminaram o primeiro tempo com 50% de posse de bola cada uma.
Na volta para o segundo tempo, os treinadores não fizeram substituições. O jogo recomeçou mais veloz e a primeira boa chance foi do Vasco. Aos 4, Carlos Alberto fez grande jogada pela direita e rolou para Barbio. O camisa 44 bateu em direção à pequena área, em busca de Alecsandro, e Bruno fez o corte parcial. O artilheiro, de costas para o gol, emendou de calcanhar. A bola tinha endereço certo, mas Bruno mandou para escanteio com o biquinho da chuteira.
O Fluminense respondeu de imediato. Aos 6, Nem lançou Wagner, que entrou livre pela ponta esquerda e rolou para o meio da área, tentando devolver a bola a Nem. Douglas apareceu para cortar. Depois, aos 12, o Flu chegou novamente com perigo. Thiago Neves bateu e Prass espalmou para a frente. A zaga afastou o perigo.
Arbitragem gera reclamações. De novo
A primeira alteração da partida foi feita aos 16 minutos. Cristóvão resolveu lançar o atacante Tenorio e tirou do time Carlos Alberto. A equipe passou a ter um trio ofensivo com o equatoriano, Barbio e Alecsandro. A formação, porém, durou cinco minutos. Aos 21, Barbio saiu para a entrada do volante Fellipe Bastos. Ao mesmo tempo, no Flu, Abel trocou Wellington Nem, que vinha de três semanas parado, por Rafael Sobis.
Thiago Neves, Vasco x Fluminense (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)Thiago Neves emenda um voleio para abrir o placar no Engenhão (Foto: Dhavid Normando / Photocamera)
Os jogadores em campo mostravam-se nervosos. Ao fim do primeiro tempo, Juninho já havia discutido com Wagner. Aos 24 do segundo, William Matheus e Thiago Neves se estranharam e os dois acabaram advertidos com cartão amarelo.
Os minutos seguintes, porém, seriam de gols. Primeiro, do Fluminense. Aos 26, Wagner recebeu livre na ponta esquerda e cruzou na medida para Thiago Neves, do outro lado da área. O camisa 10 emendou um lindo voleio e abriu o placar no Engenhão. Os vascaínos reclamaram que, no lance anterior ao ataque do Flu, Carlinhos teria feito pênalti ao botar a mão na bola. O contato com o braço do lateral de fato aconteceu, mas a arbitragem julgou que não houve intenção.
A festa tricolor, porém, durou só um minuto. Aos 27, Juninho avançou pela direita e cruzou rasteiro no primeiro pau, buscando Alecsandro. Gum entrou de carrinho, tentando cortar, e acabou mandando a bola para dentro da própria meta: 1 a 1.
Abel resolveu queimar suas últimas duas alterações no Flu: primeiro, Jean saiu para a entrada de Diguinho. Depois, o meia Wagner deu lugar ao atacante Samuel. Foi o Vasco, porém, que por muito pouco não conseguiu o segundo gol, em novo lance polêmico. Aos 35, Tenorio recebeu bola impedido e passou a William Matheus. O lateral devolveu em elevação em Tenorio, agora em posição legal. O equatoriano deu um lençol em Diego Cavalieri e, marcado por dois, cabeceou. A bola caprichosamente beijou o travessão e não entrou.
O jogo ficou aberto, as duas equipes tentando o gol da vitória. Cristóvão tento dar novo gás ao lado direto do Vasco, trocando Auremir por Jonas. Mas foi o Flu que sorriu no fim. Aos 41, Thiago Neves bateu falta do bico esquerdo da grande área. A bola passou pelo lado da barreira e entrou no cantinho direito de Prass, que só olhou. Festa de Thiago e comemoração batendo palmas em homenagem à filha Maria Carolina, que completa dois anos neste sábado. Foi a senha para a festa tricolor no Engenhão.

CLASSICOS


A CRÔNICA
Neymar gosta de clássicos, vai bem na maioria deles, mas tinha o Palmeiras engasgado. Não tem mais. O dia 25 de agosto de 2012 foi especial para o craque, responsável pela vitória do Santos por 2 a 1 sobre o rival alviverde, neste sábado, no Pacaembu, pela última rodada do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Um dia depois do aniversário de um ano do filho Davi Lucca, o jogador pôde dar um presente em dose dupla, com dois belos gols que decidiram a partida. De quebra, mandou o Verdão para a zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Mesmo com o time colaborando pouco, Neymar jogou por 11. Neymar foi o próprio Santos.
Em 5 de fevereiro, no seu aniversário de 20 anos, ele recebeu um presente de grego – apesar de um gol, o seu 100º, o Peixe perdeu de virada por 2 a 1 para o Palmeiras. Os números do craque contra o Verdão melhoraram um pouco. Agora são três vitórias, dois empates e cinco derrotas. Cinco gols marcados, um a mais do que fez em cima do Corinthians.
O Peixe fecha o primeiro turno do Brasileirão com 26 pontos. Ainda está longe dos líderes, mas o plano de voltar à Taça Libertadores fica mais palpável a cada rodada - graças a Neymar, como sempre. As duas vitórias seguidas em clássicos (domingo passado, o Peixe venceu o Corinthians) deram fôlego à equipe de Muricy Ramalho, que conquistou sua terceira vitória consecutiva de virada na competição nacional, contra Figueirense (3 a 1), Corinthians  (3 a 2) e agora o Palmeiras.
O Verdão, independentemente do que ocorrer no domingo, vai terminar o primeiro turno na zona de rebaixamento, com 16 pontos. Bahia e Atlético-GO se enfrentam, e um deles vai ultrapassar a equipe de Luiz Felipe Scolari.
Os dois times voltam a jogar na quarta-feira. O Palmeiras enfrenta a Portuguesa, às 20h30m (horário de Brasília), no Canindé. Já o Santos recebe o Bahia, às 19h30m, na Vila Belmiro.
Neymar contra 11
Um Palmeiras tranquilo, apesar dos 11 desfalques e do time remendado. Um Santos nervoso, apesar de Neymar e Ganso. O meia, aliás, já começou o clássico pressionado por gritos da torcida alvinegra, que pediu respeito à camisa do Peixe - protesto contra as declarações do jogador, que disse que seria um prazer atuar no São Paulo, que apresentou proposta para contratá-lo. Em campo, o camisa 10 sumiu, vigiado de perto por Henrique. O primeiro tempo foi todo da equipe de Luiz Felipe Scolari, bem organizada taticamente e com muito mais volume de jogo no ataque.
Neymar, Palmeiras x Santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Neymar garantiu o triunfo santista sobre o Palmeiras (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Betinho, a surpresa, ficou aberto pela direita, ajudando João Vitor na marcação de Neymar, que foi controlado com sucesso pela defesa alviverde. Pela esquerda, Juninho e Mazinho dobravam em cima de Bruno Peres, e, assim, as melhores jogadas do Verdão começaram a surgir por aquele setor. Valdivia, mesmo bem marcado por Adriano, jogou com objetividade, tocou a bola com rapidez e fez o Palmeiras praticar seu futebol com facilidade, algo que não ocorria há muito tempo.
Os alviverdes fizeram linha de passe e confundiram a zaga santista. Melhor para Barcos, que fez o que quis: deixou Patito Rodriguez no chão, passou por Bruno Peres, largou Mazinho na cara do gol – não fosse o pé salvador de Durval, o Verdão comemoraria, aos 21. A tranquilidade do Palmeiras, porém, teria sua recompensa minutos depois. Aos 40, depois de quase todos os jogadores tocarem na bola, Juninho encontrou Correa livre na entrada da área. Chutaço, sem chances para Rafael: 1 a 0. Enfim, o domínio palmeirense estava demonstrado no placar.
Na parte coletiva, o Palmeiras foi quase perfeito. Neymar deu apenas duas arrancadas perigosas no primeiro tempo, ambas em contra-ataques. Bastante nervoso, o atacante cobrava, pedia a bola a todo momento - gritou com Bruno Rodrigo, depois com Bruno Peres, depois sem um alvo definido. Até que Ganso, até então sumido na partida, resolveu colaborar e sofreu uma falta de Valdivia na entrada da área. Aos 43 minutos, a genialidade do craque apareceu. Cobrança perfeita, sem chances para Bruno. Na comemoração, homenagem ao filho Davi Lucca, que completou um ano na última sexta-feira. Em um lance, Neymar igualou o que o rival fez com muito esforço, com todos jogando bem. Às vezes, o santista vale por 11.
Presente em dose dupla
A marcação sobre Neymar aumentou. João Vitor até levou cartão amarelo depois de uma falta no craque. E, sozinho, o santista tentava furar o bloqueio montado por Felipão no sistema defensivo. O Verdão diminuiu muito seu ímpeto ofensivo, mas ainda era melhor na partida – nada que exigisse alguma grande defesa de Rafael. O controle estava estabelecido.
O problema é que não dá para deixar Neymar sozinho, nem por alguns segundos. O astro decidiu novamente aos 17 minutos, em chute fraquinho, fraquinho, da entrada da área, que não levaria perigo se o goleiro Bruno tivesse saltado mais cedo. A bola encostou de leve na trave e entrou: 2 a 1, e mais dancinhas com os parceiros santistas. A torcida palmeirense perdeu a paciência.
Os velhos problemas da equipe de Felipão, mais uma vez, apareceram. Muito toque de bola, como no primeiro tempo, mas nenhuma objetividade. Correa foi o melhor em campo pelo lado alviverde, mas ele não tem a capacidade de decidir. Essa bola é com Valdivia, que cansou, e com Barcos, que perdeu gols que não costuma errar. Obina entrou na vaga de Mazinho, mas não conseguiu ser efetivo pelo lado direito do ataque. O último suspiro do Verdão foi dado aos 43, quando Barcos teve a chance para empatar. Uma cabeçada firme para uma defesa espetacular de Rafael.
Ao Santos, coube tocar a bola, algo que conseguiu só nos minutos finais. O Verdão reclamou de um pênalti em Correa, outro em Barcos, mas não teve alguém decisivo. Não teve um Neymar. O atacante, enfim, foi à forra contra o antigo algoz. Ao Palmeiras, o peso de terminar o primeiro turno na zona de rebaixamento.

CORINTHIANS



Corinthians fica com a parte que pertencia ao banco BMG. Contato entre clube e volante segue o mesmo: vence em dezembro de 2015


Paulinho Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)Paulinho agora está 'dividido' entre Timão e Audax
(Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians)
O Corinthians acertou a compra de 50% dos direitos econômicos do volante Paulinho que pertenciam ao banco BMG, por € 5 milhões (R$ 12,6 milhões). A outra metade segue pertencendo ao Audax-SP. Agora, o Timão, que antes tinha direito a apenas 10% do que fosse lucrado com uma possível venda do jogador, por servir como "vitrine", ganhará metade do valor arrecadado. Há vários clubes europeus interessados no volante.

Quando Paulinho foi emprestado ao Timão, seus direitos estavam divididos entre Audax e BMG. Cada uma das partes havia cedido 5% como compensação pelo clube ter “mostrado” o jogador ao mercado. Agora que o Alvinegro comprou a parte do banco, o Audax tem de volta a parte que havia repassado ao Corinthians.

Mesmo tendo sido uma negociação entre Corinthians e BMG, ela contou com a anuência do jogador e dos dirigentes do Audax. Os termos do contrato entre Paulinho e Corinthians permanecem os mesmos. Em julho, o jogador renovou seu vínculo até dezembro de 2015
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CLASSICOS



Cerca de cem torcedores marcam presença em frente ao portão do CT do Cruzeiro e exigem vitória sobre o arquirrival Atlético-MG, neste domingo

Aproximadamente cem torcedores do Cruzeiro, de acordo com números da Polícia Militar, marcaram presença em frente ao portão da Toca da Raposa II, em Belo Horizonte. Com palavras de ordem e também algumas ofensas aos jogadores, o grupo organizado exigiu uma vitória sobre o arquirrival Atlético-MG. Na manhã deste sábado, o elenco celeste faz a última movimentação antes do clássico deste domingo, às 18h30m (de Brasília), no estádio Independência. Com o time em oitavo lugar na competição e vindo de três jogos sem vitória, parte da torcida azul cobra mais do que a recuperação da equipe. Ela exige uma vitória para parar o Galo, líder do Brasileirão.
Torcida do Cruzeiro faz protesto em frente à Toca da Raposa II (Foto: Sílvia Volpini / Globoesporte.com)Torcida do Cruzeiro faz protesto em frente à Toca da Raposa II (Foto: Sílvia Volpini / Globoesporte.com)
Munidos de bandeiras e tambores, os torcedores fizeram uma manifestação de repúdio aos dirigentes do clube e até ameaçaram os jogadores, em caso de uma derrota para o maior rival, neste domingo.
- Se o Cruzeiro não ganhar, o pau vai quebrar. Time pipoqueiro - gritavam.
A imprensa pôde registrar tudo, já que foi impedida de acompanhar todo o treinamento. O técnico Celso Roth, assim como nos últimos dias, liberou o acesso apenas depois de algum tempo. Neste sábado, 20 minutos após o normal. A Polícia Militar também marcou presença no local para evitar conflitos mais graves.
Cerca de 20 mil torcedores do Cruzeiro - a partida terá torcida única - estarão presentes nas cadeiras do Independência. Praticamente todos os ingressos já foram vendidos, e a expectativa é de um clássico emocionante. O Galo tem 42 pontos, e o time celeste, que luta por uma vaga no G-4, soma 27.

CLASSICOS



Em fim de semana marcado por clássicos regionais, Botafogo e Cruzeiro têm desfalques importantes. Palmeiras e Santos somam 17 baixas para o duelo


victorino cruzeiro treino (Foto: Washington Alves / Vipcomm)Victorino, lesionado, está fora do clássico mineiro
(Foto: Washington Alves / Vipcomm)
A 19ª rodada do Campeonato Brasileiro 2012, que marca o fim do primeiro turno, começa neste sábado, às 18h30, com dois jogos, e ainda terá outro às 21h. Recheada de clássicos, será ainda mais empolgante acompanhar os jogos e a pontuação de seu time no Cartola FC. Portanto, não perca mais tempo e escale seus jogadores, pois o mercado será fechado duas horas antes de a bola rolar (16h30). Para não deixar ninguém fora, fique atento à lista de lesionados e suspensos do fim de semana.
A rodada abre com dois clássicos de tirar o fôlego. No Rio, Fluminense e Vasco se enfrentam com mais recuperações do que desfalques. O Tricolor contará com Bruno Vieira e Wellington Nem, recuperados, enquanto AndersonDeco e Marcos Junior continuam fora da equipe. Já o Gigante da Colina terá a volta de Tenório. Eder Luis, por sua vez, se mantém no departamento médico do clube. Nenhum jogador está suspenso para o duelo.
Felipão terá que montar um quebra-cabeças para escalar o Palmeiras diante do Santos. Afinal, são dez atletas lesionados e ainda Thiago Heleno suspenso, contabilizando 11 desfalques ao todo. No time de Muricy Ramalho, seis jogadores continuam no departamento médico do clube.
No Botafogo, Antônio Carlos e Rafael Marques sofreram lesões contra o Palmeiras, pela Sul-americana, e desfalcam a equipe. Além deles, outros quatro jogadores permanecem fora, enquanto o lateral Márcio Azevedo só saberá no treino de sábado se terá condições de enfrentar o Flamengo. No Rubro-Negro, Renato Abreu foi diagnosticado com lesão no menisco e está fora da partida, além de Airton, Amaral e Maldonado, que continuam no departamento médico. Deivid não será relacionado pois negocia a saída do clube.
Antonio Carlos, Botafogo (Foto: Fernando Soutello / Agif)Antonio Carlos sentiu lesão na coxa e será problema no Botafogo (Foto: Fernando Soutello / Agif)
O Corinthians terá pouquíssimos problemas, visto que Jorge Henrique é o único desfalque da equipe. No São Paulo, boas novas: Douglas e Wellington estão recuperados. O primeiro será titular, enquanto o volante será relacionado pela primeira vez neste campeonato. A baixa fica por conta de Bruno Cortez, suspenso. O time de Ney Franco, por outro lado, é o recordista de pendurados, com nove jogadores contabilizando dois cartões amarelos.
No clássico pernambucano, o Sport não terá Reinaldo, com pneumonia. Ailson, Bruno Aguiar e Tobi estão suspensos para o duelo. Já o Timbu não terá Marlon, com três cartões amarelos, enquanto Rogério e Ramirez estão fora por lesões.
Mandante no clássico mineiro, o Cruzeiro é quem tem os maiores problemas: Charles, Souza e Wellington Paulista estão suspensos. Victorino não se recuperou a tempo e, lesionado, desfalca a equipe de Celso Roth, assim como Willian Magrão, Victorino e Alex Silva. Borges e Ceará só saberão se têm condições de jogo no treino deste sábado. O Galo, por outro lado, terá a volta de Danilinho, enquanto Triguinho continua fora da equipe por lesão e Escuderoestá suspenso.
Confira a lista completa de lesionados, suspensos e pendurados para a 19ª rodada:

Suspensos e lesionados do brasileirão 2012 - 24/08/2012 (Foto: Globoesporte.com)

UFC COMBATE


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Adversário de Glover Teixeira no UFC Rio III e destaque do Sensei inédito deste sábado afirma que brasileiros possuem estilos de luta 'empolgantes'


O combate de Quinton Jackson contra Glover Teixeira, no dia 13 de outubro, pelo UFC Rio III, pode significar o adeus do americano no Ultimate. A luta, no Rio de Janeiro, será a última de seu contrato com a organização. Despedindo-se ou não, Rampage fez questão de deixar a sua opinião sobre os brasileiros Anderson Silva e José Aldo, campeões dos peso-médio e pena, respectivamente, durante sua passagem pela Cidade Maravilhosa. Em entrevista ao "Sensei SporTV", ele elogiou o que considera ser um espetáculo dos lutadores no octógono.
- Tenho de ser honesto. Gosto do jeito de Anderson e Aldo lutarem. Gosto desse tipo de luta. É muito empolgante. Eles são bons de soco, wrestling, chutes e jiu-jítsu. Gosto dessas coisas. É um estilo empolgante - afirma o lutador.
Quinton "Rampage" Jackson fará sua última luta pelo UFC no Rio de Janeiro, no UFC Rio 3  (Foto: Felipe Varanda / UFC)Quinton "Rampage" Jackson fará sua última luta pelo
UFC no Rio de Janeiro, no UFC Rio 3 (Foto: Felipe
Varanda / UFC)
Quinton Jackson é um dos destaques do Sensei inédito deste sábado, 25. A entrevista completa você confere no programa que vai ao ar às 23h30m (de Brasília), logo após a edição da noite doSporTV News. Também comentam o evento José Aldo e o seu adversário, o americano Erik Koch, além do próprio Glover.
- Eu não estudo meus oponentes. Nunca fiz. Mesmo que ele tivesse um milhão de lutas, eu não estudaria. É o meu estilo, mas eu só sei que ele é duro. É tudo que preciso saber. Ele é um cara duro e gosta de "estrondar". É tudo o que preciso saber - diz Rampage ao analisar Glover, que se encaminha para a sua segunda luta no UFC.
O Sensei também exibe entrevistas exclusivas com a primeira medalhista olímpica do boxe brasileiro, a baiana Adriana Araújo, prata nos Jogos de Londres, e Joice Silva, representante do Brasil na luta olímpica nas Olimpíadas. O programa ainda presta homenagem ao mestre Osvaldo Paquetá, falecido no último mês de julho e responsável pelo maior acervo em vídeo de lutas do país. No centenário de Nelson Rodrigues, o Sensei recorda a crônica do jornalista da antológica luta entre Waldemar Santana e Hélio Gracie, de 1955
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FLUMINENSE



Sempre discreto, goleiro admite estar vivendo seu auge como profissional,
revela gosto pelo rap e afirma que já pensa em encerrar a carreira no Flu


O rap "Homem na Estrada", dos Racionais Mc's, começa falando de um recomeço na vida e do sentimento de provar para todos uma mudança em relação ao passado recente. Deixando de lado a estética do crime sempre tão utilizada nas letras do grupo paulista, Diego Cavalieriacaba fazendo da letra um paralelo com a sua própria trajetória. O goleiro, que em 2008 deixou o Palmeiras rumo ao Liverpool-ING para sair da sombra de Marcos, acabou tendo raras oportunidades na Europa, conviveu novamente com o banco de reservas e passou por um período complicado até chegar ao Fluminense no fim de 2010. De início, o recomeço, mais uma vez, não saiu conforme o esperado, mas a volta por cima, como a do tal homem na estrada, veio. E hoje ele assume em seu estilo discreto estar vivendo o melhor momento de sua carreira.
Especial com Diego Cavalieri fluminense (Foto: Rafael Cavalieri/Globoesporte.com)Diego Cavalieri está muito feliz com momento pelo Fluminense (Foto: Rafael Cavalieri/Globoesporte.com)
Aliás, a discrição é característica marcante do goleiro. Fã assumido e conhecedor das bandas de rap nacional, Cavalieri assume que gosta até do estilo característico dos mc's de se vestir. As calças largas e os tênis maiores estão em seu armário. Mas é raríssimo vê-lo trajando as vestimentas no dia a dia. O motivo é simples, e ele explica.
- Se venho assim o pessoal vai me sacanear para caramba (risos). Mas eu gosto muito mesmo não só das músicas como das roupas. Tenho várias. Quanto ao som, escuto o dia inteiro. Racionais, GOG, Dexter... São vários - disse Diego, que lembrou até do novo single dos Racionais, "Marighella", do aguardado novo CD ainda não lançado.
No bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM, Diego falou um pouco mais sobre seu lado família fora dos campos, mas não deixou de comentar também a trajetória com mais baixos do que altos até chegar a ser chamado de "melhor goleiro do Brasil" pela torcida do Fluminense, a mesma que o vaiou nos primeiros jogos pelo clube. A alegria é grande, assim como a vontade de ficar por muito mais tempo no clube e, quem sabe, ganhar a alcunha de santo, como a sua maior inspiração, o ex-companheiro Marcos. O caminho para tanto ele sabe que é longo, mas já tem o atalho.
- Títulos. Só assim a gente chega lá. Estou muito feliz no Fluminense, um clube grande com uma torcida maravilhosa... O reconhecimento hoje existe e me deixa orgulhoso, mas ainda preciso percorrer muita coisa para virar o São Diego - explicou.
Este e outros assuntos você confere na íntegra da entrevista abaixo.
GLOBOESPORTE.COM: Você está com 29 anos, vivendo um momento especial no Fluminense. Acha que está no auge da sua carreira?
No Palmeiras foi uma boa fase também, mas hoje estou com muito mais experiência. A vivência te traz uma facilidade em certas situações. Hoje eu administro muita coisa de maneira mais fácil.  É um momento especial"
Diego Cavalieri
Diego Cavalieri: Realmente é um momento muito bom. Tive uma grande fase em 2007 no Palmeiras, mas estou muito feliz com a equipe como um todo aqui. Somos os donos do segundo melhor ataque e da defesa menos vazada. Os jogadores estão conseguindo um destaque individual. Mas por tudo que passei, estou feliz pelo momento. Agora é continuar trabalhando. Conforme você vai demonstrando um bom futebol, a cobrança vai aumentando. A vida é assim.
Você lembrou quando surgiu no Palmeiras. Qual a diferença daquele bom momento para a sua fase atual?
No Palmeiras foi uma boa fase também, mas hoje estou com muito mais experiência. A vivência traz uma facilidade em certas situações. Hoje eu administro muita coisa de maneira mais fácil. Estou contente por estar vivendo isso junto com a equipe. Esse ano conquistamos o Carioca, fomos eliminados por um detalhe da Libertadores e agora estamos brigando pela ponta no Brasileiro. É um momento especial.
A torcida tricolor passou a chamá-lo de melhor goleiro do Brasil. Ficou feliz com esse reconhecimento?
É bom porque você passa a ser rotulado por uma coisa boa. E o que foi feito no início ficou pra trás. Fui criticado, vaiado e hoje vivo um bom momento tendo esse reconhecimento. Como disse, é continuar trabalhando pra manter o alto nível, focado como sempre fui... Mas fico feliz sim com isso.
Você relembrou as críticas e as vaias no seu início no Fluminense. Acha que faltou um pouco de paciência por parte da torcida tricolor?
Não vejo como falta de paciência. Realmente não estava rendendo o esperado. A torcida cobrou como tem de cobrar, e o treinador mudou como tem de mudar pelo bem da equipe. Sabia que teria de esperar uma nova oportunidade. O meu segredo é trabalhar muito quando a fase está ruim e quando está boa também.
Especial com Diego Cavalieri fluminense (Foto: Rafael Cavalieri/Globoesporte.com)Diego Cavalieri relembrou percalços até chegar ao Fluminense (Foto: Rafael Cavalieri/Globoesporte.com)
O que passou pela sua cabeça quando você foi sacado do time após o início abaixo do esperado? Bateu aquele desânimo, a insegurança?
Foi difícil. Passam milhões de coisas pela cabeça. Você começa, sim, a se questionar e fica pensando: "Será que eu desaprendi?". Mas sempre tive uma estrutura boa, uma família forte e me dediquei ao trabalho. Sabia que tinha de continuar trabalhando e esperar pela nova oportunidade. Foi o que eu fiz. O Abel e o Marquinhos (preparador de goleiros) me deram muita confiança, conversaram comigo... Quando voltei sabia que a cobrança seria enorme. Se eu errasse um tiro de meta, iriam começar a falar. Agradeço muito a eles dois. Mas o fundamental foi me manter quieto e agarrar na família.
No Fluminense você iniciou uma retomada da sua carreira após passagens frustrantes pelo futebol europeu. Como foram os anos por lá?
Vinha de dois anos muito bem no Palmeiras. Aprendi muito com o Marcos, que me ajudou e é uma pessoa por quem tenho gratidão, respeito e admiração. Aí apareceu o Liverpool. Era um clube grande, e a negociação foi boa para mim e para o Palmeiras. Fui com contrato de quatro anos, tinha uma vida boa até financeiramente. Mas não estava contente. Queria jogar. Abri mão de dois anos em busca de um objetivo. Fui para um clube menor na Itália, o Cesena. Era um desafio novo, mas mais uma vez não joguei. Aí veio o Fluminense me abrir as portas e depois de cinco jogos volto para o banco. A gente abre a mão de algumas coisas, e elas não andam. Se eu tivesse largado lá poderia ter sido o fim da minha carreira. Foram momentos complicados, mas consegui administrar.
Por tudo isso que você viveu, bate um arrependimento de ter deixado o Palmeiras?
Não tenho arrependimento, não. Fui para o Liverpool, um grande clube. Larguei tudo porque queria jogar. Mas tudo que vivi foi um aprendizado. Foram momentos bons e ruins, e de tudo se tiram lições.
Você citou o Marcos anteriormente. Ele é um dos seus grandes ídolos? Uma fonte de inspiração?
Sem dúvida aprendi muita coisa com ele. O Marcos tem um coração fantástico e me ensinou dentro e fora de campo. Ele é querido por todos. No mundo do futebol, onde existe muita rivalidade e competitividade, isso é algo muito difícil de acontecer. É uma referência que tenho na vida.
Ele se aposentou como São Marcos. O que falta para você virar o São Diego?
Falta coisa para caramba (risos). Falta Libertadores, Copa do Mundo... Ele é "São" porque conquistou muitos títulos. A gente sabe que o jogador só fica na memória com títulos. O goleiro precisa dessa regularidade, mas tem de marcar também seu nome nas conquistas.
E a seleção brasileira? Mais uma vez você acabou não sendo convocado pelo técnico Mano Menezes. Você já disse em diversas oportunidades que se trata de um objetivo seu. É um sonho que vem de muito tempo?
Toda criança nasce e bota camisas de clube e da Seleção. Eu tive isso, meu pai sempre me vestiu assim. É um objetivo que eu ainda tenho, mas temos excelentes goleiros no Brasil. Alguns estão um passo na frente, e isso é normal. Tenho de manter a regularidade e fazer um bom trabalho. Não sou aficionado. O treinador tem um leque imenso de opções. Vamos deixar que ocorra naturalmente.
Especial com Diego Cavalieri fluminense (Foto: Rafael Cavalieri/Globoesporte.com)Diego Cavalieri relembrou o aprendizado que teve com Marcos (Foto: Rafael Cavalieri/Globoesporte.com)
Você teve passagem pelas seleções de base. Vai ficar uma frustração caso não alcance o grupo principal?
Não é uma frustração, mas vai ser um dos objetivos que eu tenho na vida que não vou conseguir. Chato, mas não é o fim do mundo.
E a adaptação ao Rio de Janeiro. Já se sente um carioca?
Nada. Ainda estou muito branco e precisando tomar um sol para virar carioca (risos). Mas estou muito contente. A minha família também. O clima é maravilhoso, e fico feliz por defender um grande clube com uma torcida maravilhosa. É extremamente importante estar bem instalado não só no trabalho como também na vida pessoal.
Como é o Diego Cavalieri longe do dia a dia do Fluminense?
Sossegado como aqui. Saio mais para comer e agora com o nascimento do meu filho para passear com ele. Bem tranquilo mesmo.
Quais os seus hobbies? O que faz para passar o tempo?
Escuto muito rap. Racionais, Dexter, Gog... Por ter sido criado na Zona Sul de São Paulo, sempre gostei muito de escutar essas músicas. As letras são muito fortes e vão ao encontro da realidade que muitos vivem diariamente.
Você cita a sua família a todo instante. Qual a importância dela para você?
É bom porque você passa a ser rotulado por uma coisa boa. E o que foi feito no início ficou pra trás. Fui criticado, vaiado e hoje vivo um bom momento tendo esse reconhecimento da torcida"
Diego Cavalieri
Ter uma boa base familiar é importante para a vida do ser humano. São pessoas que, se a fase está boa ou ruim, estão sempre ao seu lado. Nos momento de dificuldade te controlam, são fundamentais para você manter a calma.
O fato de o Fluminense ser uma tradicional escola de goleiros fez com que a pressão em cima de você aumentasse?
A cobrança em certos casos é muito grande. Uma falha e tudo muda. Pela história do Fluminense a gente sabia disso. Mas mesmo agora, em um bom momento, a pressão vai existir. É continuar trabalhando.
A passagem pelo futebol europeu não foi a que você esperava. Ainda tem como objetivo brilhar por lá?
Não. Tive a oportunidade de ir e não consegui jogar. Vivi a realidade de um grande clube e a de outro de menor expressão. Conheci os dois lados e agora, depois disso tudo, estou muito bem. O Brasil está vivendo outra realidade, vendo grandes jogadores como Fred, Seedorf, Deco e Ronaldinho Gaúcho retornando e jogando bem. Isso mostra o crescimento e principalmente a competitividade. Na Europa, em certos campeonatos são dois ou três clubes disputando. Aqui não. O Brasileiro é gostoso de jogar porque não tem nenhum jogo fácil. É continuar trabalhando para renovar.
Aos 29 anos e com o pensamento de conseguir essa renovação, a gente percebe que encerrar a carreira pelo Fluminense é uma possibilidade viva na sua cabeça. É esse o objetivo?
Estou muito contente com o clube e com a cidade. Espero continuar assim para quando chegar próximo do fim do contrato (que se encerra no fim de 2014) assinarmos uma renovação. Meu objetivo é ficar aqui por muito tempo.
 Entre tantos jogos desde que chegou ao Fluminense, tem como eleger o mais marcante?
Sempre me perguntam esse tipo de coisa. "Qual a defesa mais difícil?". E eu sempre falo que são todas. O goleiro precisa defender as bolas fáceis e as difíceis também. Mas acho que dá para eleger o jogo contra o Náutico. Realmente aquele foi muito intenso. Fora muitas bolas próximas da área. Foi um dos melhores da minha carreira.
Neste Brasileiro você perdeu um jogo em função de um problema médico. Na época, se falou que poderia ser algo mais grave. Mas a recuperação foi boa e no jogo seguinte você reassumiu o gol. Como foi aquela semana?
Ninguém quer ficar fora das partidas. Mas eu realmente não estive bem durante a semana. Tive uma melhora e achei que dava para treinar, mas 20 minutos depois voltei a me sentir mal. Para o goleiro é diferente perder uma semana de treino e ir para o jogo. Não tinha como. Tenho minha responsabilidade assim como a comissão técnica e o departamento médico. Não poderia expor o time atuando abaixo do meu normal, sem estar na melhor condição... O Berna entrou e foi bem. E eu fiquei feliz por não ter sido nada grave.
Outro que você citou na conversa foi o técnico Abel Braga, que sempre confiou no seu trabalho. Ele está entre os treinadores mais importantes da sua carreira?
A qualidade dele é indiscutível. O Abel consegue administrar um grupo inteiro mantendo o clima de amizade e carinho. Só faz isso quem tem caráter. É um treinador que representa muito para mim pelo profissional e por ser um ser humano fantástico que abraça todo mundo. Isso é muito raro
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