quinta-feira, 25 de julho de 2013

CORINTHIANS


Atacante não foge de assuntos polêmicos em coletiva. Além de criticar árbitro paraguaio, também falou da saída de Jorge Henrique: 'Pisou na bola'


Emerson treino Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)Emerson soltou o verbo em coletiva no Corinthians
(Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
- Não me deixam vir muito aqui... É só uma vez ou outra. Pediram para eu ser tranquilo, ter calma. A ordem veio de cima. Depois, tem uma salinha aqui no CT onde o bicho pega. É melhor ir devagar (...) Mas não consigo, é mais forte que eu!
Dizer que a frase acima pertence a um jogador do Corinthians já é quase suficiente para adivinhar quem a disse, em entrevista coletiva nesta quarta-feira. O estilo despojado e pouco preocupado com polêmicas, sempre entre risos... O atacante Emerson não demonstrou papas na língua. Após um início de entrevista mais calmo que o normal, o jogador voltou à forma habitual, pela qual ficou conhecido, comentando os mais diversos assuntos envolvendo o Timão.
Renovação e atrasos
Após a renovação de contrato com o clube, concretizada na última semana, até julho de 2015, Sheik mais uma vez reafirmou o desejo de se aposentar vestindo a camisa do Corinthians. De olho na Copa do Brasil, um dos poucos títulos que ainda não conquistou nas passagens por clubes brasileiros, o atacante comentou a proposta do Flamengo, elogiou a postura do clube carioca, mas assegurou que, desde o início, sentia que tudo se encaminhava para um acerto com o Timão.
- Durante o período de renovação, uma coisa que ficou muito forte em mim foram as mensagens que eu recebi do torcedor corintiano. Isso foi algo determinante. Procurei focar no trabalho, independentemente do que aconteceria. Ouvi as propostas, mas procurei não me pronunciar. O Flamengo, um dos maiores interessados, cumpriu tudo o que prometeu, deu garantias. Se fosse para sair do Corinthians, queria sair como cheguei: campeão.
- Em nenhum momento eu me abalei com as notícias, sobre quando a diretoria disse que seriam 12 meses, e não 24. Fiquei muito tranquilo. Eu tinha uma energia muito boa porque o presidente, o Edu e o Duílio me davam tranquilidade e diziam: “Calma que as coisas vão se resolver”. Sobre encerrar aqui, não tenham dúvidas: eu ficaria feliz.
Emerson Sheik treino Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)Emerson Sheik chamou Amarilla de babaca e Zé Mané (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
A passagem de Emerson pelo Corinthians ficou marcada por alguns atrasos em treinamentos. O atacante chegou a desembarcar dentro do CT Joaquim Grava em um helicóptero, certa vez, após aproveitar fim de semana no Rio de Janeiro e voltar à capital em cima da hora. No início desta temporada, por exemplo, o atacante foi multado após chegar fora do horário em dois treinos consecutivos. Bem-humorado em relação ao assunto, Sheik apostou que, vez ou outra, haverá um deslize em relação à agenda.
- Em algum momento vou chegar atrasado. Não vou mentir. Os meus atrasos sempre tiveram justificativas. Eu moro longe... Posso dar desculpas agora? (risos) Mas é sério, estou experiente e sei o transtorno que isso causa. Podemos até apostar quantas vezes vou me atrasar até o final do contrato, e vocês vão dizer: “Caraca, só uma ou duas?”.
Eliminação na Libertadores
Herói do Corinthians na conquista inédita da Taça Libertadores da América, quando foi artilheiro da equipe, com cinco gols marcados – dois deles na vitória por 2 a 0 sobre o Boca Juniors, na decisão – Emerson lamentou a campanha desastrosa da equipe na competição continental em 2013, mas lembrou: o Timão foi o menos culpado pela queda, já que o árbitro paraguaio Carlos Amarilla prejudicou a equipe no Pacaembu.
-  Queremos conquistar novamente a Libertadores. Não porque um babaca veio aqui e tirou nosso sonho, mas porque existe o trabalho no dia a dia, os torcedores e a nossa família. Não é porque um “zé mané” tirou nosso sonho do segundo título. Era muito possível. O clube tinha mostrado isso. Temos muitas motivações.
Emerson Jorge Henrique treino Corinthians (Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)Jorge Henrique com Sheik, ainda no Corinthians
(Foto: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians)
Saída de Jorge Henrique
Desde que deixou o Corinthians, após confusão envolvendo mentiras para o técnico Tite e para a diretoria, o atacante Jorge Henrique não foi defendido por nenhum outro jogador do elenco. Todos admitiram que o vacilo do jogador, atualmente no Internacional, foi o suficiente para que ele fosse desligado do clube. Respeitoso ao antigo companheiro pela trajetória e pela boa relação, Sheik não foi diferente. Na opinião do camisa 11, Jorge perdeu toda a confiança dentro do Timão, e sua situação era insustentável.
-  Ele era um cara legal, e eu gostava muito dele. O que aconteceu passou um pouco dos limites. Não foi só um atraso. Você defende quando realmente dá para defender. Ele pisou na bola. Aqui temos uma diretoria e um treinador que são amigos, um grupo de jogadores que preza pela amizade, mas quando perde a confiança, fica difícil. Ele continua querido, mas a confiança acabou. É um excelente profissional. Que ele se reencontre e possa fazer sucesso
.

LIBERTADORES


Goleiro coloca crucifixo dentro do gol nas cobranças de pênalti, e rival tira objeto de lá. 'Meu santo é mais forte que o dele', ironiza herói do título


Era um crucifixo pequeno, discreto. Victorfoi a campo com ele. Presente de um torcedor, via roupeiro do elenco. O goleiro pegou o objeto e o depositou dentro do gol. Afinal, era o momento mais importante da vida dele, era o momento supremo da existência do Atlético-MG, era a decisão por pênaltis da Libertadores da América - e qualquer ajuda seria bem-vinda. Foi tiro certo: na primeira batida, o camisa 1 do Galo defendeu. E aí foi lá o goleiro Martin Silva, do Olimpia. E pegou o crucifixo. E o jogou para trás do gol. Victor encarou o rival. Parecia disposto a voar no pescoço dele. E assim ocorreu, em meio aos instantes da Libertadores, uma espécie de "guerra santa" entre os goleiros. Um botava o crucifixo no gol, o outro ia lá e tirava. Até Victor ser campeão.
Atlético-mg, Victor, Libertadores (Foto: Alexandre Alliatti)Victor põe o crucifixo no gol: goleiro do Galo trava 'guerra santa' com Martín Silva (Foto: Alexandre Alliatti)
- Ele tem problemas. Mas meu santo é mais forte do que o dele - provocou o herói do título atleticano.
Mais uma vez, o Atlético-MG teve que passar pela agonia das penalidades. Mais uma vez, foi salvo por Victor, eternizado na história do clube. O drama é recorrente: foi assim contra o Tijuana, nas quartas de final, quando o arqueiro impediu gol de Riascos aos 48 minutos da segunda etapa; voltou a ser nas semifinais, diante do Newell’s Old Boys, quando a vaga na final veio após defesa em chute de Maxi Rodrígues; e se repetiu na grande decisão, quando Victor pegou logo a primeira batida, de Miranda, e viu a de Gimenez explodir no alto da trave para decretar o primeiro título da América do Galo. Foi a senha para a liberdade: o goleiro chorou aos prantos no gramado do Mineirão, abraçado pelos colegas, celebrado por torcedores.

E o goleiro impediu, com os pés, que a imagem fosse perturbada de seu sossego, ao defender chute de Miranda que ia em sua direção. Aí veio o goleiro Martín Silva, que logo partiu em direção ao árbitro para reclamar de um adiantamento do rival na hora da cobrança. Não satisfeito, foi até o bandeira continuar o choro. Agachado, esperando o chute de Alecsandro, Victor fez um gesto de silêncio para Silva, como quem diz: “Não venha me atrapalhar aqui.” Alecsandro marcou e abraçou o companheiro. Na bola seguinte, de Ferreira, o protetor do Galo acertou o canto e por muito pouco não defendeu mais uma. A bola passou rasteira, por baixo do corpo do goleiro.
Antes de tudo isso, Victor repetiu manias, atos de superstição, de fé. E até catimba. Logo que se dirigiu para debaixo da meta, deu as costas para o batedor, se pendurou no travessão e olhou fixo para as redes. Em seguida, repousou pouco atrás da linha fatal o crucifixo, recebido pouco antes das mãos do massagista do clube, Belmiro.
Atlético-mg, Victor, Libertadores (Foto: Alexandre Alliatti)Emocionado, o herói Victor saúda os torcedores do Galo (Foto: Alexandre Alliatti)
Aí veio a catimba de Silva, que percebeu o amuleto de Victor próximo à linha e o arremessou para trás da rede. O castigo veio com o gol. Victor percebeu a ação do rival e mais uma vez colocou a imagem junto à linha. O gol saiu, e mais uma vez Silva atirou o santinho para longe. Outro gol, e o ritual se repetiu, só que, ao também ser vazado, o santo atleticano carregou consigo o objeto protetor.Chegou a vez de Giménez. Meio cabisbaixo, o camisa 4, que havia entrado no decorrer da partida, não olhou para o arqueiro rival. Victor, por sua vez, não tirou os olhos do batedor. Com o braço, insistiu para que ele chutasse em seu canto esquerdo. A batida foi alta, no canto oposto, longe do alcance do goleiro do Galo, mas também fora do alvo, explodindo na trave.

Aí foi alegria geral da equipe, do goleiro, da comissão técnica e de quase 60 mil atleticanos que jamais viveram um momento parecido com esse. Victor foi erguido no ar pelos colegas. Foi abraçado. E chorou, chorou, chorou.
Mais tarde, depois de dar a volta olímpica, ao rumar para o vestiário, se permitiu um desabafo. Berrou um palavrão e um recado ao Olimpia:
- Vocês falam demais
!

LIBERTADORES


Depois de questionamentos sobre relação após substituição no primeiro jogo da final da Libertadores, técnico e jogador do Galo vivem clima de paz


Na entrevista coletiva que concedeu na terça-feira, véspera da final da Libertadores diante do Olimpia, Ronaldinho Gaúcho resumiu em poucas palavras quando foi questionado como estava sua relação com Cuca. Com atuação apagada no jogo de ida, ele fora substituído no segundo tempo e saiu de cara amarrada.
- Tudo normal. Em harmonia, tudo perfeito - disse o camisa 10. E, depois da conquista do título inédito para o clube e também para técnico e jogador, a harmonia foi selada em cenas que lembraram a música "Chega de saudade", na qual Tom Jobim canta que "abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim. Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim".

- Todo mundo dizia que eu estava acabado, que aqui era time de renegados. Falem agora! - desabafou Ronaldinho, logo depois da conquista, ainda no gramado do Mineirão.
Já na madrugada desta quinta-feira, Ronaldinho e Cuca encerraram a noite vitoriosa com apertos de mão, largos sorrisos, uma descontraída conversa, troca de olhares e um abraço apertado que acabou com o treinador ao pé do ouvido do craque. Era uma conquista que chegava para serenar ânimos e refletir na prática as palavras de Ronaldinho de que estava em harmonia com Cuca. De bem com o treinador, foi a hora de atacar os críticos.
Mosaico Ronaldinho e Cuca abraços e carinhos (Foto: Montagem sobre foto de Ribolli / Reuters / AFP)
Quase ao mesmo tempo, o treinador vibrava com o fim da fama de azarado. Quando se cruzaram no gramado, os dois protagonizaram cenas de carinho.
Durante a partida, porém, cada um no seu canto - Cuca à beira do campo e Ronaldinho tentando apresentar um bom futebol. A dupla demonstrou nervosismo. De chuteiras brancas e a inseparável faixa nos cabelos, o camisa 10 entrou em campo pulando e batendo no peito. Reclamou depois de um choque com Nelson Benitez, questionou o árbitro e esteve longe de ter uma atuação de brilho.
Foi raro ver um sorriso de Ronaldinho antes e durante o jogo. Ao chegar ao Mineirão, como de praxe, o camisa 10 foi o último a descer do ônibus. Cercado por três seguranças, seguiu para o vestiário onde já estava Cuca.
Mesmo sem ter boa atuação, o craque foi mantido em campo até o fim da prorrogação. Mas, como seria o quinto batedor do Galo, nem mesmo chegou a cobrar seu pênalti, já que o time conquistara o título na vitória por 4 a 3, quando dois jogadores do Olimpia desperdiçaram suas cobranças.
Foi a senha para começar a festa. Cuca se jogou no gramado. Ronaldinho se enrolou numa bandeira do Atlético-MG. Quando se encontraram, trocaram carinhos. A harmonia exaltada pelo camisa 10 foi selada e vista com o título inédito.
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Ronaldinho Atlético-MG festa título Libertadores (Foto: AFP)Ronaldinho em momento solitário após a conquista (Foto: AFP)

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Ao som de 'Eu acredito', mais de 56 mil atleticanos sofrem e vivem diferentes emoções antes de chegar ao sonhado título da Libertadores

A chegada dos atleticanos ao Mineirão começou cedo. Por volta das 16h de quarta-feira, os primeiros torcedores já se aglomeravam nos bares próximos ao Gigante da Pampulha. Com o passar do tempo, as ruas foram sendo tomadas. Cerca de uma hora e quarenta minutos antes do jogo, aconteceu o ápice da festa fora do estádio. A "rua de fogo" - feita com inúmeros sinalizadores e que se tornou marca registrada na chegada do time ao Independência - foi reproduzida no Mineirão. Ao lado dela, inúmeros foguetes, rojões e bombas davam o tom do que estava por vir com a bola rolando.
Minutos antes da partida, os quase 62 mil lugares já estavam tomados pelos torcedores alvinegros, sendo mais de 60 mil do time da casa, e cerca de 1.500 da equipe paraguaia. O grito "Eu acredito” virou um mantra atleticano e foi o primeiro a ecoar com força no estádio. Como resposta, os torcedores rivais exibiam orgulhosos uma camisa do arquirrival mineiro, o Cruzeiro, além de um frango de borracha, para satirizar o símbolo do Galo.
Mosaico Torcida Atlético-MG campeão Libertadores Festa (Foto: Editoria de Arte)O 'Eu acredito' se espalhou pelas ruas de Belo Horizonte antes da partida. Durante a decisão, a tensão não tirou a confiança da Massa atleticana, que depois saiu às ruas para comemorar (Foto: Editoria de Arte)
Com a bola rolando, o primeiro “uuuuhhh” veio logo no começo, quando Jô quase empurrou para a rede um chute cruzado de Tardelli. A animação e pressão da torcida continuaram, com direito a bronca no árbitro e apitaço quando o rival tinha a posse de bola.
Mas o tempo foi passando, o jogo ficou difícil, e o fôlego da maioria diminuiu. Bastou a torcida do Olimpia cantar o seu tradicional “Ilariê” para ouvir a resposta com gritos de "Galo", o que ressuscitou torcida e jogadores. Ronaldinho, de cabeça, levou perigo ao gol adversário.
A partir daí, mais silêncio, nervosismo dentro e fora de campo e muito apito. O sopro era o som do estádio em forma de respiração.
Novamente foi preciso um momento de apreensão para que a torcida voltasse a gritar. O ídolo Tardelli deu mostras de sentir um problema no tornozelo. A torcida fez sua parte e gritou o refrão criado para o camisa 9: “Taaaardeeeelli, gol, gol.”
Com o 0 a 0 arrastado até o fim dos primeiros 45 minutos, o mantra “Eu acredito” voltou a ser entoado diante de uma grande festa dos pouco mais de mil torcedores visitantes.
torcida Atlético-MG mosaico final Libertadores (Foto: EFE)Mineirão tomado para a final (Foto: EFE)
Sorte de campeão?
Na volta do intervalo, nem deu tempo de os atleticanos ensaiarem novos gritos ou puxarem um coro já conhecido dos jogadores. Bastou o grito de gol. Jô, que por vezes na primeira etapa se atrasou um pouco em alguns lances, nem precisou acelerar. Ele contou com uma furada incrível na área para balançar a rede e fazer o torcedor do Galo explodir em festa.
A euforia tomou conta do estádio. Mas era preciso, ao menos, mais um gol. A torcida pediu, suplicou. Mas em vão. O Olimpia sentiu o golpe, mas rapidamente se refez e continuou a defender com competência.
Quase inerte diante do jogo duro a que era obrigada a acompanhar, a massa atleticana de quase todos os 58.620 presentes só reagia quando os hinchas esboçavam apoio ao time guarani.
A glória máxima dos fiéis atleticanos foi valorizada na parte final do jogo, quando Leonardo Silva tocou de cabeça e obrigou os  milhares de corações acelerados a aguentarem mais 30 minutos de prorrogação. A essa altura, o Galo estava com um jogador a mais, já que pouco antes do segundo gol Manzur recebera o cartão vermelho.
Voz da massa e silêncio
Chegou a hora dos 30 minutos finais. Empolgada, a torcida fez sua parte e cantou durante quase todo o tempo. Em campo, o time fez como Bernard havia prometido: buscou forças onde tinha e não tinha. A cada chance perdida os gritos de “uuuhhh” e “eu acredito” ecoavam pelo estádio, mas, quando o árbitro apitou o fim da prorrogação e a decisão foi para as cobranças de pênaltis, o que imperou foi o silêncio.
A voz de Deus
Logo de saída, o goleiro Victor deu vantagem ao time mineiro e voltou a ouvir “p.... é o melhor goleiro do Brasil”. Mas a cada cobrança em que a bola balançava as redes o grito insistia em ficar preso na garganta.
Quando Gimenez perdeu a sua cobrança ao mandar a bola na trave, o grito de campeão se misturou ao choro e ao suspiro que deu fim a um jejum de 42 anos sem um título absolutamente indiscutível.

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