quarta-feira, 25 de julho de 2012

NOTICIAS

                                           ESTAMOS CHEGANDO NESSA MARCA!!!
                                                    MUITO OBRIGADO A TODOS!!!

CORINTHIANS



Humorista mexicano Edgar Vivar posa para fotos com a Taça Libertadores


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Seu Barriga visita Parque São Joge (Foto: DIVULGAÇÃO / Sport Club Corinthians Paulista)Seu Barriga visita o Memorial do Corinthians
(Foto: Divulgação/Corinthians)
O Parque São Jorge recebeu uma visita especial nesta quarta-feira. O humorista mexicano Edgar Vivar, que interpretava o Seu Barriga e o Nhonho no seriado Chaves, aproveitou sua quinta viagem ao Brasil para conhecer o Memorial do Corinthians. Torcedor do Timão, ele disse ter se emocionado com a recepção da Fiel.
- Eu já conhecia o Corinthians pela TV e pelos jornais. Ficava sabendo das notícias por causa dos meus amigos paulistas. Foi através deles que me apaixonei pelo time. Foi muito especial estar aqui, poder ver de perto a história e principalmente a torcida, que me recebeu com muito carinho - disse o humorista.
Edgar posou para fotos com a Taça Libertadores e conheceu a história do clube. Ele se interessou muito sobre o craque Zenon, até porque seu personagem mais famoso se chamava Zenon Barriga y Pesado. O Seu Barriga, aliás, é apresentado como corintiano fanático em um episódio dublado do seriado Chaves.
- Foi como uma premonição. Na época em que eu gravei o episódio, ainda não conhecia o time. Mas hoje fico muito feliz que a dublagem tenha acertado no que eu iria sentir. Eles previram o meu amor pelo Timão
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LONDRES 2012



Meninas batem Camarões por 5 a 0. Camisa 10 marca dois, e atacante sai do banco para torna-se a maior artilheira da história do torneio olímpico


Antes mesmo da festa de abertura, de a tocha chegar ao Estádio Olímpico, do desfile das delegações ou do show do ex- Beatle Paul McCartney, na sexta-feira, os brasileiros já tiveram sua primeira alegria nos Jogos Olímpicos. Em busca da inédita e tão sonhada medalha de ouro, a seleção brasileira feminina de futebol - comandada por Marta e Cristiane - estreou com goleada por 5 a 0 sobre Camarões e deu o pontapé inicial da delegação brasileira com o pé direito nos Jogos de Londres.
Marta, com duas bolas na rede, e Cristiane, que tornou-se a maior artilheira da história do torneio olímpico, com 11 gols, foram os destaques do Brasil. O jogo foi no Millenium Stadium, em Cardiff, País de Gales, já que a competição de futebol não será concentrada somente em Londres. O palco é o mesmo da estreia do futebol masculino, nesta quinta-feira, às 15h45m, contra o Egito. O SporTV transmite a partida ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real.
Marta comemora gol do Brasil contra Camarões (Foto: Reuters)Brasileiras comemoram o primeiro gol de Marta na partida (Foto: Reuters)


Com a vitória, o Brasil assumiu a liderança do Grupo E. Com três pontos, tem a mesma pontuação da Grã-Bretanha – que venceu mais cedo a Nova Zelândia no mesmo estádio -, mas um saldo de gols melhor. Somando as duas partidas, 30.847 torcedores foram ao Milleunium Stadium, segundo o site de "BBC". O estádio tem capacidade para 70.000 pessoas, mas a carga de ingressos foi de 40.000.
Sustos e gols
Antes de a bola rolar, dois sustos. Ao entrar em campo, as brasileiras usavam o uniforme antigo da seleção, ainda com a faixa verde na altura do peito. Outra surpresa foi a ausência de Cristiane. Voltando de lesão e ainda sem ritmo, a artilheira das duas últimas edições dos Jogos Olímpicos começou no banco e deu lugar a Thaisinha.
Com a bola rolando, outro susto. As africanas surpreenderam e tomaram a iniciativa do jogo. A pressão inicial, que durou quatro minutos e rendeu dois escanteios para Camarões, até deu a impressão de que as brasileiras teriam um jogo duro pela frente. Ledo engano. Aos seis minutos, o Brasil já estava na frente. Com maestria, Francielle cobrou falta sofrida por Fabiana na entrada da área e contou com a colaboração da goleira Ngo Ndom.
Três minutos depois, a seleção ampliou. Após escanteio, a zagueira Renata Costa subiu mais alto do que a defesa de Camarões e cabeceou forte, porém em cima de Ngo Ndom. A fraca goleira africana, no entanto, demorou uma eternidade para levantar os braços e viu a bola passar a centímetros de sua cabeça. Falha grosseira: 2 a 0.
Cristiane entra, e dupla com Marta brilha
A goleada se desenhava, e o segundo gol brasileiro em apenas nove minutos de jogo deixou a impressão de que as brasileiras comemorariam uma chuva de gols ainda na primeira etapa. Mais uma vez, ledo engano. A seleção brasileira pisou no freio e diminuiu o ritmo, enquanto as africanas não esboçaram qualquer poder de reação.
Comemoração renata - Brasil x Camarões (Foto: Getty Images)Renata Santos comemora o segundo gol brasileiro (Foto: Getty Images)
Na volta do intervalo, o técnico Jorge Barcellos trocou Thaisinha por Cristiane. E a substituição surtiu o efeito esperado e mudou o ritmo brasileiro, uma vez que o time parecia satisfeito com o resultado, mas Cristiane, não.
Cheia de disposição, a atacante reeditou a dupla infernal com Marta e participou dos três gols brasileiros da segunda etapa. De quebra, tornou-se a maior artilheira da história dos Jogos Olímpicos.
O show começou aos 25. Cristiane fez boa jogada pela esquerda e cruzou para Marta, que foi derrubada na área. Na cobrança, a camisa 10 - que até então tinha atuação discreta - bateu com força, no meio do gol, e ampliou para o Brasil.
Aos 34, a dupla brasileira voltou a aprontar. Marta achou Cristiane livre na área. A artilheira driblou a goleira e fez um bonito gol - seu 11º em Jogos Olímpicos. Cristiane, agora, é a maior goleadora em Olimpíadas de todos os tempos, superando a alemã Birgit Prinz.
Aos 41, uma pintura para fechar o caixão de Camarões. Cristiane arrancou da intermediária, passou por duas adversárias, driblou a goleira e retribuiu cruzando na medida para Marta, que só teve o trabalho de empurrar para a rede: 5 a 0.

As brasileiras voltam a campo no sábado, às 10h30m (de Brasília), quando enfrentam a Nova Zelândia. Já Camarões terá a Grã-Bretanha pela frente, no mesmo dia. Na competição de Londres, os primeiros e segundos de cada grupo se classificam. Os dois melhores terceiros colocados também seguem para as quartas. As semifinais serão disputadas em 6 de agosto, enquanto a final está marcada para 9 de agosto no estádio de Wembley, em Londres.

Brasil  5
Andreia, Bruna, Erika, Renata Costa, Fabiana, Franciele (Daiane), Formiga (Grazielle), Ester, Maurine, Marta, Thaisinha (Cristiane).
Camarões 0
Ngo Ndom; Manie, Ejangue, Meffoumetou, Nchout (Enganamouit); Bella, Feudjio (Zonga), Beyene, Yango; Ngono Mani e Onguene.

CORINTHIANS



Convênio entre os clubes tem duração de cinco anos

O Corinthians fechou um convênio de colaboração com o Espanyol. O time de Barcelona divulgou em seu site, nesta terça-feira, o acordo que tem duração de cinco temporadas. O programa dos dois clubes pretende estabelecer intercâmbios de jogadores tanto em formação quanto profissionais.
Dirigentes do time catalão vieram a São Paulo para selar o acerto. Além da troca de jogadores, os clubes estabeleceram colaboração para seminários e cursos. O Timão e o Espanyol ainda trocarão informações quanto a metodologias em todas as áreas
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CORINTHIANS



Cássio também muda de camisa e Martínez foi confirmado com a 7


douglas corinthians treino (Foto: José Patrocínio / Agência Estado)Douglas troca a camisa 15 pela 10
(Foto: José Patrocínio / Agência Estado)
O Corinthians divulgou a nova numeração dos atletas para o Campeonato Brasileiro. A camisa 10, que estava vaga desde a saída de Adriano, foi repassada para Douglas, que anteriormente usava a 15. Houve uma dúvida quando o Maestro chegou ao Corinthians, mas o número ficou mesmo com o Imperador. Na Libertadores, após a saída do atacante, o zagueiro Marquinhos foi inscrito com a 10.
A nova numeração confirmou para Paolo Guerrero a camisa 9 e para Juan Manuel Martínez a 7. Ambos foram contratados neste mês. Anteriormente os números eram de Liedson e Willian, respectivamente. O primeiro aguarda o fim de seu contrato no dia 31 de julho para deixar o Timão e o segundo se transferiu para o Metalist, da Ucrânia.
Outra alteração foi a camisa utilizada por Cássio. Por conta da inscrição na Taça Libertadores da América – obrigatoriamente de 1 a 25 –, o goleiro acabou com a 24, número levado para o lado pejorativo por ser o do veado no jogo do bicho. Com a reestruturação, o arqueiro ficou com a 12.
A camisa de Paulo André também mudou. O zagueiro, que iniciou a temporada com a 35, voltou para a 13. Na temporada passada esta foi a numeração do atleta.
Confira a nova numeração dos atletas alvinegros
1- Júlio César
2- Alessandro
3- Chicão
4- Wallace
5- Ralf
6- Fábio Santos
7- Martínez
8- Paulinho
9- Paolo
10- Douglas
11- Emerson
12- Cássio
13- Paulo André
14- Ramirez
15- Marquinhos
16- Denner
17- Willian Arão
18- Welder
19- Elton
20- Danilo
21- Edenílson
22- Danilo Fernandes
23- Jorge Henrique
25- Adilson
26- Guilherme
27- Antônio Carlos
28- Felipe
29- Giovanni
31- Romarinho
200- Ziza
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País lidera lista entre os que mais movimentaram atletas no semestre: é quem mais faturou e o segundo que mais gastou, atrás apenas da Rùssia


A fase importadora do futebol brasileiro levou a Fifa a produzir um artigo em sua página oficial na última segunda-feira. "Brasil, terra estrangeira", diz a reportagem, valorizando a chegada de renomadas estrelas do planeta bola como o holandês Clarence Seedorf, do Botafogo, e o uruguaio Diego Forlán, do Internacional. No mesmo dia, a entidade máxima do futebol divulgou também em seu site dados sobre o TMS (Mercado de Transferências Global, em inglês), ferramenta lançada para regulamentar as contratações de jogadores profissionais do mundo inteiro. Não foi por acaso: o Brasil já deixou de ser mero coadjuvante quando o assunto envolve altas cifras.
zé roberto grêmio grêmio apresentação (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)Zé Roberto é apresentado no Grêmio: contratado em junho, meia faz parte dos 708 brasileiros que movimentaram o mercado no primeiro semestre (Foto: Diego Guichard/Globoesporte.com)
No primeiro relatório de 2012, que contabiliza os negócios realizados somente entre 1º de janeiro e 30 de junho, o país aparece no topo da lista entre os que mais movimentaram atletas, com 14,2% das 4.973 transações - Seedorf e Forlán, contratados em julho, por exemplo, não fazem parte da conta. Foram 708 ao todo (478 chegaram, enquanto 230 saíram), totalizando uma renda de R$ 132,5 milhões - em média, R$ 576 mil recebidos por cada venda.
Os gastos foram semelhantes: R$ 126,52 milhões, com média de R$ 264 mil. Nesse último quesito, o Brasil ficou atrás apenas da Rússia, responsável por R$ 131,3 milhões em investimentos. Muito por conta do Anzhi e CSKA, por exemplo, que compraram o congolês Samba e o brasileiro Mário Fernandes por quase metade do montante: R$ 62 milhões (só o brasileiro custou R$ 38 milhões).
Números não empolgam, diz advogado especializado
Mário Fernandes CSKA (Foto: Reprodução / Site Oficial do CSKA)Contratação de Mário Fernandes foi a mais cara da
Rússia no primeiro semestre de 2011 (Site Oficial)
Os números, no entanto, apresentaram uma queda em relação ao mesmo período de 2011. As 4.973 transferências representaram 9% a menos, enquanto a receita de verbas diminuiu 34% (quase R$ 600 milhões a menos). Os orçamentos reduzidos deram lugar às apostas "custo zero", casos justamente de Seedorf, Forlán e do zagueiroJuan (Inter), todos contratados após o término de seus vínculos com os antigos clubes. Um mercado que representa 72% do total - mais os 8% referentes a volta de empréstimos - e não empolga o advogado Marcos Motta, jurista especializado em direito esportivo.
- O Brasil, através da CBF, é o país que tem mais clubes filiados na Fifa. E consequentemente o maior número de registro de TNS. Os números já foram maiores, a média anual é de cerca de 1.000 jogadores, salvo engano. E se for comparar o Campeonato Russo com o Brasileiro, a quantidade de clubes aqui e de lá, e quantos desses clubes fizeram contratações... Não me impressionam. A Rússia comparada com o Brasil não é ninguém - disse Motta.
O fluxo aqui é muito mais de janeiro até agora, enquanto na Europa o forte são julho e agosto"
Marcos Motta, advogado
Para o advogado, o resultado a favor do Brasil tem uma grande explicação:
- O Brasil tem o que chamamos de overlap season, ou seja, a temporada é trocada com a da Europa. O fluxo de negócios aqui é feito muito mais de janeiro até agora, enquanto na Europa os meses mais fortes são julho e agosto. Isso facilitou. A comparação tem que ser feita em todo o ano, não apenas em seis meses - afirmou, antes de citar as ligas mais famosas.
- A França, com um campeonato infinitamente menor, já bateu o número do Brasil em duas semanas só com Ibrahimovic e Thiago Silva (aproximadamente R$ 160 milhões juntos). Imagine o que será da Inglaterra, Alemanha, Espanha nesses dois meses. Contratações como Lucas, Oscar... Passa e passa por muito.
ibrahimovic paris saint germain  (Foto: Reuters)Transferências de Ibrahimovic (foto) e Thiago Silva já colocariam França à frente do Brasil (Foto: Reuters)
Salários são o ponto forte
Vamos supor que na Europa o jogador receba US$ 2 milhões por ano. Na divisão, dá US$ 153 mil brutos, US$ 90 mil livres. Ou seja: R$ 216 mil. Se eu colocar calção, chuteira e meião eu ganho isso em qualquer grande clube daqui."
Marcos Motta, advogado
Não há como negar, no entanto, que o Brasil atravessa um momento favorável. Seja pelos reforços de jogadores com carreiras sólidas na Europa ou pela manutenção das jovens estrelas, o Campeonato Brasileiro tornou-se um atrativo com tantos destaques. Além dos já abordados Seedorf, Forlán e Juan, nomes como Zé Roberto, Kleber, Oscar, Leandro Damião, D'Alessandro, Neymar, Ganso, Lucas, Luis Fabiano, Paulinho, Emerson, Deco, Fred, Vagner Love, Juninho Pernambucano, Dedé, Renato, Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Montillo, entre outros, adicionaram qualidade a uma competição conhecida pelo aumentativo. O Brasileirão aquece como a economia. E reflete nos altíssimos salários pagos a todos os atletas supracitados.
- O futebol brasileiro está numa curva de crescimento, é indiscutível. Segurar os jovens craques era algo impensável há tempos. Clubes recusando propostas de valores substanciais... As grandes operações sempre vão acontecer, pois grandes clubes vivem de grandes craques, mas as medianas, do dia a dia, se for pegar salários na Europa de um time mediano e aqui no Brasil não devemos nada - contou Motta, que traduziu a teoria para os números.
- Vamos supor que lá ele receba US$ 2 milhões por ano. Na divisão, dá US$ 153 mil brutos, US$ 90 mil livres. Ou seja: R$ 216 mil. Se eu colocar calção, chuteira e meião eu ganho isso em qualquer grande clube daqui. Cruzeiro, Flamengo, Vasco, Corinthians, Atlético-MG, Fluminense... São muitos os que pagam esses valores para jogadores medianos.
Marcos Motta, advogado (Foto: Divulgação)Marcos Motta vê os salários como grande atração do futebol brasileiro (Foto: Divulgação)
'Chelsea ou Mirassol?'
Segundo o advogado, porém, o plano de uma carreira entre os melhores seguirá falando mais alto.
Estava em reunião com um grande clube europeu e um brasileiro. O europeu disse que não estava para competir salário, pois podia oferecer no máximo 20% a mais. "Mas o que ofereço é isso aqui", disse, abrindo um envelope e puxando tabelas dos clubes. Um enfrentava Bragantino, Mirassol, Oeste. O outro pegava Liverpool, Chelsea, Bayern de Munique e Milan pela Liga dos Campeões"
Marcos Motta, advogado
- Convencer alguém a sair do Brasil é muito mais por carreira do que pelo lado financeiro. Ainda acho que para ser melhor do mundo tem que sair daqui, no caso do Neymar. Só é eleito quem está jogando contra os melhores. Lembro que estava numa reunião com um grande clube europeu e um brasileiro. O europeu logo disse que não estava para competir salário, pois podia oferecer no máximo 20% a mais. "Mas o que ofereço é isso aqui", disse ele, abrindo um envelope e puxando as tabelas dos dois clubes. Um enfrentava Bragantino, Mirassol, Oeste. O outro pegava o Liverpool, Chelsea, Bayern de Munique e Milan pela Liga dos Campeões. O que vale é o desafio profissional.
Ainda assim, Motta vê o Brasil no caminho certo para competir em não muito tempo com os grandes europeus.
- O Riquelme e Diego tiveram propostas de R$ 500 mil, Deco e Seedorf ganham R$ 700 mil, Ronaldinho com R$ 1 milhão... Você pega os 20 maiores salários da Europa e isso não deve em nada. A longo prazo só fortalece o futebol brasileiro, dividido em três fases. A primeira era quando os clubes vendiam os seus jogadores na primeira oportunidade, seja para Rússia, Ucrânia, Japão ou qualquer canto. A segunda é a atual, da manutenção de estrelas e contratações midiáticas. O próximo objetivo é tentar trazer jogadores no ápice de sua forma física e técnica. Não falo em Messi, é claro, mas jogadores para comporem elenco, que não são grandes estrelas, mas têm muita lenha para queimar - encerrou.
Neymar, final Santos x Guarani (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Neymar segue no Santos, mas Marcos Motta só o vê como melhor do mundo na Europa (Foto: Marcos Ribolli
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LONDRES 2012



Campeão olímpico dos 50m livre reencontra ex-técnico, brinca com França e é empurrado na piscina; teste no placar aponta quinto lugar nos 100m livre 


Na chegada, o reencontro com Brett Hawke rendeu boas risadas. Na beira da piscina, Cesar Cielo tirou alguns minutos para conversar com o ex-técnico que o ajudou a conquistar as duas medalhas olímpicas que tem no currículo. Se despediram e foram para suas raias. O recordista mundial caiu na 3 e deu braçadas durante 40 minutos. Nem reparou no placar do Centro Aquático, que mostrava seu nome na mesma baliza, na final dos 100m livre. Era apenas um teste do sistema de cronometragem dos Jogos, que o colocou em quinto lugar. Os franceses Agnel, Gilot e o australiano Magnussen ficaram "com o pódio". Thiago Pereira também apareceu no placar, só que na semifinal dos 200m medley. Ficou a frente de Michael Phelps, que não apareceu.
cesar cielo brett hawke parque aquático treinos londres 2012 (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)Cesar Cielo reencontra Brett Hawke no parque aquático  (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)
Cielo seguia treinando e mostrando bom humor. No finalzinho da sessão, enquanto caminhava até a cabeceira da piscina, brincou com Felipe França e foi parar dentro d´água de novo. Levou um empurrãozinho do companheiro de seleção e fez uma promessa:
- Vai ter volta, vai ter volta - ria.
cesar cielo e felipe frança brasil treino londres 2012 (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)Cielo brinca com Felipe França durante treinamento em Londres (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)
O clima na delegação brasileira é bom. O da americana também. Pouco antes de os brasileiros chegarem, os americanos já haviam treinado. Ryan Lochte batia um papo animado com Cullen Jones, rival de Cielo, que a essa altura já exibia visual estiloso, com boné e brilhante na orelha. Riram, conversaram e caminharam até o ônibus dos Estados Unidos.
teste placar eletrônico parque aquático treinos londres 2012 (Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com)Teste do placar: colocação na simulação fica marcada à direita  ( Foto: Danielle Rocha / Globoesporte.com
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LONDRES 2012



Em busca da inédita medalha de ouro, meninas do futebol estreiam contra Camarões e tentam superar corte de Elaine e derrotas recentes nas finais


Marta no treino da seleção Londres (Foto: AP)Marta inicia nesta quarta sua terceira disputa de
Jogos Olímpicos pelo Brasil (Foto: AP)
Os Jogos Olímpicos de Londres começam nesta quarta-feira para o Brasil. Em busca da tão sonhada e inédita medalha de ouro, a Seleção feminina de futebol encara Camarões, no Millenium Stadium, em Cardiff, País de Gales, às 14h45m (de Brasília), já que o futebol não será disputado somente em Londres. Para atingir o feito, no entanto, o time do técnico Jorge Barcellos terá de superar dois traumas: um recente e um que se tornou uma constante. A partida terá transmissão ao vivo do SporTV e acompanhamento em Tempo Real no GLOBOESPORTE.COM.
Na última segunda-feira, a seleção brasileira foi acordada com a triste notícia do corte de Elaine, companheira de Marta no Tyresö, da Suécia. Por conta de uma lesão no musculor adutor esquerdo, a ala foi desligada da delegação e se despediu do grupo no treino de segunda. Danielli, que participou do período de preparação entre março e abril, foi convocada às pressas.
Morrer na praia é o outro trauma das meninas. Nas duas últimas edições dos Jogos Olímpicos, a seleção feminina bateu na trave. Em Atenas-2004, o time comandado por René Simões perdeu a decisão para os Estados Unidos por 2 a 1, com um gol no segundo tempo da prorrogação. Além da medalha de prata, o torneio revelou duas grandes jogadoras para o futebol brasileiro. A atacante Cristiane foi a artilheira – ao lado da alemã Birgit Prinz - com cinco gols, enquanto Marta – então com apenas 18 anos – apareceu para o mundo, marcando três vezes.
Quatro anos mais tarde, em Pequim-2008, o contexto era diferente, mas o resultado final foi o mesmo. Já eleita duas vezes a melhor jogadora do mundo da Fifa (hoje já ganhou o prêmio em cinco oportunidades), Marta levou o Brasil à decisão com atuações de dar inveja ao time masculino, que conquistou a medalha de bronze. A campanha impecável e recheada de goleadas deu à camisa 10 e companhia o status de favoritas contra as americanas na final. No entanto, novamente com um gol na prorrogação, o Brasil perdeu o título e a medalha de ouro para a equipe da musa Hope Solo.
Comandante da seleção em 2008, o técnico Jorge Barcellos retornou ao cargo em novembro do ano passado, depois da eliminação nas quartas de final do Mundial também para os Estados Unidos (o Brasil era comandado por Kleiton Lima). Satisfeito com a longa preparação de 25 dias na Granja Comary, o treinador está confiante na conquista de uma medalha.
- A Seleção se saiu bem na preparação e pela união desse grupo estamos com a medalha na mão. Depende de nós. Através dos vídeos, analisamos que Camarões é uma seleção muito forte fisicamente, tem boa movimentação quando tem a posse de bola. Será uma partida difícil, pois elas têm o mesmo jeito brasileiro de jogar - disse Barcellos.
Metas pessoais
Jogos desta quarta - futebol feminino
12h - Grâ-Bretanha x Nova Zelandia
13h - Japão x Canaá
13h - EUA x França
14h45 - Brasil x Camarões
15h45 - Suecia x África do Sul
15h45 Colômbia x Coreia do Sul
Principais estrelas da seleção brasileira, Marta e Cristiane também almejam marcas pessoais. Após ser eleita por cinco anos consecutivos a melhor jogadora do mundo, a camisa 10 foi desbancada em 2011 pela japonesa Homare Sawa no ano passado. Para Marta, o título olímpico dará a ela a coroa novamente.
A marca almejada por Cristiane parece mais simples. Com dez gols em Jogos Olímpicos, a atacante brasileira divide com a alemã Birgit Prinz a artilharia da história do futebol feminino em Olimpíadas. Com a ausência da Alemanha em Londres, Cristiane está a uma bola na rede de se isolar como a maior goleadora olímpica de todos os tempos.
A competição feminina de futebol dos Jogos de Londres terá 12 equipes divididas em três grupos. As duas melhores classificadas de cada chave avançam às quartas de final, assim como as duas melhores terceiras colocadas. A seleção brasileira está no Grupo E, ao lado de Camarões, Grã-Bretanha e Nova Zelândia. Ao contrário do masculino, a competição feminina não tem restrições quanto a idade das jogadora
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FLAMENGO



Técnico terá encontro com Zinho para acertar detalhes do contrato com Fla


Dorival Júnior técnico Inter (Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)Dorival Júnior deve ser anunciado nesta quarta
(Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
Dorival Júnior chega ao Rio nesta quarta-feira e deve ser anunciado como novo técnico do Flamengo. O treinador, que se desligou oficialmente do Inter nesta terça, desembarca na capital carioca pronto para ficar e iniciar o novo trabalho. Assim que estiver na cidade, ele terá um encontro com o diretor de futebol Zinho para acertar os detalhes do contrato e assinar. Só algum fato fora do comum impedirá o acordo. É provável que o técnico vá ao treino da equipe no Ninho do Urubu na parte da tarde, às 15h.

Dorival, que tem 50 anos, é um desejo de Zinho. A comissão técnica dele é composta por dois auxiliares (Lucas Silvestre e Ivan Izzo) e um preparador físico (Celso de Rezende). Especulou-se que toda a equipe custará ao Flamengo R$ 800 mil por mês, mas o treinador e o diretor negaram.
O Flamengo enfrenta a Portuguesa nesta quinta-feira, pela 12ª rodada do Brasileirão, no Engenhão. O auxiliar Jaime de Almeida tem coordenado os treinos da equipe, mas a vontade de Dorival é assumir de imediato. A partida será às 21h (de Brasília).
Em entrevista coletiva concedida nesta terça, Zinho confirmou o interesse no técnico e o elogiou.
- Eu tenho interesse no Dorival. Eu quero. Eu quero o quanto antes poder conversar com ele também. É um nome muito bom. Espero que a gente tenha uma conversa – disse o dirigente, que enxerga no treinador o profissional moderno que ele procura para o atual momento do Rubro-Negro.

O interesse é mútuo. Em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, o treinador mostrou-se empolgado.

- Quem não gostaria de conversar sobre a possibilidade de trabalhar no Flamengo? - afirmou.
Histórico recente é de altos e baixos
Dorival Júnior foi demitido pelo Inter na última sexta-feira. O treinador sofria fortes contestações da torcida. A situação piorou após a derrota por 3 a 1 para o Atlético-MG, em Belo Horizonte. Contratado em agosto de 2011, treinou o time gaúcho em 63 partidas, com 33 vitórias, 12 derrotas e 18 empates e 61,9% de aproveitamento. Conquistou o título da Recopa Sul-Americana e o Gauchão deste ano. Não resistiu, porém, ao fraco desempenho durante a atual temporada. Na Libertadores, o Inter se classificou para a segunda fase como pior segundo colocado.
Eu tenho interesse no Dorival. Eu quero. Eu quero o quanto antes poder conversar com ele também. É um nome muito bom"
Zinho
O técnico deixou o time na oitava colocação no Brasileirão, com 16 pontos. Foram quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas. A direção entendeu que a campanha poderia ser melhor no nacional, mesmo com todos os desfalques, como Oscar e Leandro Damião - cedidos para a Seleção que disputa os Jogos Olímpicos de Londres.
Antes do Colorado, o treinador trabalhou no Atlético-MG. Chegou ao clube no fim de setembro de 2010. Naquele momento, faltavam 14 rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, e o Galo estava na zona de rebaixamento. Com um aproveitamento de 57% dos pontos, Dorival teve sete vitórias, três empates e quatro derrotas, números que livraram o time da degola e ainda deram vaga na Copa Sul-Americana da temporada seguinte.
Em 2011, no entanto, o desempenho caiu. O Galo foi eliminado na Copa do Brasil pelo Grêmio Prudente (atual Grêmio Barueri) e perdeu a final do Mineiro para o rival Cruzeiro. No total, comandou o Atlético-MG em 50 jogos, com 25 vitórias, dez empates e 15 derrotas.
Dorival também conduziu o Santos na conquista do Paulistão e da Copa do Brasil de 2010. O treinador deixou o clube depois de um desentendimento com o atacante Neymar. Em 2009, o treinador ajudou a reconduzir o Vasco à elite do Brasileiro com a conquista da Série B
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LONDRES 2012



Quando menina, desafiava amigo: 'Bate forte!'. Assim aprendeu a defender, trocou futebol por vôlei, vibrou com outro Marcelo, o Negrão, e ganhou ouro


Quase xará de um campeão olímpico, Marcelo Negão era o maioral do vôlei no condomínio Parque Novo do Irajá no começo dos anos 90. Fosse com o sol rachando a quadra ou o mormaço invadindo o bairro cortado pela Avenida Brasil, na Zona Norte do Rio de Janeiro, o adolescente, mais forte e mais alto da turma, subia como uma águia para a cortada rasante e indefensável. Era ponto certo. Todo garoto queria ser como ele. Soberano. Um dia, uma menina lourinha, magrinha, habilidosa com a bola nos pés e nas mãos - jogava futebol, basquete e o concorrido voleibol -, começou a aprontar.
Fabiana Alvim de Oliveira, a Fabizinha, no início marcava o placar dos garotos. Até que uma vez ganhou uma chance. E não tinha medo das pancadas. Ralava-se no chão para fazer a defesa como se ali estivesse em jogo a medalha de ouro. Sempre com uma manchete ou um mergulho, puxava contra-ataque mortal para o seu parceiro em dupla. Passe para o ponto. Ou então, um bloqueio consagrador. Não tinha jeito. Marcelo Negão começava a perder ali o reinado.
fabi vôlei especial (Foto: Arquivo Pessoal)Foi dessa janela que Fabi começou a olhar os
meninos jogando vôlei (Foto: Arquivo Pessoal)
A menina passou a ser a sensação do condomínio. Já era a dona do par ou ímpar para escolher o time. Para desespero de sua mãe, dona Vera, na época radicalmente contra. As surras não adiantavam. Fabizinha continuava sem medo das pancadas. E o vôlei virou obsessão. Após os jogos de duplas, ficava até tarde treinando defesa. O próprio Marcelo Negão virou "sparring". Ele cortava com toda força, de todos os lados. Fabizinha cada vez se saía melhor. E ainda desafiava. Pedia para o amigo mandar mais forte.
- Marcelo Negão chegou a quase profissional. Batia com mais vontade ainda em cima dela. E a Fabiana ainda provocava. Falava: "Bate com mais força, bate que nem homem!". Você vê, com aquele tamanho todo ela já tinha liderança. Depois no Rio de Janeiro, ela dando bronca em gigante... Eu falo sempre: tu ainda vai apanhar - disse o irmão e fá número 1, Maurílio Alvim, hoje dentista em Duque de Caxias.
A essa altura, o ídolo Zico, que a menina tentava imitar nas peladas de futebol com os garotos, perdia um pouco de espaço para os astros de vôlei. Nas Olimpíadas de 1992, já com 12 anos, grudada na TV em todas as partidas do time masculino, Fabi já vibrava com Giovane, Tande. E com as cortadas de Marcelo. Mas o Marcelo Negrão.
- Levava muito a Fabiana ao Maracanã, o ídolo dela sempre foi o Zico. No vôlei, Tande, Marcelo Negrão e todos aqueles. Eu trazia autógrafo para ela naquela época, em 92. Aí ela passou a gostar mais de vôlei - afirmou o pai, o bem-humorado taxista João Maurílio, na época motorista de jornalismo da TV Bandeirantes.
O ouro conquistado em Barcelona reluziu forte em Irajá. Fabizinha passou a ser destaque também do time do colégio, o Tarsila do Amaral. Foi vista por um treinador e indicada para o Grêmio Recreativo de Vista Alegre. De lá partiu para o Flamengo, time de coração. Das quadras do subúrbio ao duro caminho diário rumo à Gávea, nascia mais uma campeã. Fabizinha, a Fabi. Com a pronúncia Fabí , tônica na letra "i". Dando mais força à menina, que ao desafiar a fera da patota aprendeu a defender. E, ao desafiar o desejo dos pais, mostrou personalidade. Assim trocou o futebol pelo vôlei. Assim virou referência, descobriu o caminho do ouro em Pequim em 2008. E agora, a líbero do Rio de Janeiro volta a sonhar com o olimpo em Londres.
A escalada de Fabi é a quarta história da série "Como Nascem os Campeões", que começou domingo, com Cesar Cielo. Depois, continuou com Maurren Maggi e Robert Scheidt. Na quinta-feira, termina com o ginasta Diego Hypolito.
Das surras à Gávea
Antes do duro caminho diário de Fabi rumo à Gávea para os treinos, nada foi fácil para Fabi. A começar dentro de casa. O pai, João Maurílio, e a mãe, Vera, manicure na época, eram radicalmente contra a menina no meio dos garotos jogando futebol e vôlei. Queriam que ela estudasse, seguisse uma carreira. Fabiana bem que tentou. Mas a bola era sua paixão.
- Eu trabalhava como manicure das sete da manhã à meia-noite. Dava muito duro. Ela chegava do colégio e já corria para a quadra. Eu gritava: "Fabiana, vai estudar!" Pegava o chinelo e ia atrás dela, que pedia: "Mãe, para de me fazer passar vergonha!". Eu tinha bronca do Marcelo Negão, ele incentivava a Fabi a jogar võlei. Ainda por cima, tinha o outro que cismava de jogar baralho com ela. Eu dizia: "Isso é coisa de homem!" Uma vez, falei: "Um dia vou quebrar o cabo da vassoura e dar em você, Fabiana." Eu batia, mas ela não chorava na rua. Só dentro de casa.  Um dia, ela me disse: "Não adianta, você pode me bater até me matar, mas não vou deixar de jogar vôlei. Ainda botei dois meses no balé, mas teve jeito. Aí, desisti e aceitei" - disse Vera.
HQ Fabi (Foto: arte esporte / cláudio roberto)
A mãe, que hoje mora em Matias Barbosa, cidade mineira a 180km do Rio de Janeiro, passou a ser, aos poucos, a grande aliada de Fabi. Após uma partida de vôlei no colégio Tarsila do Amaral, a garota despertou o interesse do treinador Eduardo Monteiro. Ele a levou para o Grêmio Recreativo de Vista Alegre e garantiu a Dona Vera que teria futuro no esporte. Mas foi só após uma conquista da filha no Intercolegial, no Shopping Carioca, que o coração de mãe foi definitivamente convencido.
- Lembro como se fosse ontem. Ela chegou com a medalha no peito e avisou: "Mãe, olha bem pra isso aqui! Você ainda vai me ver na televisão, dando entrevista!" Ela sempre foi determinada e confiante. A partir dali, passei a acreditar também.
Quando ela perdia, o rosto ficava vermelho de raiva. Ficava reclamando: 'Você deu mole, fez isso, fez aquilo.'"
Rodrigo Safaday
A confiança aumentou mais quando Eduardo a levou para o Flamengo. A família entrou em transe. Todos em casa sempre foram rubro-negros. Mas o caminho era longo. Dois ônibus, quase duas horas. Para ir e voltar. Não era fácil. Fabi precisava ter paciência, perseverança. Os pais davam duro para conseguir as moedas da passagem. O irmão, Maurílio, era um dos maiores fãs e incentivadores.
- Lembro bem da determinação dela, saía de Irajá para pegar dois ônibus para treinar, sem condições financeiras, nossa família era bastante pobre... Ela era assaltada às vezes no caminho, chegava em casa altas horas chorando que tinha perdido o relógio... Depois, comecei na faculdade, às vezes saía após uma prova e ia buscá-la. A Gávea fechava 10 horas da noite, ela ficava do lado de fora com os amigos no portão esperando eu chegar. Foi bem sofrido. Digo que hoje ela colhe os frutos do trabalho de uma sementinha que plantou no passado.
Outra testemunha da disposição de Fabi em treinar é a professora Jurema da Silva, do Colégio Tarsila do Amaral, em Irajá. Olhando o razoável boletim da aluna - a nota C imperava -, dava para perceber: a cabeça estava mais na bola do que na sala de aula.
- Ela gostava demais de ir para o treino. Era engraçado... Quando era para ir para casa, dizia que queria ficar comigo, na minha casa. Entrava no armário... Mas quando saía daqui e tinha que ir para o treino, não se escondia não. Tinha que descer para ir embora rápido - afirmou Jurema, elogiando o comportamento da aluna.
Duro caminho
Se no começo o trajeto para o sonho de Fabi parecia pesadelo, pouco depois as coisas começaram a melhorar. Principalmente quando Rogério Lourenço, ex-zagueiro do Flamengo nos anos 90, hoje treinador no mundo árabe, passou a lhe dar carona na volta, à noite.
- Quando os horários combinavam, eu dava carona para ela na volta, à noite. Mas isso não foi nada, ela faria o mesmo por mim. Tínhamos uma convivência ótima, ela era praticamente uma irmã. Nossas famílias sempre foram muito próximas, os pais da Fabi compraram o apartamento dos meus pais, lá em Irajá. Jogávamos bola juntos, vôlei, tudo.
Rogério pode falar com autoridade sobre as qualidades e a determinação da amiga. Afinal, ele também percorreu o duro caminho de Irajá até a Gávea para se tornar atleta.
- Eu tenho 41 anos. Sou nove anos mais velho do que ela. O Marcelo Negão ainda é mais velho do que eu. Imagina, ele tinha todo jeito de que seria jogador de vôlei profissional. Largava a bola mesmo, sem piedade. Imagina uma garotinha ali pegando aquelas pancadas. Ela mostrou logo jeito para a coisa, se destacava no grupo cheio de meninos. No futebol, então, entrava no meio dos garotos e dava show. Tenho moral para falar sobre isso, né? Virei jogador do Flamengo....
Outro amigo dos tempos de Irajá, Rodrigo Lima, o Safaday, que ainda mora no condomínio, é outro que garante: se a escolha tivesse sido para o futebol, Fabi também faria sucesso.
- A Fabizinha jogava uma bola danada. Dava lençol, carrinho, a quadra era rala-coco. Tinha talento para futebol e vôlei. Fazia só golaço. A gente jogava salão, ela era mais ala. Tomei gol dela... Aí, quando fomos pro vôlei, finzinho da tarde... Marcelo Negão era um monstro cortando. Ela bloqueava, cortava direitinho, tomava medalhão... A diferença era de uns cinco, seis anos de idade. Devia ter uns 12 anos.... O pessoal abraçou a Fabiana. Quando ela perdia, o rosto ficava vermelho de raiva. Ficava reclamando: "Você deu mole, fez isso, fez aquilo." Ela cobrava. "Por que não bloqueou?" De umas 10 partidas, saía umas duas vezes. O resto da turma era rodízio.
vôlei fabi pequim 2008 (Foto: Agência EFE)Perfeita na defesa e no passe, Fabi é uma das melhores jogadoras do mundo (Foto: Agência EFE)
Líbero de ouro
Marcelo Negão não seguiu carreira no voleibol e deu uma sumida da área. Fabi aparece de vez em quando nos churrascos de fim de ano em Irajá. E deu uma sequência à carreira de orgulhar os amigos. Ainda no Flamengo, a então atacante foi agraciada com as mudanças no regulamento. Entre elas, foi criada a função de líbero. Notícia melhor não podia ter acontecido.
- Ela começou como atacante. Mas como uma menina de um metro e setenta vai ser atacante? Aí surgiu a posição de líbero. Ela se encaixou. Até hoje fala que queria saber quem inventou essa posição - disse o pai, João Maurílio, que ganhou da filha um apartamento em Botafogo, onde fica durante a semana até ir ao encontro de Vera em Matias Barbosa.
Custei a perceber a dimensão de tudo isso"
Vera Alvimi
Depois da criação da posição de líbero, a carreira de Fabi engrenou de vez. Do Flamengo, foi para o Macaé em 1998. Uma temporada depois, o Rubro-Negro a pegou de volta. Mas Isabel a levou logo para o Vasco, onde conquistou o título carioca de 2000 e começou a aparecer mais. Até que o Campos lhe fez uma proposta. Lá, treinada por Luizomar Moura, jogou até 2005 e foi tricampeã estadual em 2001-02-03.
- Isabel foi muito importante na carreira da Fabi. Pessoa fundamental. Ficamos amigas. Depois, o Luizomar também. Fui a uma partida no Tijuca Tênis Clube. Era Campos x Rio de Janeiro. Vi um lance que me deixou impressionada, arrepiada. Ela defendeu a bola com o pé! Foi uma defesa espetacular. Aí eu me perguntei: será que esta menina vai mesmo longe? - disse Vera, que é o braço direito da filha e cuida de tudo, até de compra de apartamento.
Na verdade, a emoção de Vera ao ver Fabi defendendo com o pé foi recorrente das quadras de Irajá. A habilidade com o futebol ajudou muito. Como profissional, Fabi se aprimorou. Os fundamentos para ser líbero beiravam a perfeição. O passe também. Àquela altura, se tornava uma jogadora completa. A ida para o Rio de Janeiro, em 2005, selou a fase de ouro. Na seleção brasileira, viveu a glória. Tetracampeã do Grand Prix (2005, 2006, 2008 e 2009), penta sul-americana (2003, 2005, 2007, 2009 e 2011). E, o melhor, o ouro olímpico em Pequim. Ainda por cima, sendo eleita a melhor líbero - antes, tinha sido MVP no Sul-Americano em 2009. O voleibol de Fabi virou referência no mundo. Mas no meio disso tudo, houve decepções.
MONTAGEM vÔlei fabi (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)De Irajá para o mundo, a trajetória de Fabi no álbum de família (Foto: Editoria de arte / Globoesporte.com)
- O que marcou negativamente foi o primeiro corte. Na Pré-Olimpíada, oito anos atrás (Atenas-2004), ela e Leila foram cortadas na véspera das Olimpíadas. Isso deu um trauma na família muito grande. Depois, veio aquela derrota para a Rússia, depois de uma vantagem por 24 a 19 quando ia fechar o terceiro set, e o Brasil deixou virar. Aí, no ano seguinte, de novo, na véspera do corte, pensei: "Não é possível, jogando o filé que estava jogando..." Mas aí ela foi convocada, e  coroada com a medalha de ouro. Agora bateu ansiedade de novo, véspera de convocação... O topo dela foi quando se consagrou campeã olímpica - disse Maurílio, emocionado.
A imagem da vibração final, com a narração de Galvão Bueno no ouro olímpico, a mãe entrando ao vivo no ar, não lhe sai da cabeça. João Maurílio, o pai, lembra também os tempos das vacas magras. Ao visitar o condomínio de Irajá, olhou para a janela de onde espiava, com Fabi, as peladas da garotada. Foi ali que a menina viu o sonho começar. Foi só descer a escada para começar a realizá-lo.
- Você sabe que até hoje não assisti ao DVD do ouro em Pequim? Não quis rever ainda. Acho que vou fazer isso se vier outra medalha de ouro. Custei a perceber a dimensão de tudo isso. Naquele dia, estava cega, surda e muda. Agora, não sei se virá um ouro. Mas uma medalhinha acho que teremos. O que mais importa é que minha filha está feliz - afirmou a mãe Vera, sonhando com outros dias felizes.  E o Brasil agradece à família Alvim de Oliveira.
vôlei festa brasil feminino campeão medalha de ouro pequim 2008 (Foto: Agência Reuters)A festa após a conquista do ouro em Pequim-2008: o sonho estava realizado (Foto: Agência Reuters
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