CORINTHIANS

Defesa reúne evidências para tentar provar à justiça boliviana que 12 detidos são inocentes na morte do jovem Kevin Espada

Os 12 corintianos detidos na penitenciária San Pedro, em Oruro, acusados de envolvimento na morte do jovem Kevin Douglas Beltrán Espada, de 14 anos, terão seu pedido de apelação julgado na tarde desta sexta-feira, no tribunal da cidade boliviana. Dependendo da análise das autoridades locais, os doze poderão responder às acusações em prisão domiciliar, aguardar o julgamento em liberdade, mas na Bolívia, ou até retornar ao Brasil.

Uma espécie de dossiê em prol dos torcedores presos foi montado pela defesa, com apoio da Embaixada do país na Bolívia e de Kaiser Araújo, cônsul brasileiro em La Paz. A intenção é provar à Corte de Justiça Superior que o responsável pelo disparo do sinalizador naval que matou Kevin foi H.A.M., menor que se apresentou à Vara da Infância e Juventude e confessou ter sido o autor na tragédia.

Corinthianos presos em Oruro terão apelação julgada nesta sexta-feira (Foto: Diego Ribeiro)

– Estamos com todo o material em mãos e vamos apresentar à justiça boliviana. Inicialmente, a intenção é que os torcedores sejam liberados desde já. Vamos em busca disso. Caso não consigamos, tentaremos ao menos a prisão domiciliar, algo que já melhoraria a situação deles – afirmou Kaiser Araújo, em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM.

O responsável por decretar a prisão preventiva dos corintianos foi o juiz Julio Huarachi Pozo. A Embaixada do Brasil na Bolívia se comprometeu a ajudar na procura por um imóvel, caso os torcedores conquistem o direito de prisão domiciliar, mas não bancá-lo. Como há mais detentos brasileiros em situação semelhante no país vizinho, o embaixador Marcel Fortuna Biato procura não ser desigual e tratar os alvinegros como exceção.

O advogado Miguel Blancourt, que representa os corintianos em Oruro, já havia demonstrado pessimismo em relação ao caso. Embora acredite que a apresentação do depoimento de H.A.M. ajude a acelerar o caso, ele afirmou que não pode garantir nada, uma vez que a justiça boliviana poderia apresentar resistência em aceitar a confissão como válida. Nesse contexto, as chances de os torcedores serem liberados seriam pequenas.

Inicialmente, a intenção é que os torcedores sejam liberados desde já. Vamos em busca disso"

Kaiser Araújo,
cônsul brasileiro
em La Paz

De acordo com inquérito policial boliviano, os torcedores Cleuter Barreto Barros, conhecido como "Manaus", e Leandro Silva de Oliveira, conhecido como "Soldado", foram os responsáveis principais pelo acionamento do artefato que atingiu o menino morto. Os outros respondem como cúmplices. Se forem liberados, todos os torcedores teriam de retornar à Bolívia cada vez que a justiça local solicitasse.

Na última semana, as seis torcidas organizadas do Corinthians se manifestaram em frente ao Consulado na Bolívia, na região da Avenida Paulista, em São Paulo, pedindo liberdade aos presos. O menor que se identificou como autor do disparo do sinalizador é sócio da Gaviões da Fiel, principal uniformizada do clube, e viajou a Oruro em caravana arquitetada pela torcida. Outro protesto foi marcado para a próxima terça, dia 12.

Embora H.A.M. não tenha revelado sua identidade, o cônsul Kaiser Araújo assegura que as imagens, originárias, inclusive, da TV Globo, comprovam que nenhum dos corintianos presos em Oruro estava envolvido na tragédia que matou Kevin.

– A defesa deixou claro que os torcedores merecem ser liberados. É complicado, há algumas burocracias envolvidas. As coisas não acontecem de uma hora para outra. As imagens apontam, com setas e aproximação, quem foi o responsável. Espero que fique claro e que a apelação seja válida – completou.

Além das complicações inerentes à justiça boliviana, uma greve geral em Oruro tornou a situação dos corintianos ainda mais difícil. O aeroporto de Oruro, antes chamado de Juan Mendoza, foi rebatizado pelo governo para Juan Evo Morales, nome do atual presidente, revoltando a população, que bloqueou ruas e provocou o fechamento de prédios públicos.

Corte Superior de Justiça de Oruro: torcedores esperam, ao menos, prisão domiciliar (Foto: Diego Ribeiro
)

LIBERTADORES

DESTAQUES DO JOGO

• deu errado
  Defesa tricolor
  Voltou a ser um problema. Exposta e desarrumada, proporcionou alguns sustos na torcida ao longo de todo o jogo.
• nome do jogo
  Jadson
  Já virou rotina: o meia foi o melhor do Tricolor mais uma vez, com um gol e um a bola na trave. Equipe não manteve o mesmo nível.
• mancada!
  Luis Fabiano
  Irritado, atacante discutiu rispidamente com a arbitragem e levou cartão vermelho depois do final da partida.

A CRÔNICA

Sofrer virou rotina para o São Paulo na Taça Libertadores. Mas, desta vez, não houve gol nos minutos finais que salvasse a má atuação, como aconteceu diante do Strongest, quarta-feira retrasada. Em mais uma exibição de altos e baixos, o Tricolor não passou de um empate por 1 a 1 contra o lanterna Arsenal, da Argentina, no Pacaembu, e viu seu futuro na competição ficar ameaçado. Irritado com a arbitragem, Luis Fabiano reclamou muito e levou cartão vermelho depois do apito final. O jogo não foi no Morumbi porque o clube perdeu o mando pelas confusões ocorridas na final da Copa Sul-Americana, contra o Tigre, em dezembro.

Com apenas quatro pontos em nove possíveis no Grupo 3, o São Paulo vai precisar de um bom desempenho fora de casa para não se complicar ainda mais. Quinta-feira que vem, visita o mesmo Arsenal, às 22h, em Avellaneda, na Argentina. Em seguida, dia 4 de abril, encara o Strongest, em La Paz. Neste domingo, faz o clássico contra o Palmeiras, às 16h, no Morumbi, pelo Paulistão.

Jadson, mais uma vez, foi o melhor do time. Depois que Aloísio e Osvaldo acertaram a trave, o camisa 10 colocou os são-paulinos em vantagem no último lance da etapa inicial. Na metade final, um polêmico pênalti após desvio de Cortez com um dos braços fez Benedetto empatar e desmontar os brasileiro. O mesmo Jadson ainda acertou o poste. Pouco para um dos favoritos ao título.

Os argentinos respiram e voltam a acreditar na classificação. No entanto, também necessitarão de um grande rendimento no segundo turno. O ponto obtido no Pacaembu foi o primeiro em três rodadas.

Luis Fabiano disputa a bola pelo alto. Fabuloso não conseguiu brilhar nesta quarta (Foto: Marcos Ribolli)

Jadson tira o São Paulo do sufoco

O início da partida foi atrasado em aproximadamente sete minutos por causa de uma confusão nos uniformes. O Arsenal subiu ao gramado de calção branco, mesma cor do São Paulo. Como os argentinos não tinham outro em uma tonalidade diferente, os tricolores desceram aos vestiários para colocar um escuro. Enquanto os visitantes batiam bola e os brasileiros se vestiam, os hinos de cada país foram executados. Quase ninguém ouviu.

Quando a bola rolou, o São Paulo voltou a apresentar erros defensivos que resultaram em alguns sustos na torcida e em broncas de Rogério Ceni, desesperado com o posicionamento errado. Logo no primeiro minuto, Furch apareceu nas costas de Douglas na área e chutou cruzado, bem perto da trave esquerda. Pelo alto, principalmente em cobranças de escanteio, Lúcio e Rafael Toloi também tiveram problemas.

Assim como aconteceu contra o Strongest, na semana passada, o ataque mostrou pouca inspiração diante de um rival bastante fechado. Jadson, único homem encarregado de criar, foi muito marcado e não conseguiu abrir espaços para o trio ofensivo. Ceni, de falta, teve a primeira boa chance, somente aos 18 minutos, mas parou em Campestrini.

A sorte também parecia não acompanhar o Tricolor quando as oportunidades apareceram mais claramente. Aloísio carimbou a trave ao ganhar da defesa pelo alto e chutar de primeira. Já perto do fim da etapa inicial, Osvaldo soltou uma bomba de fora da área e acertou o outro poste argentino.

Em seguida, quase um castigo. Livre na área, Furch apareceu de frente para Ceni, mas perdeu gol incrível ao chutar por cima. O alívio veio apenas aos 47 minutos. Em contra-ataque pela direita, Aloísio foi à linha de fundo e tocou de calcanhar para trás. Jadson recebeu e bateu forte, com desvio no travessão, e colocou o São Paulo em vantagem.

Vermelho para o Fabuloso

A vantagem são-paulina durou muito pouco no segundo tempo. Exatamente três minutos. A defesa, ainda bastante exposta, voltou a enfrentar dificuldades para combater o ataque adversário. O empate veio em um lance polêmico. Após cruzamento pelo lado direito, a bola tocou no braço de Cortez, e o árbitro Wilmar Roldán marcou pênalti. Benedetto, que acabara de entrar, chutou forte no canto direito. Rogério nem esboçou reação para tentar a defesa. Os são-paulinos passaram toda a segunda etapa reclamando com o juiz a penalidade.

Ney Franco repetiu logo em seguida o que fez contra os bolivianos: trocou um volante (Fabrício) pelo meia Paulo Henrique Ganso. A mudança, contudo, não surtiu efeito rapidamente. Os argentinos amarraram a partida, seguraram a bola no campo ofensivo e impediram que o Tricolor sufocasse.

A equipe tricolor só acordou do choque depois dos 20 minutos e, mesmo assim, sem apresentar grande evolução. A dupla Ganso e Jadson apareceu em um lance que levou o torcedor ao desespero. Ao tabelar com Paulo Henrique, o baixinho recebeu na área e chutou dividiu com o goleiro. A bola, caprichosamente, caiu rente ao travessão, sobre a rede.

A pressão com pouca organização tática aumentou com o passar do tempo. Entre os pedidos de “raça” e os incentivos vindos das arquibancadas, o segundo gol esteve novamente muito perto dos pés de Jadson. Ao receber pelo meio, ele girou e chutou forte. De novo, a trave estava no caminho.

Os minutos finais foram de sufoco e descontrole. Depois sacar Aloísio e colocar Maicon, Ney Franco tirou Wellington para a entrada de Cañete. O nervosismo e a pressa em impedir o resultado ruim pesaram negativamente para um time que precisará fazer fora de casa aquilo que não conseguiu diante de sua torcida. Agora, com ainda mais pressão e sem Luis Fabiano, que cumprirá suspensão na próxima rodada.

CORINTHIANS

Torcida corintiana poderá frequentar o estádio durante a Libertadores, mas ficará 18 meses sem poder assistir a jogos do Timão como visitante

Torcida do Corinthians no estádio do Pacaembu
(Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)

A Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) anunciou na tarde desta quinta-feira a suspensão da punição ao Corinthians, que não poderia receber torcida em seus jogos como mandante no estádio do Pacaembu, pela Taça Libertadores da América. A pena agora se restringe somente às partidas fora de casa. Por 18 meses, os alvinegros não poderão assistir aos confrontos como visitantes. O Timão também foi multado pela entidade em US$ 200 mil (aproximadamente R$ 392 mil). A informação foi confirmada ao GLOBOESPORTE.COM pelo diretor jurídico do clube, Luiz Alberto Bussab.

Embora a Fiel agora possa comparecer aos jogos no Pacaembu, a diretoria do clube não está satisfeita com a Conmebol pela punição imposta nas partidas fora de casa. Bussab aguardará a chegada do comunicado oficial da entidade para recorrer. A intenção é que os corintianos também possam viajar para os confrontos longe do Brasil.

– Não estamos satisfeitos com essa decisão. Assim que chegar a fundamentação da Conmebol ao Corinthians, vamos recorrer desses 18 meses. Queremos os torcedores em todos os jogos, em casa ou fora – afirmou, em contato com a reportagem.

Placar eletrônico anuncia público contra o
Millonarios, no dia 27 (Foto: Marcos Ribolli)

A punição é válida também para jogos em que o Corinthians atue como visitante dentro do país (em competições organizadas pela Conmebol). Ou seja, se enfrentar um compatriota nas oitavas de final da Libertadores, por exemplo, o Timão também não poderá contar com seus torcedores. Situação igual na Recopa Sul-Americana, que será disputada contra o rival São Paulo, no segundo semestre deste ano. O San José foi punido com multa de US$ 10 mil.

Na derrota do Timão por 1 a 0 para o Tijuana, na última quarta-feira, membros da Camisa 12, segunda maior torcida organizada do clube, chegaram a estender uma faixa alusiva à uniformizada no estádio Caliente. Os policiais presentes no local agiram rapidamente e obrigaram os brasileiros a retirar o artefato, encaminhando-os a outro setor.

A única partida de punição cumprida pelo Corinthians foi a vitória por 2 a 0 sobre o Millonarios, da Colômbia, no dia 27 de fevereiro. Na oportunidade, quatro torcedores conseguiram uma liminar na justiça comum, ignoraram a decisão da Conmebol e assistiram ao duelo do setor das numeradas. Temendo maior represália da entidade, diretores do Timão pediram que os alvinegros não entrassem no Pacaembu, mas não foram ouvidos.
 

Queremos os torcedores em todos os jogos, em casa ou fora"

Luiz Bussab,
diretor jurídico
do Corinthians

Três delegados da Conmebol participaram do julgamento: Adrián Leiza, do Uruguai, Orlando Morales, da Colômbia, e Carlos Tapia, do Chile. Os representantes de Brasil e Bolívia no Comitê Disciplinar foram impedidos de votar por serem dos países envolvidos no caso.

O clube paulista enviou sua defesa completa ao Comitê na semana passada contendo 16 páginas e algumas provas, como uma carta da Fifa elogiando a postura da torcida alvinegra durante o Mundial de Clubes de 2012, em dezembro, no Japão.

O Corinthians foi punido no último dia 21 de fevereiro, um dia depois do jogo contra o San José, em Oruro, na Bolívia, pela primeira rodada do Grupo 5 da Taça Libertadores da América. O empate por 1 a 1 ficou em segundo plano, já que a partida acabou marcada pela tragédia que culminou com a morte do jovem boliviano Kevin Espada, de apenas 14 anos.

Momentos após o gol marcado por Guerrero no início da partida, um sinalizador acendido no espaço destinado aos corintianos no Estádio Jesús Bermudez atingiu o rosto de Kevin Espada, torcedor do San José. Ele não resistiu ao ferimento e faleceu.

Após a partida, a polícia local prendeu doze torcedores acusados de envolvimento no caso. Dois foram indiciados como autores do homicídio e os demais como cúmplices. Todos continuam presos na Penitenciária de San Pedro, em Oruro, mesmo após o menor H.A.M., de 17 anos e membro da torcida Gaviões da Fiel, ter se apresentado em São Paulo como autor do disparo.

Advogado do Corinthians também envolvido no caso, Luiz Felipe Santoro explicou que a tragédia envolvendo Kevin não poderia ser de total responsabilidade do clube. Embora o boliviano tenha sido vitimado por um sinalizador disparado por um torcedor alvinegro, Santoro argumentou que o Timão só poderia ser punido por uma irregularidade causada nas arquibancadas do estádio Jesús Bermúdez, mas não especificamente pela morte.

– Nós não temíamos uma punição maior por causa da morte. Na linguagem jurídica, o problema era o fato de um torcedor do Corinthians ter acendido o sinalizador na arquibancada em Oruro. O clube não teria de responder pela morte, mas sim os responsáveis pelo acontecimento – explicou ao Sportv.

Estádio do Pacaembu, vazio na partida entre Corinthians e Millonarios (Foto: Marcos Ribolli
)

UFC COMBATE

Lutadores do peso-meio-médio vão em busca do sonho de um contrato com o UFC. Programa será apresentado aos domingos, após o Big Brother Brasil

Após o sucesso da primeira edição do reality show "The Ultimate Fighter Brasil - Em busca de campeões", o UFC anunciou nesta quinta-feira os 28 participantes da segunda edição do programa. O primeiro episódio vai ao ar no dia 17 de março, logo após o Big Brother Brasil, na TV Globo, com as sete primeiras lutas eliminatórias e os sete primeiros atletas que entrarão na casa. No segundo episódio, mais sete lutas e os sete lutadores que completarão os finalistas do torneio. Semanalmente será apresentado um episódio culminando com uma luta eliminatória. Os dois finalistas disputarão o título do programa e um contrato de seis dígitos com o UFC.

Os pesados Fabricio Werdum e Rodrigo Minotauro são os treinadores do TUF Brasil 2 (Foto: Divulgação)

Ao todo, são 28 lutadores buscando as 14 vagas da casa, mas com uma novidade: um dos atletas é argentino. O platense Santiago Ponzinibbio, de 26 anos, é o primeiro estrangeiro a competir em uma edição do TUF realizada no Brasil. Dos 28 atletas selecionados, dez são do Rio de Janeiro, sete de São Paulo, dois da Bahia, dois do Paraná e um de cada um dos seguintes estados: Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Santa Catarina, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Paraíba. Por região, os lutadores estão distribuídos da seguinte forma: 18 da região sudeste, quatro da região nordeste, quatro da região sul e um da região centro-oeste. A surpresa é não haver nenhum atleta da região norte, que é um dos maiores pólos reveladores de talentos do MMA no país.

Os 28 finalistas foram escolhidos a partir de uma lista de cerca de 300 candidatos na primeira seleção do TUF no Rio de Janeiro. Com idades de 18 a 35 anos, os atletas vieram de diversos cantos do Brasil e até de outros países, como Argentina e Estados Unidos. Estes lutadores passaram por entrevistas, exames médicos e foram testados em suas habilidades na luta em pé e no chão até surgirem os nomes finais.

Os treinadores desta edição são os peso-pesados Rodrigo Minotauro e Fabricio Werdum, que estão entre os dez melhores atletas da categoria no ranking oficial do UFC. Os dois lutadores se enfrentarão no evento que será realizado no dia 8 de junho, fazendo a luta principal da noite.

Confira abaixo os lutadores selecionados para a segunda edição do reality show "The Ultimate Fighter Brasil - Em busca de campeões":

LIBERTADORES

Com medo de nova confusão com torcedores, palmeirenses são orientados a não falar sobre o assunto. Time se reapresenta nesta sexta-feira

Só roupeiros e malas passaram pelo saguão
(Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Agência Estado)

Ainda abalado com a confusão com torcedores no embarque da delegação na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina, na manhã desta quinta-feira, o Palmeiras chegou no início da tarde ao aeroporto internacional de Cumbica, em Guarulhos, bastante receoso. Para evitar qualquer novo problema, o Verdão decidiu não passar pelo saguão e deixou o local diretamente pela pista, em um ônibus rumo ao centro de treinamento. O policiamento foi reforçado na porta do aeroporto.

Após a derrota para o Tigre, por 1 a 0, em jogo válido pela Libertadores, a delegação palmeirense foi surpreendida pela reação de alguns torcedores, membros da organizada Mancha Alviverde, no saguão de embarque no aeroporto Aeroparque Jorge Newbury. O alvo principal era o chileno Valdivia, que teria respondido com gestos obscenos às provocações vindas da arquibancada no dia anterior. Mas quem levou a pior foi o goleiro Fernando Prass, atingido por uma xícara lançada na direção de Valdivia.

- Jogaram uma xícara no Valdivia e acertou em mim. Levei três pontos na cabeça e tive um corte na orelha. Embarco para o Brasil daqui a pouco - relatou Prass por meio de suas contas nas mídias sociais.

O elenco terá a tarde de folga e só se reapresentará para os trabalhos na sexta-feira, na Academia de Futebol. Apesar da orientação da direção para que nenhum membro da delegação fale sobre a briga, o presidente Paulo Nobre irá conceder entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira. Mais cedo, o dirigente emitiu nota oficial repudiando o acontecimento.

- (São) bandidos irracionais, e não torcedores apaixonados, os participantes da selvageria - disse, em comunicado oficial.

José Carlos Brunoro, diretor executivo do Verdão, chegou mais cedo ao aeroporto de Cumbica para tratar com a Polícia Militar um esquema de segurança para receber os jogadores e a comissão técnica. Mesmo sem ter a presença de torcedores no local, o clube decidiu por pegar um ônibus ainda na pista para não passar pelo saguão.

Em, Buenos Aires, três torcedores foram detidos para serem interrogados, mas já foram liberados. Como não tinham antecedentes criminais na Argentina, a polícia os deixou retornar para o Brasil.

Policiamento foi reforçado na porta do aeroporto (Foto: Marcos Bezerra/Futura Press/Agência Estado
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NOTICIAS

Atacantes se destacam em treinamento coletivo com time das categorias de base, mas garoto recém-promovido perde gol sem goleiro

O treinamento do Santos desta quinta-feira de manhã, no CT Rei Pelé, foi aberto 15 minutos depois da hora marcada. Quando as portas foram liberadas para a imprensa, os reservas do time, com o reforço de Neymar, faziam um coletivo contra jogadores do time sub-17. O craque, suspenso do confronto diante do Atlético Sorocaba, neste domingo, às 18h30m, no interior, e o garoto Giva, recém-promovido ao profissional, foram os destaques da atividade. Mas apesar de balançar as redes, o atleta de 20 anos protagonizou um lance digno de Inacreditável Futebol Clube (veja no vídeo).

Na atividade, Neymar aproveitou passes de Giva para marcar. Mas quando o contrário ocorreu, o jogador campeão da Copa São Paulo desperdiçou uma bola sem goleiro. Após o lance, o próprio garoto lamentou, enquanto o camisa 11 abriu os braços em tom de reprovação. Logo em seguida, eles se cumprimentaram e continuaram atuando bem, já que os profissionais venceram com facilidade e golearam.

A escalação dos atletas reservas tinha Aranha; Galhardo, Neto, Jubal e Emerson; Alan Santos, Pinga e Felipe Anderson; Victor Andrade, Giva e Neymar. Enquanto isso, os titulares ficaram na academia durante aproximadamente 20 minutos e depois realizaram outra atividade no gramado. Entre eles, estavam o lateral-direito Bruno Peres, reserva no clássico do último domingo, contra o Corinthians, e o meia Patito Rodriguez, que também não iniciou o jogo diante do Timão.

Com um edema na coxa esquerda, o argentino Miralles seguiu sem participar dos treinamentos com bola e não deve enfrentar o Atlético Sorocaba neste domingo.

Baseado nos indícios dados nos treinamentos, o Peixe pode ir a campo domingo com: Rafael; Bruno Peres, Edu Dracena, Durval e Léo; Renê Júnior (Marcos Assunção), Arouca, Cícero e Montillo; Patito Rodriguez (Giva) e André.

Clique e assista aos vídeos do Santos

Giva é um dos candidatos a substituir Neymar neste domingo (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)

 

CORINTHIANS

Atacante saiu do time depois de dois atrasos e de lesão no joelho, mas acredita que terá condições de jogar já no próximo sábado, pelo Paulista

Emerson Sheik perdeu vaga no time titular do Corinthians após se atrasar por duas vezes para os treinamentos e foi punido pela diretoria com uma multa. Por tudo isso, ele aceita ficar no banco como reserva de Alexandre Pato. Contratado no início do ano, o ex-jogador do Milan iniciou a temporada como suplente, mas, com boas atuações, ganhou seu espaço na equipe.

– Nós temos o respeito como regra, e acho que todo mundo, pelo trabalho, merece jogar. Seria injusto falar o contrário. Mas isso cabe ao treinador decidir. Parece que o Tite ganha bem para caramba e daí ele resolve essas coisas – disse Emerson Sheik, após atacar de comentarista na derrota do Timão por 1 a 0 contra o Tijuana, no México, pela Taça Libertadores da América.

Emerson Sheik não viajou com o restante da equipe para o México por conta de um tratamento no joelho direito. Segundo a assessoria de imprensa do Timão, a ausência do atacante na viagem estava programada pelo departamento médico do clube. Com o problema quase resolvido, ele deve recuperar, pelo menos parcialmente, a vaga no time.

Nós temos  o respeito como regra, e acho que todo mundo, pelo trabalho, merece jogar. Seria injusto falar o contrário"

Emerson

– Fiquei no Brasil tratando. Os médicos entenderam que seria mais proveitoso assim, e estou bem melhor. Eu já devo estar liberado para o sábado.

Tite deve escalar uma equipe alternativa para o duelo deste sábado, contra Ituano, às 18h30m, no Pacaembu, pela 11ª rodada do Campeonato Paulista. O Timão encarou o Tijuana nesta quarta, mas só chega ao Brasil na sexta-feira, um dia antes do duelo pelo estadual. Sheik confia no elenco e acredita que o Corinthians não terá problemas para encarar o time do interior.

– O Corinthians tem um grupo de 30 jogadores, que podem substituir um ao outro a altura. Acredito que o Tite juntamente com a preparação física e o departamento médico conseguem fazer isso de uma maneira bacana, dando qualidade em todos os jogos. Não vejo problemas.

O Corintians é o atual campeão da Libertadores e do Mundial de Clubes da Fifa. Mesmo com as dificuldades do início da temporada, Emerson confia que a equipe poderá repetir o bom aproveitamento do ano passado.

– Tenho certeza que podemos repetir o ano de 2012. Principalmente pelo grupo que temos. A manutenção e a contratação de novos jogadores ajuda muito. Acredito que temos condições de fazer uma ótima temporada – completou.

Emerson Sheik atacou de comentarista no jogo da última quarta-feira (Foto: Gustavo Serbonchini
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LIBERTADORES

Após dois títulos, Tricolor mantém a base e o treinador, mas não brilha em 2013 e sai de campo após empate com Huachipato sob vaias e protestos

O encanto entre torcida e time parece perto do fim. Quando o árbitro argentino German Delfino apitou pela última vez no empate por 1 a 1 entre Fluminense e Huachipato na noite da última quarta-feira, o Engenhão ouviu novamente em 2013 vaias para o atual campeão brasileiro e ainda gritos de "Time sem vergonha" (veja os melhores momentos do jogo no vídeo ao lado). Depois de conquistar dois títulos no ano passado com um futebol consistente, o torcedor tricolor ainda tenta entender a irregularidade na atual temporada de uma equipe que manteve praticamente todos os seus jogadores e ainda a sua comissão técnica. Azar, falta de ritmo, desatenção... Sobram explicações e faltam resultados.

Já são seis jogos sem vencer no Engenhão - o maior jejum do clube no estádio. Para piorar, o Fluminense deixou a desejar nos principais jogos de 2013. Em três clássicos, empatou dois e perdeu um que o eliminou da Taça Guanabara ainda na semifinal. Na Libertadores, vitórias suadas fora de casa e decepções no Rio, com direito a derrota elástica para o Grêmio e empate contra o desconhecido Huachipato. Fatores que levam o próprio técnico Abel Braga a buscar respostas.

- O time é o mesmo, o treinador é o mesmo, a filosofia de trabalho é a mesma... No ano passado sofríamos muito para vencer, e em 2013 de repente estamos sofrendo menos. Mas a grande diferença é que ganhávamos mais do que estamos ganhando hoje. Não sei o porquê. Até esperamos alguns jogadores adquirirem melhor ritmo de jogo. O Gum, por exemplo, não foi bem contra o Vasco e diante do Huachipato voltou a jogar bem - lembrou o treinador.

Caras e bocas: na noite em que quase nada deu certo, Thiago Neves, Nem, Gum e Fred lamentam
(Foto: Editoria de arte)

Sobre as manifestações negativas da torcida, Abel preferiu não reclamar.

- Vocês sabem o termo que vou utilizar: o torcedor é sempre soberano. Tivemos um ano muito bom em 2012 e é óbvio que o torcedor estava contente. Este ano perdemos para o Grêmio em casa jogando mal e agora empatamos um jogo que era para ganharmos com tranquilidade. Ninguém vai querer que ele (torcedor) esteja satisfeito. A torcida foi exemplar e incentivou o jogo todo. Como não ganhamos, veio a vaia para o time e para um jogador ou outro. Não me manifesto quando ela é contra. Não estamos satisfeitos como ela também não está - resumiu.

'Time sem vergonha'

Só vejo um fator diferente. Aquela ponta de sorte nos momentos importantes do jogo não está aparecendo tanto como em 2012. Não estamos sendo tão eficazes como no ano passado e estamos pagando caro."

Deco

De fato o time é o mesmo. Apenas o lateral-esquerdo Thiago Carleto, que retornou ao São Paulo após o fim de seu empréstimo, deixou as Laranjeiras no fim do ano passado. Além da manutenção da base, a diretoria tricolor apostou em quatro contratações: o lateral-esquerdo Monzón, o lateral-direito Wellington Silva, o meia Felipe e o atacante Rhayner. Mas com a falta de uma apresentação convincente, as manifestações negativas da torcida no Engenhão vêm se repetindo em 2013. Contra o Grêmio, Abel foi chamado de burro após substituir o atacante Wellington Nem. Diante do Huachipato, as vaias depois do empate foram direcionadas ao time e sucedidas por gritos de "Time sem vergonha". Algo natural segundo o meia Wagner, que foi além e lembrou que o Fluminense poderia jogar a noite toda que mesmo assim o gol da vitória não sairia.

- Não era o nosso dia. O Fluminense poderia jogar a noite toda que o gol não sairia. Futebol é assim mesmo. Quando não fazemos os gols, acabamos sendo punidos desta maneira. O empate foi inesperado e agora teremos um período de descanso para rever alguns conceitos antes da estreia na Taça Rio. A torcida é o espelho do que a gente apresenta em campo. Se jogamos bem, eles aplaudem. Se vamos mal, eles vaiam. Temos experiência suficiente para lidar com essa cobrança - frisou.

Na visão do meia Deco, a principal mudança em relação ao ano passado é que a sorte que acompanhou o Fluminense durante a última temporada não está mais aparecendo.

- Só vejo um fator diferente. Aquela ponta de sorte nos momentos importantes do jogo não está aparecendo tanto como em 2012. Estamos jogando bem, criando chances, mas está faltando algo mais na hora da finalização. Não estamos sendo tão eficazes como no ano passado e estamos pagando caro. Temos que refletir porque as coisas não estão saindo do jeito que queremos. Jogamos bem e tropeçamos, acontece. Futebol tem dessas coisas. A manifestação da torcida faz parte. O torcedor tem esse direito. Eles querem ver sempre a vitória. Mas assim como eles, nós também saímos frustrados de campo - explicou.

Com o empate no Engenhão, o Fluminense assumiu provisoriamente a liderança do Grupo 8 da Libertadores com sete pontos. O Grêmio vem logo atrás com seis pontos e um jogo a menos. O Tricolor agora terá onze dias de treinos e só volta a campo no dia 17 de março, contra o Audax, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão, pela estreia da Taça Rio
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