sexta-feira, 11 de março de 2016

LIBERTADORES

Os três atos da narrativa do Galo para voltar do Chile com um bom empate

Depois de um primeiro tempo seguro, Dátolo entra e muda a cara do time. Ao sair com uma lesão muscular, time se fecha e segura pressão contra o Colo-Colo

Por Belo Horizonte
As maiores narrativas da literatura seguem o esquema de três atos. Começam com a introdução, expondo uma situação inicial; depois vem o desenvolvimento, com o problema e o clímax; e por fim, a conclusão, com a resolução da história e normalmente o final feliz. A história do Atlético-MG contra o Colo-Colo, em Santiago, não teve os roteiros dramáticos de 2013, quando o clube conquistou a América com tramas emocionantes (veja os melhores momentos no vídeo acima), mas seguiu os passos de um drama, com o meia argentino Dátolo como protagonista principal enquanto esteve em cena.
Robinho, que tinha tudo para ser a estrela, acabou ficando de fora da peça devido a um problema médico. A saída do camisa 07 abriu espaço para Patric assumir a vaga no time titular. E a presença do lateral, que mais uma vez entrou como ponta esquerda, foi fundamental para o equilíbrio do jogo no primeiro tempo. Com muita pressão, o Atlético-MG não deu espaço para o Colo-Colo e dificultou bastante a saída de jogo do time chileno.
Pressão do Atlético-MG evitou qualquer perigo do Colo-Colo (Foto: GloboEsporte.com)1º ato: Pressão do Atlético-MG evitou qualquer perigo do Colo-Colo (Foto: GloboEsporte.com)
Na esquerda, Patric formou dupla com Douglas Santos, enquanto Luan e Marcos Rocha fecharam o lado direito. Sem saída pelo meio, que estava embolado, o Colo-Colo não produziu chances de perigo. Do outro lado, o Galo não fez o goleiro Villar trabalhar nenhuma vez. Faltava um toque a mais ou um chute de fora da área para o time acordar.
Dátolo, meia do Atlético-MG (Foto: Bruno Cantini/ Flickr Atlético-MG)No pouco tempo em campo, Dátolo levou Galo a melhor momento (Foto: Bruno Cantini/  Atlético-MG)
Sem gols, os técnicos precisariam mudar o roteiro para atingir o clímax do jogo na segunda etapa. No Atlético-MG, Diego Aguirre foi rápido e colocou Hyuri e Dátolo ainda no intervalo, nas vagas de Patric e Cazares, respectivamente. Camisa 10, o argentino assumiu o protagonismo e comandou o Galo nos seus melhores momentos do jogo.
Em 16 minutos, o meia chutou de fora da área, fez o jogo correr e obrigou Villar a fazer sua primeira defesa no jogo. Logo depois, cobrou falta que passou raspando no travessão esquerdo do goleiro chileno. Dátolo deu muita mobilidade e velocidade para o ataque, mas foi justamente em um lance assim, quando buscava o protagonismo, que o jogo virou. Um incômodo na coxa esquerda o tirou de ação e recolocou o Colo-Colo de volta na partida.
Se o Atlético-MG estava mais perto do gol, o clímax do futebol, a entrada de Júnior Urso, o terceiro volante, recuou o time e deixou os donos da casa mais perto da vitória. Inflamando a torcida, o Colo-Colo, por muito pouco, não marcou algumas vezes, deixando apreensivos os mais de 500 atleticanos presentes no Monumental David Arellano. Paredes perdeu cara a cara, Rodríguez bateu mal e Tonso, de frente para o gol, chutou para cima a vitória chilena.
O empate sem gols em Santiago manteve o Atlético-MG na liderança do Grupo 5 da Libertadores, com sete pontos, dois a mais que o Colo-Colo. Os dois times voltam a se encontrar na próxima quarta-feira, em Belo Horizonte.
Entrada de Júnior Urso deixou o time sem saída de bola (Foto: GloboEsporte.com)Entrada de Júnior Urso deixou o time sem saída de bola (Foto: GloboEsporte.com)
Torcida do Atlético-MG no estádio Monumental (Foto: Bruno Cantini/ Flickr Atlético-MG)Torcida do Atlético-MG marcou presença no Estádio Monumental (Foto: Bruno Cantini/ Atlético-MG)

CORINTHIANS

Sem Clayton, Corinthians passa a observar atual artilheiro do Paulistão

William Pottker, autor de sete gols jogando pelo Linense, está sem monitorado pela diretoria do Timão. Figueirense tem 10% dos direitos sobre o jogador de 22 anos

Por São Paulo
Linense x Água Santa, Linense, Lins, Água Santa, Diadema, Paulistão, Gilbertão, William Pottker (Foto: José Luis Silva / CA Linense)William Pottker comemora gol marcado pelo Linense (Foto: José Luis Silva / CA Linense)
O Corinthians ainda procura mais um atacante para reforçar o elenco neste primeiro semestre. Depois de ser superado pelo Atlético-MG na negociação com Clayton, do Figueirense, o Timão passou a seguir mais de perto as atuações de William Pottker, destaque do Linense e atual artilheiro do Campeonato Paulista.
Diretores do departamento de futebol e integrantes da comissão técnica avaliam o desempenho do jogador, autor de sete gols no estadual. Ainda não há negociação em curso. A diretoria também vem monitorando outros atletas de equipes menores que estão se destacando nos torneios estaduais. 
William Pottker, de 22 anos, tem contrato com o Figueirense até o fim de 2017 -  o clube catarinense tem 10% dos direitos sobre o jogador. O restante pertence a empresários. Ele está emprestado ao Linense até 8 de maio de 2016 e, caso seja contratado, entrará na lista de inscritos do Timão para as oitavas de final da Libertadores, se o clube avançar – três trocas são autorizadas pela Conmebol.
A negociação pode ser facilitada pela proximidade do Corinthians com o empresário de Pottker. O jogador tem a carreira agenciada por Fernando Garcia, ex-conselheiro do Timão. Ele possui outros nove jogadores no elenco alvinegro: Walter, Uendel, Guilherme Arana, Vilson, Marlone, Maycon, Matheus Pereira, Lucca e André.
O Corinthians procura um atacante desde que Malcom foi vendido para o Bordeaux, da França, no fim de janeiro. Tite perdeu mais um titular na conquista do título brasileiro, mas não ganhou uma peça de reposição. O Timão chegou a negociar com Clayton, também do Figueirense, mas o Atlético-MG levou a melhor.
Ao mesmo tempo em que tenta encontrar novos jogadores, o Corinthians precisam decidir o futuro de Lucca nas próximas semanas. O atacante está emprestado pelo Criciúma até o fim de maio, e o Timão ainda não decidiu se comprará os direitos. Ele se firmou como titular da equipe, mas a direção ainda não tem certeza se vale investir cerca de R$ 9 milhões.

PRIMEIRA LIGA

Pacotão do Flu: Gerson resolve e faz a festa, e Levir leva "sombra" na estreia

Meia marca dois gols, classifica o Flu e dá a camisa a uma torcedora eufórica. Técnico aproveita conhecimento de Marcão para comandar a equipe em Juiz de Fora

Por Rio de Janeiro
O técnico Levir Culpi resolveu escalar um time praticamente reserva em sua estreia pelo Fluminense. Deu certo. A equipe venceu o Criciúma, também com uma equipe alternativa, por 2 a 0, em Juiz de Fora, e se classificou para a semifinal da Primeira Liga. O adversário será o Internacional. O grande responsável pelo sucesso tricolor foi Gerson.

O Flu volta a campo no próximo domingo, às 18h30, no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, para enfrentar o Botafogo pela Taça Guanabara.
01
INSPIRADO, GERSON FAZ A FESTA DOS TRICOLORES

Gerson marcou os dois gols e comandou o meio de campo do Fluminense com muita personalidade. Ele teve chance de balançar as redes ainda mais, mas ficou no quase. Em um dos lances, tentou fazer de peito após cruzamento de Douglas e errou por pouco. Foram os primeiros gols de Gerson desde que retornou do Roma. Após a partida, o camisa 11 festejou com os torcedores que foram ao estádio em Juiz de Fora. Uma tricolor ganhou o uniforme e saiu pulando de felicidade .  


02
LEVIR ESTREIA AMPARADO POR MARCÃO

Marcão não costumava viajar junto com a delegação do Flu para os jogos, mas o auxiliar foi a sombra de Levir Culpi neste jogo contra o Criciúma. Ficou ao lado do treinador o tempo inteiro e compartilhou seus conhecimentos do elenco, ainda mais em um time formado por muitos jovens. Levir passou a partida tranquilo, mais como um observador. Domingo, no clássico contra o Botafogo, pelo Carioca, a tensão promete ser bem maior.





03
CANETA DE PELÉ

O lateral-esquerdo Léo Pelé foi um dos jovens que ganhou oportunidade neste jogo da Primeira Liga. Teve uma atuação discreta, mas protagonizou um lance logo no primeiro minuto que valeu como um bom cartão de visita para o técnico Levir Culpi. Ele deu um drible no meio das pernas do marcador e cruzou com perigo, mas a zaga salvou. 

04
GUM RETORNA E SALVA EM "QUASE GOL CONTRA"

O técnico Levir Culpi deu uma oportunidade ao zagueiro Gum, que recentemente ficou fora até da relação de algumas partidas. O Criciúma não exigiu muito, mas em um lance o zagueiro precisou trabalhar. Roger Guedes fez uma linda jogada e cruzou rasteiro. Com  Cavalieri já batido, Gum desviou a bola e ela foi por cima, rente ao travessão. Alívio para os tricolores. E para Gum.

LIBERTADORES

Cara de Libertadores: contra o River, São Paulo se mostra mais competitivo

Equipe de Bauza neutraliza pressão argentina na maior parte do jogo, sofre gol em falha de Denis e é prejudicada pela arbitragem em lances capitais; veja análise

Por São Paulo
River Plate e São Paulo fizeram jogo equilibrado no Monumental de Nuñez  (Foto: GloboEsporte.com)River Plate e São Paulo fizeram jogo equilibrado no Monumental de Nuñez (Foto: GloboEsporte.com)
Não foi a atuação dos sonhos, mas o São Paulo ao menos teve a postura que seu torcedor quer ver. O time comandado por Egardo Bauza mostrou “espírito de Libertadores”. Competitivo, soube neutralizar o River Plate. Poderia ter deixado Buenos Aires com um resultado melhor do que oempate por 1 a 1 se não fossem os erros de arbitragem e a falha do goleiro Denis.
O Tricolor contrariou os prognósticos. A delegação que saiu desacreditada do Brasil mostrou estar viva para a sequência na Libertadores. É lógico que alguns ajustes precisam ser feitos – como a dificuldade para permanecer com bola nos pés. Mas a impressão é de que o time do Morumbi encontrou um caminho a seguir. 
No Monumental de Nuñez lotado, a falta de confiança pesou nos minutos iniciais. A bola queimava nos pés dos são-paulinos. Erros de Thiago Mendes e Mena no campo de defesa quase permitiram com que o River Plate abrisse o placar – Denis e o travessão salvaram a equipe brasileira antes que o ponteiro marcasse 10 minutos de bola rolando. 
Mas o São Paulo respirou. Carlinhos sofreu falta no campo de ataque aos 17 minutos e colocou a bola na área. Lugano brigou com a zaga e a sobra ficou com Ganso. O camisa 10 emendou um belo chute e guardou no fundo das redes. Contrariando os prognósticos, o Tricolor vencia por 1 a 0 em Buenos Aires (veja os gols no vídeo abaixo).

A alegria não durou muito. Os brasileiros sofriam dentro de campo. Com dois pontas abertos (Driussi e Mora), o River segurava os laterais são-paulinos. Os volantes Hudson e Thiago Mendes ficavam sobrecarregados na marcação de Ponzio e Fernández. A velocidade argentina preocupava – mesmo com a zaga formada por Maicon e Lugano levando vantagem em quase todos os lances.
Após escanteio cobrado pela esquerda, Denis saiu mal e deu um soco para baixo. A bola acertou Thiago Mendes e voltou para as redes. O River Plate deixava tudo igual, e o São Paulo teria ainda mais motivos para se lamentar. 
Na origem do lance, Calleri sofreu falta clara quando o arqueiro Barovero estava fora da gol e o Tricolor poderia ampliar. Já no final do primeiro tempo, o atacante argentino invadiu a área e foi derrubado pelo adversário. O árbitro novamente ignorou a infração (veja os lances no vídeo).

Jonathan Calleri, aliás, se candidatou a nome do jogo mesmo antes do apito inicial. Ex-jogador do River Plate, recebeu vaias a cada vez que tocou na bola. Em uma dessas ocasiões, já no segundo tempo, deveria ter caprichado mais. O cruzamento de Mena foi perfeito, o atacante chegou inteiro, mas desperdiçou o que seria o gol da vitória.  
Calleri decepcionou, diferentemente de Ganso. Não só pelo gol. O meia era o único são-paulino que conseguia segurar a bola no campo de ataque, organizando as jogadas ofensivas. Confiante, proporcionou belo lance ao ser pressionado pela marcação adversária (veja vídeo abaixo).


O River foi melhor na etapa final. Gallardo apostou em D’Alessandro, que pouco fez nos 35 minutos em que participou do jogo. No campo de defesa durante a maior parte do tempo, o São Paulo teve disciplina. A pressão argentina se limitou a bolas alçadas na área. Maicon e Lugano seguiram mostrando segurança, e Denis, desta vez, foi bem quando exigido. 
O São Paulo foi competitivo até o apito final. A equipe de Bauza brigou em todos os lances, deu carrinho quando precisou e não se intimidou com o rival. Era Libertadores. A postura em campo convenceu. Os erros deixaram a impressão de que o resultado deveria ser melhor.

Gauchão 2021

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