terça-feira, 24 de julho de 2012

CORINTHIANS



Volante e zagueiro tinham ficado fora do treino na segunda por conta do desgaste, mas estão confirmados no time. Paolo Guerrero pode estrear

O Corinthians está definido para o confronto desta quarta-feira, contra o Cruzeiro, às 21h50, no estádio do Pacaembu, pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro. Com Chicão e Paulinho de volta (os dois não treinaram na última segunda-feira), Tite terá apenas o desfalque de Douglas, suspenso. Nesta terça-feira, como de costume, o técnico comandou um treino fantasma, com os 11 titulares em campo sem adversário do outro  lado.

No trabalho, ele armou a equipe com quatro jogadores na frente. Danilo, Emerson, Romarinho e Jorge Henrique. Com a bola nos pés, Danilo e Emerson adiantavam mais e os outros atacantes abriam pelas pontas. Paulinho se aproximava do grupo da frente. Já sem a bola, o esquema mudava um pouco e os quatro recuavam para ajudar na marcação, formando um 4-2-4.
Treino do Corinthians (Foto: Gustavo Serbonchini / Globoesporte.com)Tite conversa com os jogadores titulares antes do treino (Foto: Gustavo Serbonchini / Globoesporte.com)
Este é o esquema que Tite usa desde que Liedson caiu de rendimento e perdeu espaço no time titular. A única diferença é que, anteriormente, Alex fazia o mesmo papel que vem sendo realizado por Romarinho. Ele, por sinal, foi um dos cobradores de falta na atividade. Tite trabalhou as bolas aéreas ofensivas e o atacante foi o responsável pelos cruzamentos.
Assim, a provável escalação do Timão para pegar a Raposa deve ser: Cássio; Alessandro, Chicão, Paulo André e Fábio Santos; Ralf, Paulinho e Danilo; Jorge Henrique, Emerson Sheik e Romarinho.

Na reserva, Tite levará o recém-contratado Paolo Guerrero. O peruano teve sua situação regularizada na CBF e será opção para o ataque. Ele vai para o banco com a camisa 9, que era de Liedson. O Levezinho está afastado do grupo principal enquanto aguarda o término de seu contrato. O fim do vínculo será no dia 31 e ele já tem seis partidas no Brasileirão. Caso faça mais uma, fica impedido de jogar por outro clube da Série A nesta temporada.

Juan Manuel Martínez, que também foi contratado nesta janela de transferências, segue aperfeiçoando a forma física. O argentino realizou juntamente com o restante do grupo o aquecimento e o rachão. Enquanto Tite trabalhou os titulares, ele e os reservas fizeram um treino em campo reduzido. O atacante ainda aguarda a liberação da CBF para ter condições de estrear
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VASCO



Meia diz que é amigo de Zinho, diretor de futebol do Rubro-Negro, mas não recebeu proposta. Cristóvão desmente o jogador


Felipe no treino do Vasco (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco da Gama)Apesar de incomodado, Felipe permanece no
clube  (Foto: Marcelo Sadio / Site Oficial do Vasco)
Depois da notícia do interesse do Flamengo em ter Felipe, do Vasco, o jogador deu entrevista depois de participar do treino desta terça-feira, em São Januário, e negou a possibilidade de defender o Rubro-Negro. A diretoria do arquirrival teria oferecido um salário de R$ 500 mil ao atleta, de 34 anos, na tentativa de contratá-lo.
O Fla já levou um "não" de outros jogadores que tentou para a posição, como Diego, do Wolfsburg, e Riquelme, do Boca Juniors. Felipe, no entanto, disse que não chegou a receber uma proposta.
- Não houve proposta nenhuma. O Zinho é um amigo particular, mas não encontrei com ele. Tenho contrato com o Vasco e não pretendo sair do clube. Até fico impressionado com a criatividade das pessoas. Estou buscando meu lugar, como vou sair? Nunca pensei em sair. Ampliei meu contrato (até o fim de 2013) e quero encerrar a carreira no Vasco. Estou com a cabeça tranquila, nunca pensei em sair, mas como existem pessoas que querem tentar me prejudicar, acabam inventando alguma especulação - afirmou o meia, sem citar nomes.
É verdade, existiu. Mas ele é jogador do Vasco, tanto que renovou contrato há pouco tempo"
Cristóvão Borges
O técnico Cristóvão, entretanto, o desmentiu. Ele disse que Felipe contou sobre a proposta do Flamengo. O comandante cruz-maltino afirmou que considera o jogador uma "peça importantíssima" e não deseja sua saída.
- Hoje (terça) conversei um pouco com o Felipe sobre isso. É verdade, existiu. Mas ele é jogador do Vasco, tanto que renovou contrato há pouco tempo. Essa é uma carência do Flamengo, que não conseguiu um jogador com o perfil dele até o fechamento da janela. Mas da nossa parte não existe qualquer interesse em nos desfazer do Felipe. É uma peça importantíssima e vai continuar com a gente. Ele está relacionado para o jogo contra o Botafogo.
Do lado rubro-negro, Zinho disse que, por respeito ao Vasco e ao presidente Roberto Dinamite, não fez contato com Felipe. O diretor do Fla disse que o meia tem que resolver os problemas dele com o time da Colina.

- Felipe é meu amigo, joguei com ele no Flamengo, fomos campeões juntos, mas é jogador do Vasco, com contrato com o Vasco, não tenho contato nenhum com ele nesse sentido. Nos encontramos muito pouco nessa minha volta ao Brasil, não quero nenhum tipo de problema. Ele que resolva o problema dele com o Vasco. Felipe é jogador do Vasco e respeito principalmente o Roberto Dinamite (presidente). Se ele não quer ficar no Vasco, li que não quer mais jogar, enfim... É um cara profissional, sério, o problema é dele com o Vasco da Gama. Nem vou comentar um negócio desse. É bom jogador? Excelente. Mas é jogador do Vasco. Se não joga no Vasco, aí é outra situação - disse Zinho.
Nesta quarta-feira, no clássico com o Botafogo, no Engenhão, Felipe estará entre os relacionados. O jogador não escondeu que está incomodado com o fato de não ser titular, algo incomum durante sua carreira.
- Devo ficar no banco. Não estou preocupado se tenho seis ou sete jogos. Todo mundo quer jogar, isso é normal. Mas infelizmente só jogam 11. Para quem está começando já é complicada esta situação, e para mim é uma novidade. Sempre fui titular, esta é uma situação nova. Depois de velho tenho que me acostumar
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LONDRES 2012



Treinador admite que seria melhor que Neto estivesse atuando com mais constância na Fiorentina, mas acredita em bom desempenho nesta sexta


Rafael Cabral foi titular em toda a preparação da Seleção olímpica. Porém, faltando quatro dias para a estreia nos Jogos de Londres, contra o Egito, na próxima sexta-feira, às 15h45m (de Brasília), em Cardiff, no País de Gales, o goleiro sofreu uma contusão no cotovelo e acabou cortado. Com isso, Neto, ex-Atlético-PR e atualmente na Fiorentina, se tornou o titular de Mano Menezes. Nesta terça-feira, no mesmo dia em que o anúncio do corte foi confirmado, Mano fez questão de dar total confiança ao substituto.
- Estar preparado significa que já temos um novo goleiro titular. Ele vai fazer o jogo de estreia. Temos plena confiança. O fato de não ter jogado é circunstancial. Rafael há bem pouco tempo não tinha jogado. A opção por ele aconteceu porque ele vinha atuando no Santos e o ritmo favorecia. Neto está habituado à Seleção, tem sido chamado desde as primeiras convocações e está preparado para desempenhar a função. Temos confiança em sua capacidade.
Mano Menezes na coletiva em Londres olimpíadas (Foto: AP)Mano Menezes durante a entrevista coletiva nesta terça em Cardiff, no País de Gales (Foto: AP)
O treinador afirmou também que a mudança de goleiro não fará diferença na disposição da equipe em campo no jogo de estreia.
- Não temos uma mudança de característica significativa a ponto de fazer uma alteração no estilo de jogo. Os nossos goleiros se encontram em um nível parecido. Tanto o Neto, como o Gabriel. Os dois têm a nossa confiança e não tenho nenhum tipo de preocupação quanto a isso. Vamos dar apoio aos dois e serão os dois atletas que vão representar o Brasil nos Jogos Olímpicos.
Nesta quarta-feira, às 13h (de Brasília), a Seleção vai realizar uma atividade na Cardiff University, O confronto entre Brasil e Egito será transmitido ao vivo pelo Sport e em Tempo Real pelo GLOBOESPORTE.COM
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CORINTHIANS



Corinthians tem levado 22 mil torcedores por jogo. 'É incrível', diz Paulo André

A torcida do Corinthians tem marcado presença em todos os jogos nesta temporada. Valendo alguma coisa ou não. Na partida do último sábado, por exemplo, os alvinegros lotaram as arquibancadas do Pacaembu com mais de 31 mil pessoas para assistir ao confronto contra a Portuguesa, pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Para o zagueiro Paulo André, todo este apoio é fundamental para a equipe crescer no nacional e chegar bem no fim do ano à disputa do Mundial de Clubes, no Japão.
torcida Corinthians final Libertadores (Foto: EFE)Torcida do Corinthians faz a festa no tobogã do Pacaembu (Foto: EFE)
Até o momento, o Timão aparece apenas na 12º colocação no Brasileiro, com 12 pontos, 16 a menos que o líder Atlético-MG. Esta é a melhor posição da equipe na competição desde o início.
– A torcida do Corinthians é incrível. Apoia, comemora, cobra… Independentemente da campanha do time, comparece ao estádio. Ainda é reflexo da conquista da Libertadores e do que fizemos neste ano. Esperamos corresponder em campo – disse o zagueiro.
Por mais que tenha privilegiado a participação na Taça Libertadores e deixado de lado o Brasileirão, o Corinthians é a equipe que leva o maior número de torcedores para o estádio. São mais de 22 mil torcedores por partida. O segundo colocado, Sport, leva pouco mais de 19 mil, em média.
Durante a Libertadores, o público do Corinthians chamou a atenção. O estádio esteve sempre cheio e em alguns jogos os ingressos se esgotaram em poucos minutos, caso da finalíssima, contra o Boca Juniors, e da semifinal, diante do Santos.
Mas Paulo André sabe que a torcida não vai aturar rendimentos abaixo do esperado. Ele acredita que os mais de 31 mil de sábado, que não deixaram de apoiar um minuto sequer a equipe, vão deixar de comparecer caso o Corinthians caia de rendimento.
– Só vai encher o estádio se (a gente) cativar a torcida. Todo mundo quer ver o campeão da América, mas se não jogar bem dois jogos seguidos, por exemplo, não vai ter apoio – explicou o zagueiro.
O empate em 1 a 1 contra a Portuguesa quebrou uma série de duas vitórias do Timão – 2 a 1 contra o Náutico e 3 a 0 diante do Flamengo. O Corinthians ainda não conseguiu vencer três jogos seguidos no Brasileiro. O time oscilou no começo por conta da Libertadores e demorou alguns jogos para engrenar após a conquista do título inédito.
Nesta quarta-feira, o Corinthians terá, ao que tudo indica, um bom público para o confronto contra o Cruzeiro, no Pacaembu. Mais de 11.500 ingressos foram vendidos de forma antecipada. A comercialização segue até o início do jogo, que começa às 21h50m
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LONDRES 2012



Obstinação do velejador em treinamentos terrestres explica sucesso aquático dele. Relação com o esporte vem desde a infância


Robert Scheidt
 precisou da terra para mandar na água. Não tivesse uma alma de anfíbio, os bichos que se adaptam aos dois ambientes, não teria garimpado tantos metais em Olimpíadas: ouro em Atlanta, ouro em Atenas, prata em Sydney, prata em Pequim. O fenômeno da vela mundial é o fruto mais nutritivo da onda de talentos saída das represas e mares brasileiros. Suas façanhas são explicadas um pouco pela influência da família, um pouco pelo talento natural, um pouco pelo ambiente propício à evolução e um tanto pelo esforço sobrenatural, diferenciado, para atingir a perfeição.
Robert Scheidt infância vela  (Foto: robertscheidt.com.br / divulgação)Alegria na água: Scheidt se sentia em casa ali desde criança (Foto: robertscheidt.com.br / divulgação)
Robert começou a velejar ainda criança, porque outros integrantes da família Scheidt já velejavam. Desde o início, esteve entre os melhores, mesmo competindo com atletas mais velhos. Assim que começou a treinar, foi comandado por um ótimo professor e dividiu águas com atletas de altíssimo nível. E, acima de tudo, ofereceu à vela uma dedicação que nenhum outro atleta teve.
Assim nasceu um campeão. Um, não: um dos maiores. Além dos feitos olímpicos, tem 11 conquistas mundiais.
A história de Scheidt é a terceira da série "Como Nascem os Campeões". Domingo, o especial começou com Cesar Cielo. Na segunda-feira, a personagem foi Maurren Maggi. Na quarta-feira, seguirá com Fabi, do vôlei. Na quinta, Diego Hypolito, da ginástica olímpica, é o último.
A água como habitat natural
Robert Scheidt infância vela  (Foto: robertscheidt.com.br / divulgação)Scheidt com apenas dois anos já velejava com o 
pai (Foto: robertscheidt.com.br / divulgação)
As águas eram um habitat tão natural para Robert, quando criança, quanto a casa dele. O menino de cabelos claros, quase brancos, nasceu em uma família de velejadores. Era uma paixão que o pai dele, Fritz, já tinha passado a seus dois irmãos, Thomas e Carla.
Com dois anos, Scheidt já acompanhava a família em incursões na água. Primeiro, usava boias nos braços. Depois, nadava com naturalidade. Adorava aquela rotina - desde pequeno, tem a pele bronzeada como um traço físico inconfundível.
Mas ele começou a velejar mesmo aos nove anos, em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo. Sua atividade, porém, ficou muito pouco tempo restrita àquele espaço. Ele logo rumou para o YCSA (Yacht Club Santo Amaro), na capital paulista. Foi ali que encontrou seu desenvolvimento, sua base. Foi ali que começou a construir suas medalhas.
A turma era das boas. O treinador dele foi Dudu Melchert, o mentor de boa parte dos velejadores brasileiros. Entre os colegas, estava Bruno Prada, que hoje é dupla dele na classe Star (estarão juntos nas Olimpíadas de Londres), além de outros meninos que depois teriam bons resultados - caso de Felipe Echenique e Lars Reibel. Nascia uma era de grandes conquistas para a vela brasileira.
Ao mar
Robert Scheidt infância vela  (Foto: robertscheidt.com.br / divulgação)Scheidt (C) aprende a dar nós na aula de Dudu
Melchert (Foto: robertscheidt.com.br / divulgação)
Dudu Melchert começou a dar aulas de vela, na classe Optimist (exclusiva para meninos até 15 anos), em 1982. A ideia era reunir uma garotada que tivesse talento e vontade e dar a ela uma orientação até então rara no esporte. Robert Scheidt fez parte disso.
Foi uma base essencial. O conhecimento deles partia do zero. A garotada velejava quase por instinto.
- O Dudu Melchert foi o primeiro técnico que todos nós tivemos. A classe Optimist em São Paulo, em 85, 84, era muito forte, mas não tinha estrutura de técnico. Para o Brasileiro de 85, em São Paulo, o Dudu chamou todo mundo e deu uma clínica para a gente. Foi o primeiro técnico que um monte de gente teve. Estavam lá o Robert, o Bruno (Prada), todo mundo. A gente tinha 11 anos. O Dudu foi uma peça muito importante no desenvolvimento de toda essa geração em São Paulo - comenta Felipe Echenique.
Era impossível saber que ali estavam futuros campeões e um futuro colecionador de medalhas olímpicas. Para o crescimento dos garotos na vela, Dudu teve uma decisão certeira: mesclou as águas calmas da represa de Guarapiranga com a agitação do mar. Para ele, foi ali que houve o estalo que mudou uma geração inteira - e Scheidt, em especial.
- Em pouco tempo este grupo foi melhorando, e fui o primeiro treinador a levar este time para o mar em São Sebastião. Com esse mix de mar e represa, ou seja, ventos variáveis com condições fortes de mar e onda, começamos a formar uma geração de grandes velejadores. Até hoje esse é o nosso segredo para formar tantos campeões - observa o treinador.
Scheidt era mais novo do que muitos dos garotos com quem competia. E não era o melhor. Echenique, por exemplo, foi três vezes campeão paulista e duas vezes campeão brasileiro, com o futuro bicampeão olímpico sempre como vice dele.
- Ele ia muito bem, mas era junto de uma turma top. Não tinha um destaque absurdo. Era um cara top, mas como havia outros. De certa forma, dava para ver que era muito bom, porque os resultados eram muito bons, mas não era dominante - lembra Echenique.
Ainda na classe Optimist, Scheidt começou a chamar a atenção. Por exemplo: com 11 anos, foi campeão sul-americano no Chile. O gaúcho Alexandre Paradeda, também velejador, percebeu que havia algo de diferente ao ver que aquele garoto encarava adversários mais velhos.
- Conheci o Scheidt no meu primeiro campeonato brasileiro de Optimist. O cara já se mostrava diferente. Ele tinha 12 anos e competiu com caras de 14, 15. E foi vice - destaca Paradeda.
A classe Optimist foi um ensinamento para Scheidt até ele deixá-la, com 14 anos. Já estava grande demais para ela. Os resultados começaram a ser prejudicados por seu tamanho. Teve que migrar para as classes Snipe e Laser. Em 1990, foi vice na primeira e campeão brasileiro júnior na segunda. Começava a explosão dele. E a percepção de que precisava se entregar de corpo e alma àquilo. Especialmente de corpo...
O anfíbio
Robert Scheidt infância vela  (Foto: robertscheidt.com.br / divulgação)Bicicleta ajudou a formar a fortaleza física de
Scheidt (Foto: robertscheidt.com.br / divulgação)
Treinar forte na água era normal para Scheidt e para todos os outros. O diferencial nele foi a entrega obstinada às atividades em terra. Ele percebeu que precisava ser mais forte, mais ágil, mais preparado do que os outros.
E foi. Dudu Melchert lembra que ele não se satisfazia com a forte carga de treinos específicos. Assombrava a todos com a manutenção das atividades fora d'água.
- Velejar de Laser é uma atividade atlética para poucos. O cara tem que ter preparo, dedicação e diciplina para aguentar a batida de treinos na água e nas regatas. O Robert não só fazia de tudo na água, como chegava em terra, pegava a bicicleta e ia pedalar. Fazia isso de duas a três horas, aí chegava e ia nadar mais meia hora e depois parava. Ninguém acreditava que, depois de ter velejado aquilo tudo, o cara tinha gás para pedalar e nadar. Fez isso muitas e muitas vezes na Ilhabela para se preparar para grandes campeonatos. Isso deixava todo mundo de queixo caído - recorda Dudu.
Scheidt gostava de pedalar desde criança. E também gostava de tênis - chegou a titubear entre a raquete e a vela. Fez atividades de atletismo também. Assim, criou forte base física, algo preponderante no esporte que escolheu para o resto da vida.
- No Laser, com 16, 17 anos, ele começou com uma supremacia importante. Era muito treino. Quando você sai da Optimist, é lá com 15 anos, numa época complicada, o cara começa a namorar. O Robert foi um que continuou. Não teve nenhuma parada. Com 16 anos, já tinha tamanho para velejar bem de Laser - observa Echenique.
- Ele nunca negligenciou nenhuma parte da preparação. Ele sempre focou em tudo. É mais completo do que os outros. Ele nunca deixou nenhum ponto negligenciado. Ele focava no campeonato do ano e fazia tudo por ele. Nisso, ele é mais fenomenal ainda - completa Paradeda.
Claus Biekarck também treinou Scheidt. Trabalhou com ele de 1996 até 2005. E é mais um a destacar a entrega física como um dos elementos do sucesso do velejador.
- Acredito que os principais fatores são o talento nato para o esporte, o prazer em velejar, a disciplina, a dedicação, o preparo físico e autoconfiança - opina.
Com o tempo, muitos velejadores preferiram seguir outro caminho. Echenique, por exemplo, hoje é diretor do Banco Safra. Mas Scheidt insistiu.
A decisão e o ouro
Rrobert Scheidt vela 1996 (Foto: Divulgação)Rrobert Scheidt comemora ouro no YCSA em 96
(Foto: robertscheidt.com.br / Divulgação)
Velejadores geralmente pertencem a famílias bem constituídas financeiramente. Por isso, é comum que os atletas entrem em uma faculdade. E aí é o momento decisivo, a encruzilhada: encarar a profissão que os estudos oferecem ou seguir mergulhado na vela.
Scheidt seguiu o segundo caminho. A faculdade jamais distorceu sua rotina de treinos. Formou-se em administração em 1996. Mas manteve o foco nas águas.
- O Robert foi evoluindo muito. E foi focando no Laser, treinando. Mesmo que tivesse faculdade, não importava: era treino, treino, treino. E a parte física ia junto - explica Echenique.
No mesmo ano em que ganhou o diploma, Scheidt conquistou seu primeiro ouro olímpico. Foi vencedor em Atlanta. Recebeu o sinal definitivo de que era ali que deveria investir. O engordamento de seu currículo provaria que ele estava certo.
De bolhas e façanhas
Robert Scheidt, Olimpiadas 2004 (Foto: Agência Reuters)Robert Scheidt exibe ouro conquistado nas
Olimpíadas de 2004 (Foto: Agência Reuters)
O resto é vitória. Scheidt seguiu treinando cada vez mais - e ganhando cada vez mais. Deixou a quem o acompanhou exemplos de superação.
- Lembro de uma vez em que ele estava para ganhar um Mundial e, já na chegada, veio um juiz e deu uma bandeira amarela para ele. Ele estava para cruzar a linha. Ele tomou essa bandeira amarela e teve que sair da regata. Foi para a última regata do dia não podendo ir mal, contra um australiano que só precisava estragar a regata dele. Qualquer outro cara teria desistido. Aquilo virou uma empreitada. E o cara se recuperou... Foi em 15 ou 20 minutos. Ele ganhou o campeonato na última regata - lembra Paradeda.
Dudu Melchert, que tanto trabalhou com Scheidt, viu o resultado do esforço expresso em bolhas. Depois de um de seus vários títulos, o velejador abriu as mãos e mostrou ao treinador as provas carnais do sacrifício.
- Um fato muito gratificante para mim foi quando encontrei com ele no YCSA no dia seguinte à chegada dele do Mundial da África do Sul, em 1996. Foi seu segundo título mundial, e eu dei um grande abraço nele, orgulhoso do feito. Depois, ele me mostrou suas mãos, todas inchadas e arrebentadas depois de todo o vento que tinha dado na Cidade do Cabo. Aquilo era a mostra de uma vitória de um grande bravo. Neste dia eu tive a certeza de que ali estava um supercampeão. Logo depois, ele ganhou sua primeria medalha de ouro em Atlanta. Eu estava orgulhoso de ter treinado um cara como ele
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LONDRES 2012



Com sorriso escancarado no desembarque, levantador celebra volta por cima após turbilhão de acontecimentos desde o ouro em Atenas-2004


Ricardinho no desembarque em Londres (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Ricardinho desembarcou sorridente em Londres
(Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
A última imagem olímpica de Ricardinho era o abraço entre lágrimas a Bernardinho, com o punho cerrado após o ponto final na vitória sobre a Itália na decisão dos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. Oito anos depois, no entanto, o sorriso escancarado ao cruzar o setor de desembarque do Aeroporto de Heathrow, segunda-feira, era muito mais do que apenas um sinal de boas-vindas a Londres. Representava a volta por cima de quem, entre o choro dourado e a alegria em solo britânico, viveu uma histórica recheada de polêmicas e dúvidas até receber uma segunda chance.
Da Grécia ao Reino Unido, Ricardinho viveu o auge com o posto de melhor jogador do mundo, na Liga Mundial de 2007, de onde caiu rapidamente com o corte dos Jogos Pan-Americanos do Rio, meses depois. Ficou também cinco anos longe da seleção e sofreu com os questionamentos de quem nunca entendeu o real motivo de sua exclusão da “família Bernardinho”. Vitórias e derrotas que ficaram no passado diante da empolgação do retorno ao solo olímpico.
- Estou muito feliz. Mais uma Olimpíada, com certeza a minha última. Vou tentar aproveitar da melhor forma possível - disse com os dentes à mostra.
vôlei ricardinho bernardinho brasil  (Foto: Agência Reuters)Bernardinho abraça Ricardinho após a conquista do ouro em Atenas-2004 (Foto: Agência Reuters)
Convocado até certo ponto de forma surpreendente para a Liga Mundial, Ricardinho admitiu que começou a alimentar ali o desejo de estar em Londres. Tudo sem muita pressão, mas que resultou em uma sensação especial quando foi confirmado na lista.
- Esperava (estar nas Olimpíadas). Depois da minha convocação (para Liga), eu esperava. É gostoso. Sou um cara que luta muito pelas coisas, mas também não sofre muito. Se não viesse, se não tivesse tido a oportunidade, não ia ficar chateado. Obviamente que Olimpíadas são sempre Olimpíadas. Uma emoção diferente. E fico muito feliz por poder estar em mais uma.
O retorno aos Jogos Olímpicos, por sua vez, é em situação bem distinta da que Ricardinho viveu em 2004. Se em Atenas o Brasil chegou como favorito absoluto pelos três títulos da Liga Mundial e um do Campeonato Mundial nos quatro anos anteriores, o panorama atual é de desconfiança. Nada que abale o otimismo do levantador.
- É um grupo muito forte. A garotada ficou sentindo realmente a derrota nas finais da Liga Mundial, algo que não vinha acontecendo. Estamos muito esperançosos de que vamos chegar e crescer na hora certa. E tem que ser esse o pensamento. O que eu procuro passar para eles é de que a Liga acabou, as críticas fazem parte e temos que saber carregar esse lado de em um ano as coisas não acontecerem como esperávamos. Acredito muito.
Na última Liga Mundial, realizada na Bulgária, o Brasil ficou apenas na sexta colocação. Em Londres, a equipe de Bernardinho tem Rússia, Alemanha, Tunísia, Sérvia e EUA como rivais na primeira fase. A estreia está marcada para o dia 29, contra os tunisianos
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PALMEIRAS



Clube não revelado oferece mais de R$ 12 milhões pelo Mago. Diretoria faz pressão, mas presidente diz que ele é 'o cara’ para a Libertadores

O presidente Arnaldo Tirone ainda resiste, mas boa parte da diretoria do Palmeiras espera que o meia Valdivia seja negociado com um clube do Qatar, que ofereceu cerca de € 5 milhões (R$ 12,3 milhões) para contar com o jogador ainda neste mês. Tal clube ainda não enviou uma proposta concreta, mas promete a investida nos próximos dias. Esta é a oferta que balançou o Mago e o clube. Mesmo assim, o presidente não pensa em abrir mão daquele que chama de “principal nome” para a disputa da Taça Libertadores em 2013.
Os valores oferecidos pelo clube do Qatar já chegaram ao conhecimento dos dirigentes que formam a cúpula do poder no Palmeiras. A pressão é grande para que Valdivia seja negociado e o clube consiga reaver parte do valor investido há dois anos, ainda com Luiz Gonzaga Belluzzo na presidência: € 6,25 milhões (R$ 14,5 milhões), por meio de uma carta de crédito do Banco Banif. Novas reuniões durante a semana vão selar o destino do jogador.
Valdivia treino do palmeiras (Foto: LEANDRO MARTINS / FUTURA PRESS / AE)Valdivia, durante treino do Palmeiras na Academia de Futebol (Foto: AE)
Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Arnaldo Tirone disse que há uma combinação com o pai de Valdivia, Luis, para que qualquer proposta chegue ao conhecimento do jogador. É por isso que, ao saber da oferta do Qatar, o Mago ficou de pensar e disse, em entrevista após a vitória sobre o Náutico, que não tinha certeza de seu futuro e que “contrato existe para ser quebrado”.
–  As declarações do Valdivia são normais, claro que contratos podem ser quebrados. Mas eu quero que ele fique, vamos ver como resolver isso. Se ele não quiser ficar, aí conversamos, mas já tínhamos acertado que ele ficaria até o fim da Libertadores – lembrou o presidente do Palmeiras.
Mais de uma vez, Valdivia já afirmou que gostaria de ficar perto da família, que deixou o Brasil após o sequestro-relâmpago sofrido pelo jogador e sua mulher no início de junho. Desde então, foi campeão da Copa do Brasil, fez juras de amor ao Palmeiras, disse que tinha uma dívida de gratidão, mas voltou atrás. A família será decisiva para seu futuro.
Desde o incidente, o Palmeiras tem recebido sondagens de clubes latino-americanos e do Oriente Médio. O Cruz Azul e o América, ambos do México, foram os que chegaram mais perto de apresentar uma proposta concreta. O Colo Colo, do Chile, queria o Mago por empréstimo. Mas o clube do Qatar foi o que balançou jogador e diretoria.
Os dirigentes próximos a Tirone veem a venda como uma necessidade. Afinal, além da carta de crédito, o clube precisa pagar ao Banif os encargos administrativos da transação e dos juros acumulados nos últimos dois anos. O Palmeiras chegou a um acordo com a instituição financeira e dividiu o montante em 48 pagamentos de cerca de R$ 750 mil. No total, o clube vai gastar mais de R$ 36 milhões só por essa operação
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SELEÇAO BRASILEIRA



Em coletiva de imprensa, médico José Luís Runco anuncia desligamento do arqueiro. Neto deve ser o novo titular, e Gabriel, do Milan, o reserva


 Rafael Cabral está fora das Olimpíadas de Londres. O goleiro foi cortado nesta terça-feira por conta de um problema no cotovelo direito. Ele foi submetido a um exame de ressonância magnética na segunda-feira, e os médicos da seleção brasileira constataram um trauma no local. Com isso, Neto, da Fiorentina, deve ficar com a vaga de titular. Gabriel, ex-Cruzeiro e hoje no Milan, que figurava na lista de reservas e já estava na Inglaterra por precaução, entra no lugar do atleta do Santos. A convocação de Gabriel só foi possível porque Rafael foi cortado por lesão - único motivo que abre brecha para um novo integrante na lista para os Jogos de Londres. Já Renan Ribeiro, do Atlético-MG, foi confirmado como terceira opção, se juntará ao grupo e ficará de sobreaviso em caso de alguma eventualidade.
Antes do anúncio oficial, feito pelo médico da Seleção, José Luís Runco, Rafael Cabral caminhou pelo gramado próximo aos quartos dos atletas. Em seguida, ele acompanhou um trabalho na academia realizado pelo goleiro Neto, sob a supervisão do fisioterapeuta Odir de Souza. Coube ao médico do time canarinho e ao diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanches, confirmarem a informação.
- Ele sofreu um trauma no cotovelo e, ao examinarmos, ele tinha dor e pouca capacidade de mobilização. Pela posição em que ele atua e em termos de Olimpíadas, nós temos apenas 18 atletas e dois goleiros, não tivemos outra solução. Fizemos uma imagem de ressonância e foi vista uma contusão óssea, um trauma que o osso sofre e que precisa de repouso. Requer repouso e como temos apenas dois atletas, tivemos que tomar uma posição de sentar e conversar com a comissão técnica da necessidade da troca - afirmou Runco.
Rafael Cabral durante a coletiva do corte (Foto: Mowa Press)Visivelmente abatido, Rafael Cabral lamenta o corte dos Jogos de Londres (Foto: Mowa Press)
Com a saída do goleiro do Peixe, Mano tem Renan Ribeiro, do Atlético-MG, como opção abaixo de 23 anos na pré-lista de 35 jogadores. Andrés admitiu a chegada de um novo arqueiro, mas preferiu não confirmar o nome.
- É uma situação que não esperava, não queria. Estamos tristes, mas infelizmente por um problema clínico vamos cortar o Rafael. Será convocado um outro atleta, mas como no Brasil não deu para falar com o clube por conta do horário, nós vamos revelar o nome mais tarde. Será chamado um entre os 35. O Gabriel vai para segundo goleiro e virá um outro para ficar entre os quatro que estão na lista de espera - disse Andrés.
O problema de Rafael Cabral aconteceu na manhã de segunda-feira, no CT do Arsenal. O goleiro sofreu uma pancada no cotovelo direito e acabou deixando a atividade comandada pelo preparador Francisco Cersósimo. Com a saída do titular, Neto, ex-Atlético-PR e atualmente na Fiorentina, vai atuar no time principal.
- Foi em um treinamento de cruzamentos e acabei me chocando com aqueles bonecos que ficam no gramado. Na hora, a dor foi muito grande, mas segui no treinamento - contou Rafael, visivelmente abatido com o corte e que levará de duas a três semanas para retornar aos treinamentos com o Santos.
Boneco utilizado nos treinos da Seleção feminina para os Jogos de Londres (Foto: Mowa Press)Boneco utilizado nos treinos da Seleção feminina é
parecido com o que causou a lesão no goleiro
Rafael Cabral, em St. Albans (Foto: Mowa Press)
Na coletiva, Rafael contou como foi a reação dos familiares com o corte.
- Todos tristes, conversei com a minha família, com os meus pais, com a minha esposa. Falei com eles agora, mesmo sendo tão cedo no Brasil. Meu pai soube do exame por vocês porque eu não tinha comentado nada com ele. Ficou triste, desesperado...- contou.
Rafael Cabral fez o exame em uma clínica particular próxima a St. Albans. O atleta foi acompanhado do médico da seleção brasileira, José Luís Runco. Coincidentemente, antes mesmo da contusão do goleiro do Santos, Gabriel havia ido a Cardiff, no País de Gales, para concluir o credenciamento para ter acesso às áreas olímpicas e participar das atividades do time canarinho.
Vale lembrar que Gabriel está com o grupo desde as atividades no Rio de Janeiro e também viajou para Londres. Mano Menezes optou por levar três atletas para a posição justamente por conta de um possível contratempo, que acabou se concretizando nesta terça-feira.
A seleção brasileira estreia nos Jogos de Londres na próxima quinta-feira, às 15h45m (de Brasília), contra o Egito, em Cardiff, no País de Gales. Sportv transmite o confronto ao vivo, e o GLOBOESPORTE.COM acompanha em Tempo Real
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