domingo, 9 de setembro de 2012

CORINTHIANS



Venda internacional pela internet começou neste domingo e durou poucas horas no site Fifa. Preços variavam de R$ 181 a R$ 777 para cada partida


ingressos corinthians mundial (Foto: Reprodução da internet)Página da Fifa informa que os ingressos foram
todos vendidos (Foto: Reprodução da internet)
A torcida do Corinthians está eufórica para o Mundial de Clubes-2012, que será realizado no Japão, entre os dias 6 e 16 de dezembro. Neste domingo, no início das vendas on-line, os corintianos esgotaram o primeiro lote de ingressos disponíveis na internet, para os dois dias de jogos da equipe na competição - dia 12 na cidade de Toyota, e dia 16, em Yokohama.
A comercialização internacional começou no site oficial da Fifa (www.fifa.com), ainda na madrugada (no horário de Brasília). Após poucas horas de venda e com a página na internet funcionando de maneira bastante lenta, as primeiras entradas chegaram ao fim.
Neste domingo pela manhã, toda vez que um cliente do Brasil tentava simular a compra pelo site da entidade, como venda internacional, aparecia o aviso de "ingressos esgotados" (reprodução na foto acima). No entanto, a aquisição era possível para os torcedores que moram no Japão e selecionavam a opção "venda doméstica".
O site oficial do Corinthians (www.corinthians.com.br) divulgou uma nota confirmando que as entradas chegaram ao fim. Já no site da Fifa, a venda deste domingo foi chamada de "fase 1", deixando a entender que novas "fases" podem aparecer nas próximas semanas.
Para as outras datas do Mundial de Clubes, exceto na decisão, os bilhetes ainda estão à disposição para venda on-line internacional. Os preços, para os quatro setores do estádio, variavam de R$ 181 (setor 4) a R$ 466 (setor 1) na semifinal, no estádio na cidade de Toyota, e R$ 233 (setor 4) até R$ 777 (setor 1) para a decisão, em Yokohama
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BRASILEIRAO 2012


DESTAQUES DO JOGO
  • estatística
    76
    Este é o número de passes errados no clássico. Santos e São Paulo abusaram dos equívocos e travaram o jogo no meio de campo. Cada time errou 38 vezes.
  • decepção
    Substitutos
    Osvaldo ficou com a vaga de Lucas. Patito Rodríguez entrou no lugar de Neymar. E ambos não conseguiram criar nada importante na partida
  • arbitragem
    Marcelo Souza
    Errou em alguns momentos, mas acertou nas principais jogadas: de forma correta, não marcou pênalti em dois lances polêmicos em cima de Luis Fabiano.
A CRÔNICA
O Santos não tinha Neymar, Paulo Henrique Ganso e Arouca, além de outros desfalques. O São Paulo não teve Lucas. E o clássico na Vila Belmiro praticamente não teve futebol. Os 6.379 torcedores que decidiram ir ao estádio para fechar o fim de semana prolongado pelo feriado do Dia da Independência sofreram com um empate ruim e sem gols, pela 23ª rodada do Brasileirão.
Peixe e Tricolor abusaram dos erros. Ao todo foram 76 passes errados, sendo 38 para cada lado. Empate até nos equívocos. Mesmo tendo Denilson expulso no fim do jogo e sofrendo pressão do Peixe, que ficou com um a mais a partir dos 37 minutos do segundo tempo, a impressão que ficou é de que o Tricolor poderia ter vencido fora de casa. Luis Fabiano, que costuma ser carrasco do Santos, teve quatro chances, mas não conseguiu marcar em nenhuma.
Com o empate, o Peixe foi a 27 pontos e manteve-se na 14ª colocação, enquanto o São Paulo chegou aos 36 pontos e caiu para a sexta posição, se afastando do G-4.
Agora, o Peixe recebe o Flamengo na próxima quarta-feira, às 22h (de Brasília), também na Vila Belmiro, enquanto o Tricolor vai a Minas Gerais enfrentar o Atlético-MG, no Estádio Independência , no mesmo dia e horário.
Surpresas e muitos erros
Muricy Ramalho e Ney Franco surpreenderam na formação dos dois times. O Santos não teve grandes novidades na escalação, mas o posicionamento da equipe em campo foi diferente: três zagueiros, com o volante Ewerton Páscoa recuado, formando linha defensiva com David Braz e Durval. O São paulo usou a mesma formação. Ney optou por Paulo Miranda no lugar de Paulo Assunção, e escolheu Casemiro para substituir o suspenso Maicon. A opção também serviu para dar mais proteção aos ofensivos laterais Douglas e Cortez.
Luis Fabiano São Paulo x Santos (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)Luis Fabiano e Rafael protagonizaram duelo. Melhor para o goleiro (Foto: Marcos Ribolli / Globoesporte.com)
Na prática, as mudanças representaram um visitante mais atuante no início. Em campo e nas arquibancadas. Minoria, a torcida do São Paulo fazia mais barulho. No gramado, o Tricolor assumiu postura de mandante e tomou conta da posse de bola, mas não criou boas chances, exceção feita a um ou outro susto protagonizado pela defesa santista. Susto que também ocorreu do lado são-paulino, quando Rafael Toloi bobeou na frente de André, mas o centroavante não conseguiu aproveitar, aos nove minutos.
Chance real de gol mesmo só aos 13. André, um dos melhores do Peixe, fez bom trabalho de pivô e achou Gerson Magrão. Com a 10 normalmente usada por Paulo Henrique Ganso, lesionado, ele deu belo drible em Casemiro e soltou uma bomba de fora da área, por cima do gol de Rogério Ceni.
O problema é que os dois times erravam passes demais, travando a sequência das jogadas. Ao todo, foram 49 trocas de bola equivocadas na primeira etapa, sendo 25 do Santos e 24 do São Paulo. O argentino Pato Rodriguez, por exemplo, não conseguia acertar quase nenhuma jogada. Só ele errou seis passes, enquanto o líder no quesito do Tricolor foi Douglas, com quatro toques errados para companheiros.
A emoção só voltou ao clássico quando Luis Fabiano resolveu aparecer. Em duas chances, ele quase abriu o placar. Primeiro aproveitou sobra da zaga santista e emendou de primeira, mas parou em Rafael, aos 31. Seis minutos depois, recebeu ótimo passe de Jadson, driblou Rafael, mas ficou sem ângulo e finalizou para fora. E ao menos no primeiro tempo, Neymar e Lucas, astros convocados pela Seleção, fizeram muita falta.
Mais erros e castigo para os torcedores
Muricy se irritou com os erros de Pato Rodriguez e deixou o argentino no vestiário no intervalo. Na saída do primeiro tempo, aliás, o goleiro Rafael mostrou irritação com a postura do time e classificou a equipe como “perdida”. Victor Andrade, atacante de 16 anos, entrou no time, mas quem novamente chegou com perigo foi Luis Fabiano, pela terceira vez no clássico. O centroavante recebeu bom passe de Casemiro e finalizou de esquerda, mas Rafael evitou o gol, logo aos dois minutos.
O Santos, por sua vez, tinha dificuldade na saída de bola. Claramente a equipe sentiu falta de Arouca na transição das jogadas - o volante foi convocado por defender a Seleção. Assim como no primeiro tempo, os dois times seguiam abusando dos erros de passe. Em diversas oportunidades, os jogadores escolhiam o companheiro mais marcado para continuar os lances.
Quando o Tricolor acertava o pé, o alvo dos passes era sempre o mesmo: Luis Fabiano. Após escanteio cobrado pela direita, Jadson achou o camisa 9, que cabeceou para nova defesa de Rafael, aos 15. Àquela altura, atacante e goleiro já travavam um bom duelo pessoal. Foi a quarta chance perdida pelo goleador.

A resposta santista foi tão rápida quanto contundente. No contra-ataque, Felipe Anderson enfiou para Bruno Peres, que, com muita velocidade, foi até o fundo pela direita. No cruzamento em direção a André, a bola encontrou os pés de Rafael Toloi. Por muito pouco o defensor tricolor não faz contra, aos 16.
Ney Franco, então, teve de mexer no time, pois Rhodolfo sentiu lesão muscular e deu lugar ao atacante Ademilson. A mudança forçada fez o Tricolor crescer ainda mais na partida e aumentar o volume de jogo. Ao ponto de criar três boas chances seguidas, com Jadson, duas vezes parado por Rafael, e Osvaldo, pela esquerda finalizando à direita do goleiro santista.
Muricy também mudou: substituiu Gerson Magrão por Bernardo, mas o meia não conseguiu produzir como se esperava. Ainda assim, em jogada bastante confusa e truncada, o Peixe ameaçou com André, que aproveitou sobra da zaga são-paulina e finalizou de esquerda para fora.
Ainda houve tempo para lance polêmico envolvendo Luis Fabiano e David Braz. Os dois se chocaram dentro da área. Os tricolores reclamaram pênalti, mas o árbitro Marcelo Aparecido de Souza não marcou nada. O volante Denilson chegou a ser expulso, depois de fazer falta em Bruno Peres e receber o segundo amarelo na partida. Ele foi o atleta mais violento do jogo, com cinco faltas.
Na sequência, o que se viu foram mais erros dos dois lados, e o placar seguiu inalterado. Clássico sem o brilho dos craques e que foi um castigo para os pouco mais de seis mil torcedores que foram à Vila Belmiro.

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DESTAQUES DO JOGO
  • o nome do jogo
    Andrezinho
    O meia do Botafogo participou dos três gols do Botafogo: deu bela assistência para os dois de Elkeson e marcou o seu já nos acréscimos.
  • deu certo
    pontas
    O Náutico cresceu de produção no segundo tempo, quando resolveu explorar os lados do campo. Lúcio foi o maior exemplo disso, com boa atuação.
  • estatística
    passes
    Botafogo e Náutico erraram muitos passes. Foram 84, sendo 52 de cariocas e 32 de pernambucanos. Andrezinho foi quem mais errou: 11.
A CRÔNICA
Da concentração para o campo do Engenhão. O entrosamento e a afinidade de dois jogadores foram decisivos para o Botafogo neste domingo. Parceiros de quarto, Andrezinho e Elkeson asseguraram a terceira vitória seguida do Alvinegro no Brasileirão. Depois de superar Coritiba e Cruzeiro, o time bateu o Náutico por 3 a 1, pela 23ª rodada, com duas assistências e um gol do meia e dois gols do camisa 9 - agora, ambos têm oito no campeonato.
É a primeira vez que a equipe de Oswaldo de Oliveira consegue uma trinca nesta edição. E não foi fácil. Pelo contrário. Depois de um primeiro tempo sob controle e com dois gols, sendo o primeiro de letra, aos 54 segundos de bola rolando, a etapa final foi de sufoco e rendimento ruim dos donos da casa, inclusive do craque Seedorf. O Timbu se lançou ao ataque de forma aguda e aguerrida, conseguiu diminuir em pênalti cobrado por Araújo, fez pressão, mas parou no goleiro Renan e na falta de pontaria dos homens de frente. O gol de Andrezinho, aos 46 do segundo tempo, trouxe alívio aos alvinegros no campo e nas arquibancadas. Foram 14.612 pagantes (18.348 presentes), com renda de R$ 308.140. A pedido dos jogadores, a diretoria do Botafogo fez uma promoção de ingressos.
Com o resultado, o Botafogo chega a 37 pontos e ocupa o quinto lugar, dois a menos que o Vasco, que ainda enfrenta o Bahia. O Timbu continua caminhando pelo meio da tabela, com 28, na 11ª posição.
- Se a gente passar sufoco desse jeito todo jogo e sair com a vitória, é válido. O time teve problemas de lesão, acabamos agora no fim do segundo tempo com a zaga toda de garotos. Foi uma pressão danada. Nossa conversa é essa, o espírito tem que ser esse, ganhando ou não. A bola dos caras começa a não entrar e a nossa entra - disse o meia Andrezinho.
O lateral-esquerdo Lúcio lamentou as oportunidades desperdiçadas, sobretudo no segundo tempo, quando o Náutico apertou o adversário e esteve perto de empatar. O time foi superior na posse de bola (57% a 43%), nas finalizações (17 a 12) e nas chances reais de gol (oito a cinco).
- A frase para resumir o que vimos aqui hoje não poderia ser outra: quem não faz leva. Foi o que aconteceu. Não quero tirar o mérito do Botafogo, mas (o justo) aqui, no mínimo, seria um empate - avaliou Lúcio.
Na próxima rodada, as duas equipes jogam na quinta-feira, às 21h (de Brasília). O Botafogo recebe o Inter, no Engenhão, e o Náutico visita o Grêmio, no Olímpico.
Elkeson e Andrezinho gol Botafogo (Foto: Wagner Meier / AGIF)Decisivos: Elkeson e Andrezinho são os destaques do Botafogo contra o Náutico  (Foto: Wagner Meier / AGIF)
De Andrezinho para Elkeson: 2 a 0 Botafogo
De Andrezinho para Elkeson. Duas vezes. Dois gols do Botafogo contra o Náutico. Foi com jogadas da dupla que o Alvinegro pulou na frente no primeiro tempo do jogo no Engenhão. Uma vantagem que começou a ser construída cedinho, cedinho. A bola levou cinquenta e quatro segundos para sair do círculo central no apito inicial e viajar até o fundo do gol de Gideão. Foi o tempo que Andrezinho precisou para receber passe de Fellype Gabriel na direita, olhar duas vezes para a área e cruzar no pé de Elkeson. O camisa 9, meia que virou o principal atacante na equipe de Oswaldo de Oliveira, não finalizou de qualquer maneira. Teve o capricho de concluir de letra. É o segundo gol mais rápido deste Brasileirão. Na segunda rodada, Lincoln, do Coritiba, marcou aos 29 segundos da etapa inicial na derrota por 3 a 2 para o próprio Botafogo.
Ficar em vantagem logo de cara fez o Botafogo abrir mão da posse de bola. O Timbu passou a comandar as ações, mas insistiu em jogadas pelo meio. Os laterais Lúcio e Patric não foram à linha de fundo uma vez sequer. Souza, Rhayner, Araújo e Dimba buscaram as infiltrações, mas sem sucesso. O Alvirrubro rondava, rondava, só que não chegava à área em condições de concluir.
Apesar de uma saída de bola lenta, o Botafogo conseguia chegar com força ao ataque. Organizado por Seedorf, Andrezinho e Fellype Gabriel, o time teve paciência para criar as oportunidades. Aos 19, Elkeson e Andrezinho trocaram passes, e a bola chegou até Seedorf na direita. O camisa 10 bateu forte, mas a bola subiu demais e foi para fora.
A primeira etapa foi de muitos erros de passe, 61 ao todo. Andrezinho, por exemplo, errou 11 de 21 que tentou. Mas foi de nova assistência do camisa 17 para Elkeson que o Botafogo conseguiu ampliar, aos 33. Andrezinho partiu em velocidade até a entrada da área e passou a Elkeson. Corte rápido para se livrar do zagueiro Ronaldo Alves, e chute colocado e rasteiro para o segundo gol dele, o oitavo no Brasileirão: 2 a 0.
O Timbu respondeu um minuto depois. Após cobrança de falta, o zagueiro Ronaldo Alves subiu bem para cabecear, mas parou no travessão. Na última tentativa pernambucana, Rhayner chegou bem ao ataque, mas pegou mal na bola em chute da entrada da área.
Araújo náutico x botafogo (Foto: Dhavid Normando / Ag. Estado)Araújo domina a bola: atacante fez seu sétimo gol no Brasileiro (Foto: Dhavid Normando / Ag. Estado)

Náutico aperta, erra muito, e Bota se segura
Alexandre Gallo trocou um volante por outro no intervalo. Dadá deu lugar a Josa. O Timbu adiantou a marcação e passou a tentar explorar um pouco mais as jogadas pelas pontas. Lúcio subiu bem no primeiro ataque da equipe, cruzou rasteiro, mas Souza chegou atrasado para concluir. O Náutico conseguiu diminuir a vantagem alvinegra cedo. Aos sete, Andrezinho se enrolou com os zagueiros na área, foi puxado pela camisa e caiu. O jogador pediu pênalti, Seedorf tentou aproveitar o rebote, mas a arbitragem mandou seguir. No contra-ataque, quem conseguiu o pênalti foi o Náutico. Souza invadiu a área pela esquerda, driblou Gabriel e foi derrubado. Na cobrança, Araújo bateu no canto direito do goleiro Renan, que caiu para o lado oposto: 2 a 1. 
O sétimo gol de Araújo no campeonato trouxe alguns momentos de instabilidade ao Botafogo, que passou a ser mais atacado. Oswaldo foi forçado a fazer uma mudança na zaga antes dos 20 minutos. Brinner sentiu cãibras e deu lugar a Vinícius. Pouco depois, Lucas sentiu cansaço e foi substituído por Gilberto. Sorte do Alvinegro que o ritmo do Náutico caiu pouco a pouco, e o time conseguiu ter mais posse de bola e presença ofensiva, apesar de desorganizado. Elkeson, Andrezinho e Seedorf tentaram algumas finalizações, mas o gol que daria tranquilidade não saía.

O Náutico foi para o abafa nos dez minutos finais e teve duas ótimas chances. Na primeira, Rogério recebeu cruzamento de Elicarlos, apareceu para bater colocado na segunda trave, e Renan salvou com a mão esquerda. Em seguida, Rogério serviu Araújo na área, o camisa 10 tirou do goleiro com um toque de primeira, mas a bola saiu por muito pouco, à direita de Renan.

A placa de quatro minutos de acréscimos deixou os alvinegros desesperados no Engenhão. Naquele momento, o Botafogo não conseguia atacar. Mas o alívio chegou antes do apito final, aos 46. Em contragolpe, Seedorf partiu com a bola dominada, viu Andrezinho passar pela esquerda e rolou. O meia bateu colocado, e o goleiro Gideão aceitou. O Náutico até poderia ter tido melhor sorte no confronto, mas pecou na hora decidir, algo que o time de Elkeson, Andrezinho e Seedorf soube fazer com competência.

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DESTAQUES DO JOGO
  • o nome do jogo
    Nem
    O atacante deu uma arrancada no lance do gol de Fred e atormentou a defesa colorada durante o jogo. Foi o mais caçado: seis faltas.
  • não deu certo
    Cassiano
    Em sua estreia como titular, o jogador de 23 anos não se entendeu com Dagoberto e deixou o campo no segundo tempo sem uma finalização.
  • arbitragem
    expulsões
    Wilton Pereira Sampaio (GO) teve atuação confusa e expulsou Nei, Leandro Euzébio e Fabrício - este, depois do apito final, por reclamação.
A CRÔNICA
Cinquenta e três metros. Foi por essa distância que Wellington Nem conduziu a bola, evitou duas tentativas de falta e deu o passe preciso para Fred manter o Fluminense na liderança do Brasileirão por mais uma rodada - a segunda consecutiva. Mais uma vez, o Tricolor fez uso da eficiência da sua dupla de ataque e da força defensiva e venceu o Inter foi por 1 a 0 na tarde deste domingo, no Beira-Rio.
O time carioca chegou aos 50 pontos e não pode ser alcançado nesta rodada pelo Atlético-MG, que recebe o Palmeiras às 18h30m - os mineiros têm 45 pontos e dois jogos a menos. Depois de dez dias de ausência, Fred retornou e assumiu a artilharia isolada do campeonato, com 11 gols.
Mas o grande destaque da partida foi Wellington Nem. Elétrico e revezando entre as pontas, o atacante não deu descanso aos defensores do Inter. Além da jogada do gol da vitória, ele foi o responsável pelas melhores chances do time e responsável direto pela expulsão de Nei. Leandro Euzébio, após desentendimento com Índio, e Fabrício, por reclamação depois do apito final, também receberam cartão vermelho.
Apesar dos três pontos, o técnico Abel Braga pisou no freio.

- Ainda estamos longe do título. Foi um jogo muito complicado, mas fizemos o resultado. Acho que estivemos mais perto do segundo gol do que eles do primeiro, porque levantar bola na área... - afirmou Abel, referindo-se à principal jogada do Inter, que recorreu 25 vezes à bola aérea e teve três chances reais de gol, contra quatro do Flu.
Os mandantes sentiram bastante os desfalques. A longa lista de ausências tinha como expoentes Guiñazu, D’Alessandro, Forlán e Leandro Damião. Até reservas que seriam importantes, como Rafael Moura, ficaram ausentes. Esfacelado, o time teve dificuldades para se organizar e não furou a melhor defesa do campeonato (15 gols sofridos em 23 jogos). A derrota em casa, a terceira na competição, deixa o time em sétimo, com 35 pontos, e mais longe do G-4.

- Perder é sempre ruim. Complicou, mas precisamos levantar a cabeça e seguir buscando a Libertadores - analisou o meia Fred, do Colorado. 
Este foi o quinto confronto entre os times em menos de cinco meses, com vantagem dos tricolores, que ganharam duas vezes e empataram três.
Na 24ª rodada, o Inter visita o Botafogo, quinta-feira, no Engenhão. Na véspera, o Fluminense joga contra a Portuguesa, no Canindé.
Fred gol Fluminense (Foto: Alexandre Euller / Photocâmera)Fred manda beijo após seu 11º gol: atacante é artilheiro isolado (Foto: Alexandre Euller / Photocâmera)
Persistência e talento de Wellington Nem
Enquanto o Inter teve de se equilibrar com os desfalques da dupla de ataque titular, Forlán e Leandro Damião, o Fluminense celebrou o retorno de Fred após dois jogos. O atacante se recuperou de um edema ósseo na bacia. Porém, antes dos dez minutos, o time visitante perdeu Wagner. O apoiador teve uma torção no tornozelo e pediu para sair. Diguinho o substituiu.
A configuração com três volantes do técnico Abel Braga atraiu o Inter e deu espaços para a velocidade de Thiago Neves e Wellington Nem. Em um desses lances, Thiago Neves arriscou, e Muriel espalmou.
O Inter reclamou - muito - de um pênalti de Leandro Euzébio em Fred, aos 13 minutos. O meia do Colorado alegou que foi derrubado ao driblar o zagueiro.
- Não houve absolutamente nada. O juiz Wilton Pereira Sampaio estava a três metros do lance e foi correto. As reclamações não procedem - analisou o comentarista de arbitragem da TV Globo, Renato Marsiglia.
O Flu também ensaiou uma reclamação em lance de Fred na área. Ele alegou que foi calçado por Rodrigo Moledo. Marsiglia também descartou a penalidade máxima:
- Também não houve nada.
O artilheiro se redimiu da encenação aos 28. Wellington Nem arrancou do meio de campo, driblou dois adversários, fugiu da falta e rolou para Fred dominar e bater. A bola tocou na perna esquerda de Muriel e entrou mansamente: 1 a 0.
Driblado no lance do gol, Elton foi escolhido como alvo da torcida e passou a ser vaiado. Os colorados pediram a entrada do argentino Bolatti.
Em campo, o time dirigido por Fernandão não se encontrou. Sentindo falta das referências ofensivas e do articulador D’Alessandro, suspenso, o time viu em Dagoberto o único ponto de desafogo. Pouco, muito pouco. Fora uma cabeçada perigosa de Rodrigo Moledo por cima do travessão, o time foi para o intervalo sem ter o que comemorar.
Times com dez e placar inalterado
Wellington Nem começou o segundo tempo pedalando e driblando. Ele dividiu com Muriel, pediu pênalti, mas o árbitro ignorou. O Inter enfim ameaçou aos três minutos. Fabrício cruzou rasteiro, dois zagueiros não alcançaram, e Dagoberto chutou firme na segunda trave. Leandro Euzébio desviou de cabeça e evitou o empate.
Sem conseguir neutralizar Nem, o time do Inter recorreu às faltas. Em uma delas, aos 13, Nei agarrou o atacante tricolor e recebeu o cartão vermelho. A situação dos mandantes só não piorou porque o árbitro Hilton Sampaio expulsou Leandro Euzébio no lance seguinte. Fora da jogada, Índio empurrou o rosto do tricolor e recebeu um chute nas costas.
A dinâmica da partida permaneceu inalterada. Inter à frente sem organização, e Fluminense recorrendo a perigosos contragolpes. Um deles gerou um escanteio, aos 19. Fred subiu na primeira trave e desviou para fora, com bastante perigo.
Debaixo de chuva forte, o Inter teve a principal chance para empatar aos 36. A bola sobrou para Elton na entrada da grande área, mas o atacante chutou mal e isolou. Depois do apito final, o lateral-esquerdo Fabrício ofendeu o árbitro e também recebeu cartão vermelho.

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DESTAQUES DO JOGO
  • momento decisivo
    10 do 1º tempo
    Guilherme abre 2 a 0 para o Corinthians – seu primeiro gol pelo Timão. A vantagem deu tranquilidade ao Alvinegro para conquistar a vitória.
  • deu errado
    Zaga gremista
    A defesa do Grêmio prometeu uma retranca para brecar o Timão, mas apenas assistiu aos gols do rival no início do jogo, numa pane que decidiu o duelo.
  • decepção
    Arbitragem
    Marcelo de Lima Henrique ouviu reclamações dos dois times. O Timão ficou na bronca com um pênalti em Romarinho, e o Grêmio, com o número de faltas.
A CRÔNICA
O torcedor do Corinthians lota o Pacaembu, vê uma grande exibição do time contra um dos líderes do Campeonato Brasileiro e fica com um gosto estranho: dava para brigar pelo título nacional? A equipe de Tite parece querer se provar só contra os grandes. Foi isso que ela fez ao vencer o Grêmio por 3 a 1, neste sábado, de forma convincente e até arrasadora nos minutos iniciais - Ralf e Guilherme marcaram com apenas dez minutos de jogo. Parece que o campeão da América usa o Brasileirão só para “brincar” e atrapalhar os postulantes ao título nacional – e se preparar para o Mundial de Clubes, claro.
Mas que o gostinho do título fica, isso fica. Só no returno, diante dos três melhores times do Brasileiro, o Corinthians venceu Atlético-MG e Grêmio em casa e empatou com o Fluminense no Rio de Janeiro - no primeiro turno, tirou pontos do Vasco, outro integrante do G-4, em São Januário. Em compensação, o Timão perdeu para o ex-lanterna Figueirense, foi derrotado nos clássicos para Santos e São Paulo... E se tivesse vencido esses adversários? Como o “se” não entra em campo, os comandados de Tite chegaram aos 31 pontos, em nono lugar. Longe do rebaixamento, longe de brigar pela taça.
Já o Grêmio ficou sem o gostinho da liderança, que poderia ter saboreado por pelo menos uma noite. O Tricolor interrompeu uma série de cinco jogos sem derrotas, estacionou nos 44 pontos e perdeu a chance de alcançar o Fluminense na tabela - levaria vantagem por ter mais vitórias. Está em terceiro lugar.
O Corinthians volta a jogar na próxima quarta-feira, às 19h30m (de Brasília), contra a Ponte Preta, mais uma vez no Pacaembu. Já o Grêmio recebe o Náutico no Olímpico, quinta-feira, às 21h.
Paulinho que se cuide...
O volante Paulinho está no Recife, bem longe do Pacaembu, servindo à seleção brasileira. Mas teve motivos para ficar com uma pulguinha, por menor que seja, atrás de orelha. Ele é titular incontestável do Corinthians, um dos melhores jogadores da equipe, mas viu seus concorrentes brilharem logo nos primeiros dez minutos de jogo. Candidatos a “novos Paulinhos”, Edenílson e Guilherme fizeram jus ao título: apareceram bem no ataque e construíram o placar a favor do Timão.
O Grêmio assustou no início, é verdade. Não está brigando pelo título à toa. O primeiro lance de perigo da partida foi em uma triangulação entre Elano, Kleber e Zé Roberto, que terminou em finalização do último para fora. O Gladiador só fez essa jogada e apagou. Zé foi o mais lúcido, sempre pelo meio e tentando encontrar um companheiro livre. Nada que tirasse a empolgação de cada corintiano que trocou as inúmeras opções da noite paulistana pelo Pacaembu.
Isso porque logo aos cinco minutos, a principal virtude dessa equipe de Tite apareceu: os volantes que entram como surpresa na área. Martínez começou pela direita, e Guilherme exigiu grande defesa de Marcelo Grohe, mas o rebote sobrou para Ralf. Acostumado a destruir jogadas, ele construiu um golaço de pé esquerdo, que nem é o bom, após drible seco em Fernando: 1 a 0 Timão.
A vantagem precoce fez o Corinthians abusar de outra virtude, o contra-ataque. Com os "Paulinhos genéricos" desfilando em campo, o segundo gol veio fácil, fácil, aos dez minutos. Edenílson fez o que quis com a defesa gremista e serviu a Guilherme, objeto de desejo antigo da diretoria alvinegra. O chute na saída de Marcelo Grohe comprovou que sua contratação foi certeira. Primeiro gol do volante pelo seu novo clube, e 2 a 0 no placar.
Vanderlei Luxemburgo se irritou com a apatia do Grêmio, e, aos 20 minutos, sacou o volante Souza para a entrada do meia Marquinhos. Os gaúchos ficaram mais com a bola nos pés, mas o meio-campo se embolou na tentativa de armar jogadas. Melhor para o goleiro Julio Cesar, que trabalhou pouco em sua volta ao time, melhor para Martínez e Romarinho, válvulas de escape corintianas em investidas perigosas. O time da casa só não aumentou o placar porque a dupla falhou na pontaria – algo que Tite já vinha cobrando em jogos anteriores.
Luxa muda jogo, mas não o resultado
Vanderlei Luxemburgo costuma ser ousado em suas mudanças. Quando tem a chance de liderar o campeonato, então, é capaz de se impor ainda mais. Ele deixou o Grêmio sem volantes ao tirar Fernando e lançar Marco Antônio, e injetou velocidade com Leandro na vaga de André Lima, que fez de tudo para ser expulso - perdido entre os zagueiros, fez muitas faltas duras e foi substituído por precaução.
Criativo, o Grêmio empurrou o Corinthians para a defesa e tentou compactar o jogo do meio para frente. O Timão se retraiu e apelou para a velha linha de impedimento. Mais uma vez, ela falhou. Aos 12 minutos, Pará cruzou na área e encontrou Marquinhos sozinho. Enquanto os defensores levantavam os braços pedindo impedimento, o meia encontrou Leandro sozinho na pequena área para completar: 2 a 1.
Muito recuado, o Timão deixou o jogo mais tenso. Acreditando no resultado e sem medo de atacar, o Grêmio continuou rodando a bola para buscar uma brecha na defesa rival. Tite confiou demais nos contra-ataques de Martínez, e ainda reclamou de um pênalti claro sobre Romarinho. O árbitro Marcelo de Lima Henrique nada marcou, e ainda se perdeu em outros lances durante a partida.
O Grêmio chegou a ter nove jogadores no ataque, mas a única chance real foi na bola parada de Elano, que acertou o ângulo esquerdo, mas viu Julio Cesar voar para fazer a defesa. A felicidade corintiana foi assegurada aos 45. Adilson recebeu pela esquerda e cruzou para trás. O garoto Giovanni recebeu, girou e bateu no ângulo, de direita. Um golaço. Mais um postulante ao título atrapalhado pelo Timão. Ao Tricolor, resta apenas tentar a recuperação na próxima rodada e torcer para o Fluminense não se distanciar tanto na liderança.

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DESTAQUES DO JOGO
  • deu certo
    contragolpe
    O expediente de esperar o Flamengo para agir nos contra-ataques funcionou bem para o Coxa, muito mais contundente no jogo e vitorioso no fim.
  • decepção
    defesa do Fla
    A dupla de zaga viveu noite muito ruim. Dois dos gols da partida tiveram falhas feias: no primeiro, de Frauches; no segundo, de Welinton.
  • estatística
    posse de bola
    O Flamengo viveu um dia de Barcelona às avessas. O time teve 63% de posse de bola no jogo, mas pouco criou e acabou derrotado por 3 a 0.
A CRÔNICA
Coritiba e Flamengo fizeram na noite deste sábado um jogo em que ambos precisavam da vitória para iniciar uma reabilitação no Campeonato Brasileiro. Melhor para o Coxa, que aproveitou noite pavorosa da defesa rubro-negra, venceu por 3 a 0 no Couto Pereira e começou com vitória uma nova fase. A partida marcou as estreias do técnico Marquinhos Santos e do atacante Deivid na equipe paranaense. O ex-flamenguista teve boa atuação e deu o passe para um dos gols do Coritiba no jogo. Lincoln, Rafinha e Everton Ribeiro foram os artilheiros da noite.
Com o resultado, o Coritiba manteve uma escrita viva: nos últimos nove jogos que fez contra o Flamengo no Couto Pereira, o Coxa venceu todos. Agora com 25 pontos em 23 rodadas, a equipe alviverde aparece na 15ª posição na tabela do Campeonato Brasileiro. Com 27 pontos, o Flamengo, que não vence há cinco jogos (dois empates e derrotas nas três últimas partidas), segue em 13º.
- Entregamos praticamente os três gols para o Coritiba. Não adianta culpar ninguém, está todo mundo no mesmo barco. Temos mais 16 jogos para sair dessa situação - disse o goleiro Felipe após o apito final.
Na próxima rodada, o Rubro-Negro, que no fim do jogo chegou a ouvir gritos de olé, encara o Santos, na Vila Belmiro. A partida está marcada para quarta-feira. No mesmo dia, o Coxa visita o Atlético-GO, no Serra Dourada.
- Dentro de casa a gente vinha fazendo bons jogos e se dedicando. Hoje o time não sofreu gols e conseguimos uma vitória importante - avaliou Rafinha, autor do segundo gol da partida.
Lincoln gol Coritiba (Foto: Giulianos Gomes / Ag. Estado)Lincoln (direita) celebra seu gol, o primeiro do jogo (Foto: Giulianos Gomes / Ag. Estado)
Coxa tem menos a bola, mas vai bem nos contragolpes
No Coritiba, o técnico Marquinhos Santos optou por um esquema de cinco homens no meio-campo e Deivid como único atacante. Everton Ribeiro e Rafinha atuaram abertos pelas pontas, enquanto Lincoln trabalhou como homem de ligação. Marquinhos lançou ainda na equipe atletas que não vinham sendo titulares, como o zagueiro Bonfim e o volante Gil.
No lado do Flamengo, Dorival Júnior escalou como titular o zagueiro Frauches, cria das categorias de base, pela primeira vez neste Brasileirão. O time jogou no 4-4-2, como Muralha e Ibson formando uma linha mais atrás e Luiz Antonio e Bottinelli jogando mais à frente. No ataque, Negueba e Love.
O jogo começou com o Rubro-Negro tomando mais a iniciativa. O time teve sua melhor chance do primeiro tempo logo aos dois minutos, quando Negueba recebeu livre na entrada da área, mas o atacante chutou fraquinho, nas mãos do goleiro Vanderlei.
Com mais posse de bola, o Flamengo, porém, não conseguiu ser incisivo. Magal, substituto do suspenso Ramon na lateral esquerda, apresentou-se muito no apoio, mas quase sempre pecava na hora de passar a bola ou de cruzar na área.
O Coritiba, apesar de jogar em casa, optou por esperar o Flamengo para tentar surpreender o rival. E foi assim que o Coxa abriu o placar, aos 16. Rafinha recebeu perto da linha divisória do gramado e fez lançamento para Lincoln, livre do lado direito. O camisa 10 penetrou na área e não teve trabalho para driblar o afoito Frauches, que passou lotado no lance. Cara a cara com Felipe, Lincoln bateu rasteiro e pôs o Coritiba em vantagem.
Se já não ia muito bem antes de levar o gol, o Flamengo tornou-se ainda pior quando ficou atrás no placar. O time teve 63% da posse de bola no primeiro tempo, mas não conseguiu assustar Vanderlei. Negueba pouco acertou o que tentou. Love manteve sua luta inglória entre os defensores do Coxa, sem conseguir grandes resultados.
Os donos da casa, embora até ali não fizessem uma grande partida, aproveitaram jogadas rápidas para assustar o Flamengo. Lincoln chegou a acertar uma bicicleta na trave, mas o lance foi corretamente anulado por impedimento. O Coxa levou perigo também numa falta batida por Ayrton. Felipe se esticou para defender.
Deivid brilha para ajudar a fechar o caixão
Na volta para o segundo tempo, o técnico Dorival Júnior mexeu no time. Adryan entrou no lugar de Luiz Antonio. A equipe, assim, passou a ter o camisa 37 e Negueba abertos pelas pontas e Bottinelli como homem de ligação. No lado do Coritiba, uma troca simples, de um zagueiro pelo outro: Bonfim deu lugar a Luccas Claro.
Wellinton Flamengo e Deivid Coritiba (Foto: Geraldo Bubniak / Ag. Estado)Deivid domina a bola no peito, marcado de perto por Welinton (Foto: Geraldo Bubniak / Ag. Estado)
O etapa final começou com uma engrossada de Welinton. Ao tentar despachar uma bola rente à linha de fundo, acabou carimbando a marcação e dando a posse de presente a Everton Ribeiro. O lance seguiu com um passe para Lincoln, que acabou por encontrar Gil na entrada da área. O volante bateu para o gol e Felipe defendeu.
O panorama para o Flamengo não mudou muito. O time seguiu mais com a bola nos pés, mas sem grande efetividade. O Rubro-Negro ainda conseguiu uma boa chance com Adryan, que arriscou de fora da área. Vanderlei defendeu com dificuldade.
Inoperante na parte ofensiva, o Flamengo viveu noite ainda pior na defesa. Aos 11, Welinton fez um corte com estilo, matando a bola no peito. O zagueiro, porém, não optou por afastar o perigo com um chutão, tentou driblar Rafinha e acabou perdendo a posse da bola, que foi parar nos pés de Lincoln. O camisa 10 passou para Rafinha, livre na área. O coxa-branca bateu na saída de Felipe, que ainda tocou na bola, e escreveu 2 a 0 no placar.
Dorival Júnior tentou uma nova cartada trocando Negueba por Thomás. Pouco depois, aos 18, Marquinhos Santos tratou de aumentar a velocidade de seu time, com a entrada de Robinho na vaga de Lincoln. O panorama ficou melhor para o Coxa. Os visitantes passaram a tentar o ataque de forma desordenada e abriram espaço para contragolpes.
Antes de levar o terceiro gol, Dorival ainda trocou Bottinelli por Camacho, aos 24. Mas a pá de cal aconteceu aos 26. Deivid deu lindo passe em elevação e achou Everton Ribeiro livre na área. O jogador soltou a bomba e estufou a rede de Felipe: 3 a 0.
Daí para o fim, o Flamengo sofreu com os contra-ataques do Coritiba. Uma goleada começou a se desenhar no Couto Pereira, tamanha a facilidade com que seus jogadores respondiam às tentativas de ataque dos rubro-negros, que reclamaram um pênalti de Eltinho, em lance em que a bola carimbou o braço do lateral. A arbitragem nada marcou.
Aos 34, o técnico Marquinhos Santos promoveu a estreia do atacante peruano Ruidíaz, que entrou na vaga do volante Gil. Pouco depois, porém, Rafinha, com muitas dores, não teve condições de seguir na partida. O Coritiba, então, jogou com dez até o apito final. Ainda assim, o Flamengo, a rigor, pouco incomodou. Thomás, numa bola que desviou na zaga, chegou a assustar. Mas a noite era coxa-branca, de cabo a rabo. Ainda deu tempo para a torcida gritar olé antes de a partida ser encerrada.

NOTICIAS



Renata rompe silêncio, nega caso com ex-empresário, critica defesa do jogador e detalha fatídica noite: `Chorei por 20 minutos a morte dele`


Eu fui proibida de falar durante todo esse tempo. Já queria ter falado antes"
Renata Borges, esposa de Breno
Quase um ano depois do fogo que destruiu a casa do zagueiro Brenolevou a Justiça alemã a condenar o ex-atleta de São Paulo e Bayern de Munique a três anos e nove meses de prisão por incêndio proposital, a família do jogador tenta se reconstruir. O filho, Pietro, de apenas três anos, perguntou na última visita à cadeia quando o pai vai voltar do trabalho. Após amargar o silêncio e viver uma espécie de “prisão psicológica”, Renata Borges, a esposa, contou ao GLOBOESPORTE.COM detalhes do incidente, o que tem feito para seguir a vida com as três crianças do casal e como o marido vive a pena.
Proibida de dar entrevistas antes do veredicto, Renata contou que foi instruída pelo advogado que defendeu Breno a ficar calada durante todo o processo. Muitas versões para o problema que condenou o zagueiro foram dadas. Mas ela garante que o relato abaixo tem toda a verdade sobre o episódio.
- Acho que está na hora de as pessoas saberem a verdade – avisou Renata, que diz ter pensado no pior quando viu o incêndio na casa e ter chorado por 20 minutos a morte do marido.
Renata revelou que no dia seguinte ao incidente (19 de setembro de 2011), Breno ia fazer sua quarta cirurgia no joelho e que isso teria deixado o ex-são-paulino muito triste. Em detalhes, lembrou a data. O fato de não estar jogando e não estar recebendo salários (quando o atleta fica mais de 45 dias sem atuar na Alemanha, passa a receber um seguro no valor aproximado de € 10 mil, pouco mais de R$ 25 mil), teria feito com que o zagueiro bebesse algumas cervejas, uma garrafa de vinho do Porto e ainda uma de uísque. Essa mistura, segundo ela, deixou Breno “completamente alucinado”.
- Quando voltou para casa, ele olhou nosso filho, que estava dormindo, e pediu para eu tomar conta dele. Daí ele abriu a janela do quarto para pular. Eu o abracei e orei. Mas ele fez de novo, nessa hora eu já não conseguia mais segurá-lo (...) Ele caiu de uma altura de quatro metros. Daí eu falei: “Pronto, agora acabou o joelho.” Mas ele levantou na mesma hora e saiu correndo – contou Renata ao relembrar os tensos momentos que precederam o incêndio.
Renata esposa Breno Alemanha família (Foto: Clícia Rodrigues / Globoesporte.com)Renata com os filhos: Izabela, Flávio e Pietro (Foto: Clícia Rodrigues / Globoesporte.com)
Mãe de Izabela (11 anos), Flávio (7) e Pietro (3) – somente o mais novo é de Breno -, Renata, que criticou a defesa do advogado, contou como foi perder tudo. Hoje, ela vive em um pequeno apartamento de 50 metros quadrados em Munique e luta para recuperar bens materiais, mas também para provar na Justiça que seu marido é inocente. Abatida, a paulista desmentiu que teria um caso com o ex-empresário do jogador Guilherme Miranda, como consta do processo de defesa do atleta, feita pelo advogado Werner Leitner.

Confira na íntegra a entrevista emocionada de Renata Borges, feita em uma lanchonete de Munique na última quinta-feira:
 GLOBOESPORTE.COM: Pela primeira vez você está falando abertamente sobre o caso. Por que resolveu falar um ano depois do incêndio?
RENATA: Eu fui proibida de falar durante todo esse tempo. Já queria ter falado antes, mas fui instruída pelo Bayern de Munique e pelo advogado Werner Leitner a não dar nenhum tipo de declaração. Mas agora acho que está na hora de as pessoas saberem a verdade.
O que de fato ocorreu na madrugada de 19 de setembro de 2011?
Breno recebeu a noticia de que teria que fazer a quarta cirurgia. Ele teria que fazer uma raspagem no joelho esquerdo. Quando ele chegou em casa, me chamou para almoçar em um restaurante, pois estava muito triste e queria relaxar um pouco. Estava querendo encontrar o Rafinha (lateral-direito do Bayern) e os amigos. O ex-empresário dele Guilherme Miranda estava com a gente, pois ia acompanhar a cirurgia. O Breno começou a beber cerveja e eu saí, pois tinha que buscar meus filhos na escola. Quando foi umas 5h da tarde, eu liguei e eles estavam indo para casa.
Ele bebeu uma garrafa de vinho do Porto em casa. Ele foi acusado de beber todos os dias, mas como uma pessoa pode beber todos os dias e treinar? Ele bebia só nas folgas dele. Depois de beber o vinho, abriu uma garrafa de whisky. O Guilherme não estava bebendo, mas o Breno estava bebendo demais. Lembro que fiquei assustada, ele já estava indo para a terceira bebida diferente.Coloquei as crianças para dormir e falei para ele parar, pois ia operar no dia seguinte. Mas ele não me obedecia mais. Chegou a turma do Rafinha na minha casa e ele foi até o portão, o Breno é muito tímido e eu me assustei , pois ele pulou na frente do carro do Rafinha. Recordo que ele falou para eu fazer um bife para ele. As coisas que ele falava já não tinham mais sentido.
Destruição na casa do Breno, SporTV Repórter 1 (Foto: Reprodução SporTV)Imagens da casa de Breno destruída após o incêndio (Foto: Reprodução SporTV)
O Rafinha se assustou?
O Rafinha se assustou também, pois eles iam para o Oktoberfest. Mas o Breno não foi com eles. Teve uma hora que ele começou a ter alucinações e começou a falar que tinha que ajudar o Rafinha e os amigos dele, que os policiais estavam atrás dele, coisa de bêbado mesmo. Ele começou a subir a rua da nossa casa só de bermuda e começou a rolar no chão da pracinha.
Quando cheguei na porta de casa, foi um desespero. Estava tudo tomado pelo fogo. Gritava para os policiais entrarem e salvarem o meu marido"
Renata Borges
Quando o Guilherme foi lá ver, ele disse que os policiais estavam atrás dele. Nessa hora ele alucinou total. Ele subiu a rua umas dez vezes. Ele gritava que “os caras” estavam querendo pegar o Rafinha. Quando voltou para casa, ele olhou nosso filho, que estava dormindo, e pediu para eu tomar conta dele. Daí ele abriu a janela do quarto para pular. Eu o abracei e orei. Mas ele fez de novo, nessa hora eu já não conseguia mais segurá-lo. Comecei a gritar pelo Guilherme, pedindo ajuda. Eu segurei por um braço e o Guilherme por outro, mas não conseguimos, pois ele é grande, ele caiu de uma altura de quatro metros. Daí eu falei, pronto, agora acabou o joelho. Mas ele levantou na mesma hora e saiu correndo ainda dizendo que precisava ajudar o Rafinha. Nessa hora ele pegou uma faca enorme e foi para a rua. O Guilherme falou para eu sair de casa com as crianças, pois ele estava muito bêbado e algo pior poderia acontecer. Concordei, acordei as crianças e as coloquei dentro do carro - de pijama ainda. Fiquei dando voltas na rua até uma hora e passei duas vezes em frente à minha casa. Nessa hora, já tinha um monte de garrafa quebrada e as bicicletas jogadas no chão. Liguei para o Rafinha e pedi ajuda. Fiquei parada na esquina dentro do carro, era quase meia-noite. Um pouco depois, vi uns 30 carros de polícia dobrando a minha rua. Daí eu falei: “O Breno se matou!.” Quando cheguei na porta de casa, foi um desespero. Já estava tudo tomado pelo fogo. Eu gritava para os policiais entrarem e salvarem o meu marido. Eu me ajoelhava no chão e implorava para os bombeiros entrarem na casa , mas eles falavam que não dava mais. A casa já tinha lambido. Eu chorei por 20 minutos a morte do Breno. Nessa hora, o Rafinha chegou e ele chorava muito também e começou a pedir para os bombeiros entrarem.
E depois disso?
Chegou uma policial e disse que o Breno estava vivo. Ele estava dentro de um dos carros da polícia com a cabeça baixa, mas não me deixaram chegar perto dele. Fui, então, para a casa do Rafinha com a roupa do corpo e minhas crianças de pijama. Nessa hora, o Breno já estava no hospital. Eu estava realmente atordoada com a situação e aí o Breno me ligou perguntando por que eu não estava lá com ele e o que tinha acontecido. Ele não lembrava de absolutamente nada. Fui para o hospital e perguntei se ele se recordava de alguma coisa. Ele disse que quando voltou para casa e não me encontrou e nem as crianças ficou louco, achou que eu tivesse ido embora. Ele não lembrava da cena de acender alguma coisa para provocar o incêndio. Fiquei pensando nas possibilidades, como um curto-circuito. Ele estava fumando narguilê. O Breno não fuma cigarros. O Werner Leitner o orientou a falar que fumava para a defesa dele. Ele também não lembrava de ter entregue os isqueiros para a polícia. Mas, com certeza, ele tinha os isqueiros, pois acendeu o narguilê. Acho sinceramente que ele não lembra mesmo (do que aconteceu).
Incêndio na casa do jogador Breno do Bayer de Munique (Foto: EFE)Segundo Renata, Breno não se lembra de nada do que aconteceu no dia do incêndio (Foto: EFE)
Você teria dito que o Breno estava com o Satanás no corpo. Isso foi verdade?
(Quando disse isso) nossos telefones já estavam grampeados. Escutaram uma ligação de uma hora e quarenta com uma amiga e só pegaram isso que eu falei. Contei a verdade para a minha amiga e em um momento eu realmente falei para ela que parecia que ele estava com o diabo no corpo. O Werner Leitner (advogado) estava tratando a gente como criminoso. Nós não podíamos falar no telefone, postar nada do facebook ou twitter. Eu estava vivendo uma prisão psicológica.
Renata esposa Breno Alemanha (Foto: Reprodução)Renata diz que não foi amante do ex-empresário 
do zagueiro Breno (Foto: Reprodução)
E depois que ele saiu do hospital? Como foi?
Levaram ele direto para depor e logo depois ele foi preso. Foram 12 dias de tortura, pois ainda não sabíamos o que estava acontecendo. Eu tinha que arrumar € 500 mil para liberá-lo da prisão. Nós não tínhamos mais nada. O Breno não jogava há dois anos, estava recebendo um seguro de € 10 mil. O Bayern pagou a fiança e ele foi liberado.
Na defesa do advogado, constava que o Breno ficou muito nervoso depois que descobriu que você era amante do empresário Guilherme Miranda. Fato que teria provocado as crises de depressão e a bebedeira. Teve alguma verdade nessa história?
Nenhuma. Isso tudo é uma grande mentira. O Breno é uma pessoa maravilhosa. Nós sempre vivemos muito bem. O advogado inventou essa história porque achou que seria uma boa defesa. Para colocar a culpa em mim. Nunca fui amante do Guilherme, isso nunca existiu. Achei que a defesa do Leitner não foi correta. Eu não pude depor. Ele simplesmente fez a defesa do jeito que ele quis. Inclusive, ele não está mais com o caso. Trocamos de advogado.
Logo depois do incêndio, ligamos algumas vezes para o Guilherme Miranda, que disse que não era mais empresário do Breno. O que aconteceu?
Nós tínhamos que devolver para o Bayern o valor de € 500 mil pagos pela fiança do Breno. Nós fizemos um empréstimo com o clube. Não tínhamos como pagar aquele valor. O Breno não recebia salário há dois anos e aí eles não me ajudaram. Daí o grupo Sonda disse que ia pagar e no final não pagou. No final, nós mesmos acabamos pagando. Depois disso nós rompemos (com o empresário), mas foi numa boa, sem mágoas.
Breno bayern de munique tribunal julgamento (Foto: Agência Reuters)Breno durante o julgamento em Munique (Foto: Agência Reuters)
Chegou a sair na imprensa que o Breno estaria negociando com o Lazio da Itália. Isso foi verdade?
Sim. Quando estava acabando o contrato com o Bayern nós fizemos um pré -contrato com o Lazio. Ele ia jogar lá. Tínhamos a certeza de que ele não seria preso e que a nossa vida ia mudar. A gente pensava que ele seria condenado sim, mas que tivesse que pagar pelo prejuízo causado para a Alemanha. Muita gente achou que ele fez isso e achou que não ia dar em nada. Que no Brasil tudo acaba em pizza. Mas não foi nada disso. O tempo todo nós respeitamos a Alemanha. Cheguei a mandar coisas para a Itália, roupas e brinquedos das crianças que conseguimos comprar de novo.
Renata esposa Breno Alemanha (Foto: Reprodução)Breno, Renata e filhos em Munique (Foto: Arquivo)
E o Bayern? Ajudou vocês?
Não gostaria de falar do Bayern.
Como foi para você ficar sem nada? Sem roupas, documentos, pertences pessoais...
Engraçado que às vezes a gente acha que algumas coisas são difíceis na vida. Mas tem coisas piores. Eu chorei tanto porque perdi minhas bolsas, mas isso é merda, depois eu pensei: “Meu marido está preso. Eu só pensava nisso. Eu fiquei sem nada, realmente perdi tudo. Ficamos sem roupas,sapatos ,documentos, absolutamente nada. Hoje eu tenho o básico. Descobri que preciso de pouco para viver. Estou agora com problemas na escola das crianças por conta dos documentos.
Não gostaria de falar do Bayern."
Renata Borges
Visita o Breno na prisão? De quanto em quanto tempo?
De 15 em 15 dias eu o visito, durante uma hora. O Breno está sendo bem tratado lá. Ele não teve depressão e eu fico sempre do lado dele dando a maior força. Ele decidiu trabalhar na lavanderia, depois deixam ele correr e fazer bicicleta. Agora eles permitiram visita assim, cara a cara, antes era com um vidro, como se ele fosse um criminoso. Levei as crianças lá, na semana passada, e foi um chororô danado. O Pietro pedia para o Breno ir embora com a gente, que ele já tinha trabalhado bastante, porque nós falamos para ele que o Breno estava trabalhando. Nós choramos muito. Foi uma tristeza só.
Renata esposa de Breno no presídio (Foto: Reprodução / Bild.de)Renata deixa o presídio onde Breno está encarcerado  (Foto: Reprodução / Bild.de / Agosto de 2012)

E como estão vivendo agora? Não deve ser fácil para você tomar conta das três crianças. Como se vira?
As crianças ficaram no Brasil dois meses. Peguei eles na semana passada. Agora que eu estou me organizando nesse apartamento de 50 metros quadrados. É pequeno, mas é tranquilo. Tem dias que eu me pergunto: “Deus, será que eu vou aguentar?”. Mas aí vem uma força lá de dentro, de Deus, e eu consigo fazer tudo. Levar para escola, fazer comida, dar atenção para eles.
Breno e Renata (Foto: Arquivo pessoal)Breno e Renata em fotos antigas. Esposa do
zagueiro diz que casal era feliz (Arquivo pessoal)
E financeiramente?
Eu me organizei um pouco no Brasil. Nós temos algumas coisas lá, imóveis, mas não me desfiz de tudo. Vendi algumas coisas pequenas para sobreviver aqui. Estou vivendo uma vida simples, sem luxo. Estou até vendo um trabalho para mim em um bar português. Assim eu teria os benefícios do país, como seguro-saúde e outras coisas.
Chegou a pedir ajuda para as autoridades brasileiras?
Eu fui no Itamaraty, mas não existe acordo entre Brasil e Alemanha. Então, o Brasil não pode chegar e falar que quer trazer a pessoa para cumprir pena no seu próprio país.
O que espera daqui para frente?
Espero que realmente o processo seja reavaliado. Que vejam o ser humano Breno. Queria que a Justiça percebesse que nós somos uma família linda e meu marido não é um criminoso.
Se tivesse que agradecer agora alguém que tenha te ajudado nessa difícil caminhada, quem seria?
Deus. Eu tenho muita fé.
Renata e filhos, Breno (Foto: Arquivo Pessoal)Renata Borges e os filhos (Foto: Arquivo Pessoal
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