terça-feira, 4 de dezembro de 2012

CORINTHIANS



Técnico se informa sobre possíveis surpresas do Mundial e diz que função que ocupa precisa de coragem. Torcedor tatuado é exemplo de ‘exposição’


Torcida Corinthians embarque aeroporto (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)Torcida lota o aeroporto no embarque do Timão para
Tóquio (Foto: Gustavo Tilio / Globoesporte.com)
O técnico Tite está precavido para qualquer eventualidade que possa ocorrer no Mundial de Clubes, no Japão. Nem mesmo a possibilidade de uma surpresa na semifinal da competição tira o sono do comandante. Na segunda-feira, horas antes do embarque para a disputa (mais de 15 mil torcedores lotaram o aeroporto de Cumbica), Tite descartou temer um possível Mazembe na vida do Timão – a equipe do Congo eliminou o Internacional da decisão em 2010, algo inédito no Mundial.
Neste ano, o Corinthians tem três possibilidades de adversários na semifinal: Sanfrecce Hiroshima, campeão japonês, Al-Ahly, do Egito, campeão africano, e o Auckland City, da Nova Zelândia, representante da Oceania.
– Se eu tivesse medo de alguma coisa, não seria técnico de futebol. Você fica exposto a vitórias e derrotas, por várias vezes você é o cara que... (ganha ou perde) – disse Tite, encerrando o assunto.
Prova dessa exposição foi divulgada pelo próprio técnico na segunda-feira. Para exemplificar a dimensão que tem no comando do Corinthians, Tite citou o caso de um torcedor que conheceu por meio de uma mensagem enviada por seu assessor. O corintiano fez uma tatuagem em homenagem ao técnico.
– Eu me assustei outro dia, a gente não tem dimensão do que isso representa. O cara foi em uma loja do Corinthians, foi comprar uma camisa e estava com uma tatuagem minha no braço. Falei: “Não é possível”. O cara mandou uma foto da tatuagem dizendo que somos parceiros até o fim. Isso não é comigo, é pelo amor ao clube. É por isso que técnico tem de ter paixão pelo que faz e ser corajoso – justificou.
Precavido, Tite tem análises profundas de pelo menos dois dos três possíveis adversários na semifinal. Apenas o Auckland City não é tão conhecido pelo técnico.
– O Hiroshima joga num 3-6-1, com dois alas espetados que voltam para marcar. São bons na transição de velocidade. O Al-Ahly tem duas linhas de quatro, com mais dois atacantes. É um time de força, de imposição. Já sobre o Auckland não tenho tantas informações, mas vou ter mais tempo para ver quando chegar ao Japão – explicou Tite.
Se passar pela semifinal, o Corinthians espera uma decisão contra o Chelsea. Outros concorrentes do outro lado da chave são o Monterrey, do México, e o Ulsan Hyundai, da Coreia do Sul. O elenco do Timão chega ao Japão na madrugada de quinta-feira, após uma escala com treinamento em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
 

NOTICIAS



Berço de ouro não era suficiente para tornar clube grande, até que geração 
de Gullit e Di Matteo dobra número de títulos, muda patamar e atrai russo


“Não somos um clube que surgiu do nada”. A frase de Rick Glanvill, historiador oficial do Chelsea, expressa bem aquele que talvez seja o único trauma que o dinheiro de Roman Abramovich não conseguiu resolver: as acusações de que tratava-se de um pequeno antes da chegada do russo. Questionamento até certo ponto exagerado por parte dos rivais e que persegue um clube rico pela própria natureza, mas que precisou esperar quase 100 anos até aprender a conjugar com frequência o verbo vencer. Se os últimos nove anos elevaram os Blues a uma potência europeia, o passado do provável adversário do Corinthians no Mundial de Clubes reserva uma história de altos e baixos, ostentação e insegurança, e uma revolução financeira que pavimentou o caminho para o sucesso pouco antes da chegada do dono atual.
Fundado em 1905 por moradores de Fulham, bairro nobre de Londres, o Chelsea surgiu para incluir o futebol nas atividades do estádio de atletismo Stamford Bridge, já com 28 anos, e mostrou poder logo em sua primeira temporada. No lugar do amadorismo, o clube optou por nascer profissional e no terceiro ano disputou a primeira divisão. Sucesso meteórico, mas que também imediatamente deu lugar a uma rotina oscilante que nunca permitiu aos Blues uma identidade, fosse de grande ou até mesmo de pequeno, tamanhas idas e vindas na tabela.
– O Chelsea foi fundado por pessoas ricas e com planos grandiosos. Uma prova disso é que o clube já começou no profissionalismo e alcançou a primeira divisão no segundo ano. Em seguida, teve a maior média de público da Inglaterra. Sempre tratou-se de um grande clube, mas que não se acostumou com o sucesso em campo. Havia um grande estádio, uma grande torcida, grandes jogadores, mas faltavam os títulos. Sempre houve muito dinheiro, mas não o costume de vencer – resumiu o próprio Rick Glanvill.
Rick Glanvill livro clube museu Chelsea fotos históricas (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Rick Glanvill posa com o livro no museu do Chelsea (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
Acessos e rebaixamentos fizeram parte da realidade azul entre 1907 e 1930, quando, após excursão pela América do Sul, voltou à elite para estadia de 32 anos. Neste período, conquistou o primeiro título, em 1955, solitário até a chegada de Abramovich, 48 anos depois. As quatro décadas seguintes ainda reservariam mais quatro troféus, que se intercalaram com períodos sombrios. O pior deles, nos anos 70 e 80, quando, independentemente do que fizesse em campo – e não era muito – o Chelsea tinha mais destaque pelo que seus torcedores faziam fora deles. Os Blues eram vistos como uns dos piores hooligans.
As origens não deixavam, o dinheiro muito menos, mas aos 90 anos o Chelsea caminhava para ser um pequeno e se agarrava como podia ao status de clube médio. Foi quando o clube decidiu se desprender do berço genuinamente inglês, genuinamente londrino, e resolveu espalhar seu dinheiro pelo mundo. Praticamente uma década antes da chegada de Abramovich, ao término da temporada 1994/1995, uma reunião definiu que o “quase pequeno” precisava abrir mão de suas vaidades para se tornar “quase grande”.
– É fácil identificar o Chelsea, basta olhar suas origens, o local onde joga. É uma área realmente especial de Londres, de gente rica, e sempre tratou-se de um clube que gostava de mostrar isso. O mais difícil foi entender que essa condição não era suficiente para transformá-lo em um dos maiores. Tudo mudou quando foi tomada a decisão de comprar gente de fora, trazer grandes nomes – explicou Simon Haydon, editor-chefe da agência de notícias AP, uma das maiores do mundo.
Stamford Bridge estádio Chelsea  (Foto: Getty Images)Visão aérea do Stamford Bridge. Clube foi fundado por moradores de Fulham (Foto: Getty Images)
Di Matteo é o primeiro herói de geração estrelada por Gullit
Farto do rótulo de time de bairro que sequer conseguia se impor nacionalmente, o Chelsea resolveu usar de um expediente que tornou sua marca maior oito anos depois para se mostrar para o mundo: abrir os cofres. E o impacto foi imediato. De mero coadjuvante, o clube passou a protagonista, e estampou páginas de jornais Europa afora com as chegadas de nomes mundiais como Gianfranco Zola, Gianluca Vialli e o maior deles: Ruud Gullit. Aclamado como um dos maiores de sua época, o holandês foi um tiro certeiro e levou para o Oeste de Londres prestígio e visibilidade.
Gullit museu Chelsea fotos históricas (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Ruud Gullit no museu do Chelsea: estrela da
geração (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
– Assim começa a história do Chelsea moderno propriamente. Era necessário arriscar, investir para que o clube crescesse internacionalmente, disputasse competições europeias com frequência. Foi quando o Chelsea ganhou as páginas do mundo, a repercussão cresceu, e conquistou também resultado em campo – resumiu Glanvill.
Se em 90 anos de história os Blues tinham conquistado apenas cinco troféus, a primeira revolução financeira dobrou este número e levou o clube aos primeiros lugares da já rentável e badalada Premier League. Em oito anos, até a aparição de Abramovich, foram seis títulos: duas Copas da Inglaterra, uma Copa da Liga, uma Supercopa da Inglaterra e, acima de tudo, uma Copa dos Campeões da Europa e uma Supercopa da Europa. O Chelsea ainda não era gigante como Manchester United, Liverpool e Arsenal, mas se fazia perceber e preocupava.
museu Chelsea fotos históricas (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)Fotos do começo da história do Chelsea (Foto: Cahê Mota / Globoesporte.com)
Em duas dessas conquistas, as duas Copas da Inglaterra, um nome não tão badalado ganhava força e surgia como ídolo: Roberto Di Matteo. Autor de gols nas duas decisões em Wembley, o então meia-atacante italiano virou xodó, mais querido até mesmo que Gullit e Vialli, que chegaram a exercer também o papel de treinador, e deu início a uma trajetória consolidada na temporada passada, como comandante da elenco que venceu mais uma Copa da Inglaterra e a tão sonhada Liga dos Campeões.
Antes de ser demitido, há menos de duas semanas, Di Matteo atendeu o GLOBOESPORTE.COM e lembrou aqueles passos importantes para que o Chelsea se tornasse gigante.
– Fomos muito bem. Foi um período bem sucedido. Conseguimos ganhar copas domésticas e internacionais, como a Supercopa diante do Real Madrid. Tudo aquilo foi um começo para que o clube alcançasse essa nova dimensão.
Roberto Di Matteo Ruud Gullit Chelsea (Foto: Getty Images)Roberto Di Matteo e Ruud Gullit em 1997, muito antes de Abramovich aparecer no Chelsea (Getty Images)
Vitória sobre o Liverpool, vaga na Champions e um novo dono
O sucesso dessa geração é apontado ainda como fundamental para que Roman Abramovich escolhesse o clube para investir. O raciocínio é simples: se comprar os maiores era inviável diante do sucesso e da história, o russo naturalmente buscaria quem estivesse próximo e pudesse alcançar tamanho status. É a partir deste pensamento que surge aquele que, para muitos, é apontado como jogo mais importante da história do Chelsea, diante do Liverpool, em 11 de maio de 2003.
Abramovich não ia comprar o melhor time da Inglaterra. Isso é um fato. Mas ele também não compraria pior. Era importante estar ali, entre os 5, e era onde estávamos."
Rick Glanvill, historiador do Chelsea
Já com nomes como os franceses Marcel Desailly e Gallas, além dos jovens promissores John Terry e Frank Lampard, no elenco, os Blues chegaram a última rodada da Premier League na quarta colocação e só tinham uma opção: vencer para disputar pela segunda vez na história a Champions League. A chance de classificação por si só já tornava a partida especial. Entretanto, ela se tornaria ainda mais importante diante do burburinho de que um desconhecido russo chamado Roman Abramovich depositaria rios de libras para assumir o clube, em vias de se desfazer do elenco exatamente por problemas financeiros.
Com um Stamford Bridge lotado, o finlandês Sami Hyppia abriu o marcador logo nos minutos iniciais para o Liverpool. Ainda no primeiro tempo, porém, Marcel Desailly empatou e o dinamarquês Jesper Gronkjaer fez o gol que, para muitos, foi responsável por Abramovich decidir gastar quase 150 milhões de libras (R$ 515 milhões na cotação atual) e dar início, na temporada seguinte, a uma nova história.
– Abramovich não ia comprar o melhor time da Inglaterra. Isso é um fato. Mas ele também não compraria os piores. Era importante estar ali, entre os cinco, e era onde estávamos. Éramos um clube com potencial de vencer, que tinha perdido a Premier anos antes na última rodada, e tinha a competição mais importante da Europa pela frente. O investimento perfeito. Aquela vitória contra o Liverpool mudou tudo. Mudou a nossa história – analisou Rick Glanvill.
Jesper Gronkjaer Chelsea Liverpool (Foto: Getty Images)Gronkjaer celebra a vitória do Chelsea sobre Liverpool no último jogo antes da Era Abramovich (Getty Images)
A vitória por 2 a 1 sobre os Reds foi o ato final de uma reunião que começou em maio de 1995, mas que se tornou um degrau fundamental para que o Chelsea se tornasse grande. Fundamental até mesmo para que o historiador Glanvill pudesse rebater com a frase que deu início ao texto as acusações de que sem Abramovich os Blues não seriam nada.
– Não é possível mensurar o tamanho da contribuição de Mister Abramovich para esse clube, mas é importante lembrar que não somos um clube que surgiu do nada. Terminávamos em terceiro, quarto, quinto na Premier League, tínhamos acabado de conquistar alguns títulos. Não éramos como o Manchester City com o Sheik, por exemplo.
A verdade é que, se “não surgiu do nada”, o Chelsea precisou do empurrão do russo para alcançar tudo. De “quase grande”, o clube virou gigante graças à parceria que, em sua décima temporada, já rendeu 12 títulos, mais do que os 11 dos 98 anos anteriores.
Terry Lampard Chelsea Liga dos Campeões (Foto: Getty Images)Terry (centro) e Lampard (direita) são os únicos remanescentes do 'velho' Chelsea (Foto: Getty Images
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SANTOS



Atacante do Santos passa Luis Fabiano por conta da grande atuação na última rodada. Cavalieri, Fred e Lucas completam lista dos cinco primeiros


Neymar
 é sinônimo de talento, recordes, conquistas e, também, prêmios. Principal joia do futebol brasileiro nos últimos anos, o garoto prodígio fechou a temporada de 2012 com o bicampeonato do Troféu Armando Nogueira. Com média de 7,13, o craque do Santos reagiu durante a competição e ultrapassou o atacante Luis Fabiano, do São Paulo, na última rodada. O atacante se aproveitou do fato de o Fabuloso ter sido poupado contra o Corinthians e contou com a própria inspiração na vitória do Peixe sobre o Palmeiras por 3 a 1, o que lhe deu o prêmio de craque da rodada final do principal torneio do país. Diego Cavalieri e Fred (Fluminense) e Lucas (São Paulo) também figuram entre os cinco jogadores de melhor média da Série A.
Neymar, Santos (Foto: Alex Silva / Agência Estado)Neymar se transforma cada vez mais em um craque sem limites (Foto: Alex Silva / Agência Estado)
No ano passado, Neymar fechou o Brasileirão com média de 6,98 e foi seguido de perto por Fred, Montillo, Dedé e Ronaldinho Gaúcho. Neste ano, apesar de ter atuado apenas 17 vezes devido aos compromissos com a Seleção Brasileira e outros pelo próprio Santos em competições simultâneas, o camisa 11 manteve atuações do mais alto nível e por isso acabou coroado como o craque do Armandão.
 
Dentre as 17 vezes em que foi avaliado na Série A deste ano, Neymar recebeu duas vezes a nota 7, um 7,5, cinco notas 8, um 9,5 e um dez. O grau máximo foi obtido na partida em que o Santos goleou o Cruzeiro por 4 a 0 no Estádio Independência, pela 34ª rodada. Neste jogo, o craque anotou três gols, deu uma assistência e saiu ovacionado pela torcida adversária, fato muito raro no futebol da atualidade. 

O goleiro mais bem avaliado do campeonato foi também um dos pilares do título conquistado pelo Fluminense. Decisivo em boa parte das vitórias de seu time, Diego Cavalieri foi uma verdadeira muralha humana e passou a ganhar um lugar especial no coração dos tricolores.
Na lateral direita, Cicinho (Sport) foi quem mais se destacou. Do lado esquerdo, João Paulo, da Ponte Preta, venceu a disputa com os concorrentes.
Diego Cavalieri no treino do Fluminense (Foto: Bia Figueiredo / Photocamera)Diego Cavalieri é o único entre os cinco que não joga no ataque (Foto: Bia Figueiredo / Photocamera)
Xerife do Atlético-MG, Réver não deu chances para os demais zagueiros e ostentou a excelente média 6,39. Paulinho, do Corinthians, desfilou regularidade e deu as cartas entre os volantes. O holandês Seedorf desbancou Ronaldinho Gaúcho por uma pequena margem e terminou o Brasileirão como o melhor meia. Craque do Armandão, Neymar foi consequentemente o atacante mais bem avaliado.

As listas dos melhores por posição do Campeonato Brasileiro foram formadas a partir da apuração das médias de todos os jogadores que disputaram o mínimo de 40% dos jogos da competição. As notas foram dadas pelos comentaristas do SporTV e por repórteres do GLOBOESPORTE.COM. Confira os melhores por posição:

Parcial Armando Nogueira 03/12 - armandão (Foto: Editoria de Arte / Globoesporte.com)

FLAMENGO



Eduardo Bandeira de Mello celebra triunfo nas eleições em bar do Leblon e evita cantarolar ofensas de seus aliado à atual mandatária


Por volta de 0h15m desta terça-feira, Eduardo Bandeira de Mello girou a roleta de saída da Gávea. Pegou o carro para um trajeto curto. Dirigiu por cerca de 300 metros e cruzou as ruas Gilberto Cardoso e Fadel Fadel, ambas cujos nomes homenageiam ex-presidentes do Flamengo. Certamente um trajeto que ele percorreu centenas de vezes nos 34 anos de vida associativa. Mas, ao estacionar o carro, o administrador de 59 anos descobriu que as coisas mudaram.
Poucos minutos antes, emocionado, agradeceu a Zico e à torcida pela vitória na eleição presidencial. Mas só quando ultrapassou os muros altos da sede teve o primeiro contato com a vida real que o acompanhará no próximo triênio (2013 a 2015). Os familiares o aguardavam em uma pizzaria. Mas nem só de conhecidos e amigos seria a recepção.
Eduardo Bandeira de Melo eleições Flamengo chope (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)Eduardo Bandeira de Mello comemora saboreando um chope gelado com os amigos
(Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)
Torcedores rubro-negros e militantes da Chapa Azul também estavam no restaurante e vibraram como se fosse um gol quando avistaram o novo presidente. Em vez dos 1.414 votos que recebeu no pleito desta segunda-feira, Bandeira terá de lidar com, segundo dados do Ibope, mais de 30 milhões de torcedores. Com eles, esperanças, expectativas e cobranças.
No primeiro encontro, deixou de ser o Dudu, o Edu, o Bandeira, como os amigos costumam chamá-lo. Passou a ser simplesmente o “presidente”, o “cara que trará dias melhores ao Flamengo”. Sorriu diante da novidade.
Depois de um dia estressante, maçante, recebeu dos filhos e da esposa um chope gelado, com colarinho, para brindar. Saboreou, acenou para as mesas que o saudavam e seguiu adiante em direção a um bar no Leblon. Pediu, educadamente, para não dar entrevista. Mais 100 metros e outro encontro com parte da cúpula da badalada Chapa Azul.
Comemoração Eduardo Bandeira de Mello (Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com)Com a 10 às costas e faixa contra Patricia Amorim, o presidente é festejado em pizzaria próxima à sede
(Foto: Janir Júnior / Globoesporte.com)
Sentou-se em uma mesa cujo fundo trazia, curiosamente, uma faixa sintomática: “Fora Patricia Amorim”. Entre um chope e outro assistiu às manifestações hostis contra a atual presidente. Se dentro do clube houve moderação para evitar tumulto com a chapa derrotada, na vizinhança sobrou espaço para provocações.
Primeiro, ofensas à diretoria que se despede do clube no fim do ano: “Olha, olha a corja indo embora”, berraram os torcedores. Posteriormente, Patricia virou o alvo, e os azuis lembraram do fracasso dela na reeleição da Câmara e do Flamengo: “Uh, tá maneiro, seguro desemprego” e “Ão ão ão, aula de natação”.

Por fim, o choro da dirigente também foi ironizado: “E ninguém cala esse chororô, chora a Patricia, chora o Cacau (vice do Fla-Gávea), chora o tricolor (Fernando Sihman, marido da presidente e torcedor do Fluminense na adolescência)”
Bandeira de Mello e Wallim (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)Bandeira de Mello e Wallim de Vasconcellos (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)
Desfraldada entre dois postes e observando a festa estava uma bandeira rubro-negra. Nela, estampada uma caricatura de Zico, um dos grandes protagonistas da eleição. Bandeira de Mello e Wallim Vasconcellos – o candidato inicial dos azuis, mas que foi impugnado no Conselho de Administração – posaram para imagens à frente do símbolo. Eles sabiam da importância que o apoio do ex-craque teve para o êxito da Chapa Azul.
- Se estou aqui, é por causa do Zico – disse Bandeira, que usava uma camisa retrô do maior ídolo rubro-negro.
Por volta de 2h, Bandeira deixou a comemoração. Saiu sozinho pelas ruas do Leblon, sem ninguém para incomodá-lo. Voltou a ser Dudu, mas ciente de que a partir de agora mais de 30 milhões caminham ao seu lado.
Bandeira de Mello sozinho pela rua (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com)Bandeira de Mello caminha solitário pelas ruas do Leblon após vencer as eleições do Fla (Foto: Vicente Seda / Globoesporte.com
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Gauchão 2021

Grêmio vence Inter e leva vantagem na final do Gaúcho Para conquistar o título Estadual, o Internacional terá que vencer o confronto por doi...