Fim de semana é marcado por cartões vermelhos em excesso e muitas dúvidas dentro da área. Confira as análises de Leonardo Gaciba
A nona rodada marcou o recorde de cartões vermelhos do Campeonato Brasileiro. Foram cinco no total e, segundo o comentarista Leonardo Gaciba, apenas o volante Henrique, do Palmeiras, e o lateral Gil, do Coritiba, mereceram as suas expulsões. Por isso, o ex-árbitro recomendou cautela no uso dos cartões.
- O cartão é uma arma do árbitro. Mas, se ele não souber utilizar essa arma com sabedoria, acaba se voltando contra ele - afirmou Gaciba, no "Troca de Passes".
Confira todas as polêmicas da rodada#9 do Brasileirão abaixo.
A primeira polêmica da partida foi a expulsão do lateral-direito Luiz Antônio, do Flamengo, aos 44 minutos do primeiro tempo. Para Gaciba, a falta existiu, mas o jogador não merecia ter recebido seu segundo cartão amarelo.
- Eu acho que realmente houve um excesso. A falta existiu, mas faltas como esta existem inúmeras em um jogo de futebol. É uma disputa de ombro com ombro. A bola estava em disputa, os dois jogadores estavam lado a lado.
Se foi prejudicado no primeiro tempo, na etapa final o time carioca acabou beneficiado por outro erro da arbitragem. Aos 26 minutos, Ibson caiu na grande área, após disputa de bola com Fabinho. O árbitro Francisco Carlos do Nascimento marcou pênalti, convertido por Renato Abreu.
- O braço do jogador (Fabinho) não derrubou o Ibson. Não foi feliz a decisão do árbitro do jogo.
Ainda no primeiro tempo, aos 44 minutos, o zagueiro do Grêmio Werley recebeu seu segundo cartão amarelo do árbitro Marcelo Aparecido Ribeiro de Souza. Para Gaciba, mais um erro.
- Nem foi falta. Poderia ser no máximo um jogo perigoso. O Werley pode até ter a sua suspensão aumentada, por causa da reclamação do lance.
No entanto, na etapa final, em lance difícil, a equipe de arbitragem acertou. O juiz não viu que o chute de Léo desviou no braço de Marquinhos. Mas foi avisado pelo auxiliar que fica atrás do gol, que tinha visão da jogada.
- O árbitro não vê a penalidade. O assistente, com um ângulo propício, percebe a infração e avisa. A Fifa pede justamente esse tipo de comunicação positiva - afirmou Gaciba.
Se no Independência o árbitro teve ajuda, na partida do Beira-Rio, a marcação do assistente acabou comprometendo Wagner Nascimento Magalhães, segundo Leonardo Gaciba.
- Quem marca a falta é o assistente do jogo. O árbitro não ia marcar a falta, quem observa a falta é o assistente. É o jogador do Internacional quem provoca o contato. O Juan até tenta tirar a perna. Alguém passa a comunicação errada para o árbitro e o Juan recebe seu segundo amarelo.
Logo aos 12 minutos do primeiro tempo, Luis Fabiano aparece livre para marcar o gol do São Paulo no empate por 1 a 1 no clássico com o Palmeiras. Como mostra o Analisador Tático do SporTV, o atacante tricolor estava em posição legal no momento da cobrança da falta, por Jadson.
- Mesmo mal posicionado, porque não está na linha do penúltimo defensor, o assistente toma uma atitude perfeita - afirma Gaciba.
O comentarista do SporTV também concordou com o trio de arbitragem na expulsão do volante Henrique, do Palmeiras, após entrada violenta no lateral Douglas, do São Paulo.
O comentarista acredita que o árbitro Péricles Bassols acertou na marcação do pênalti de Rafael Toloi sobre Valdivia, aos 13 minutos do segundo. O goleiro Denis impediu o gol do Palmeiras e, segundo Gaciba, a cobrança deveria ser repetida, por invasão da grande área.
- O Péricles Bassols está em uma posição muito boa. Ele (Rafael Toloi) faz uma alavanca embaixo e, ao mesmo tempo, ajuda a queda do Valdivia com a mão nas costas. Mas, seguindo as regras do jogo, o árbitro deveria ter repetido a cobrança.
Estreando pelo Sport, o atacante Gilberto deixou sua marca. Mas a primeira partida pelo Rubro-Negro poderia ter sido ainda melhor. Aos 42 minutos do primeiro tempo, o jogador acertou um lindo chute, no ângulo do goleiro Dida. O lance foi anulado, por um impedimento que não existiu, como reclamou o técnico do Leão, Vágner Mancini.
- O Mancini está atrás do bandeira e fala que não houve impedimento. E realmente o Mancini acerta - comentou Gaciba.
Na partida entre Vasco e Atlético-GO, o gol que decidiu a partida está entre dois autores. Aos 13 minutos da etapa inicial, Juninho Pernambucano cobrou falta, Alecsandro desviou de cabeça e o zagueiro Gabriel ainda tocou, antes de a bola ir para o fundo do gol. O árbitro Márcio Chagas da Silva anotou gol contra do jogador do Dragão. Segundo Gaciba, a decisão ainda pode ser mudada.
- Esse é o tipo de situação em que o árbitro pode fazer uma emenda, um adendo à súmula e mudar. Eu daria gol do Alecsandro.
O Náutico saiu na frente no Pacaembu com um gol de Elicarlos. O empate do Corinthians veio dois minutos depois, com Danilo. Mas o gol gerou reclamações dos jogadores do clube pernambucano. Eles queriam a marcação de uma falta de Romarinho no início da jogada. Ele roubou a bola no meio-campo derrubando o adversário e tocou para Paulinho. O meia rapidamente lançou Danilo, que dominou e emendou um chute, que encobriu o goleiro Felipe.
- O primeiro contato do Romarinho é com a bola, com a ponta do pé. Depois há um bater de pernas entre os dois jogadores, mas isso não é falta - opinou Gaciba.
Araújo faz o gol impedido (Foto:Reprodução SporTV)
No segundo tempo, o árbitro Wagner Reway acertou ao marcar impedimento e anular o gol de Araújo, que aproveitou um chute cruzado para a área. O atacante estava bem à frente da linha de marcação da defesa corintiana. Não houve qualquer reclamação dos pernambucanos após o lance.
Além de Araújo, outros dois jogadores estavam em posição irregular. Naquele momento, o Corinthians já havia virado a partida com mais um gol de Danilo e vencia por 2 a 1.
O primeiro gol do Atlético-MG contra o Figueirense surgiu em um pênalti do volante Doriva em cima do lateral Marcos Rocha. Ronaldinho Gaúcho cobrou e abriu o placar, aos 17 minutos do primeiro tempo.
- O jogador do Figueirense não tem a intenção de cometer o pênalti, mas o Marcos Rocha é mais rápido, toca a bola e, com isso, acaba levando a falta do jogador do Figueirense. O pênalti existiu. E o árbitro está muito bem posicionado na jogada - opinou o comentarista.
Ricardinho recebe passe em posição legal
Outro lance em que os auxiliares foram muito bem nesta nona rodada do Brasileirão aconteceu na goleada da Ponte Preta sobre o Coritiba. Ricardinho recebeu em posição legal o passe de Renê Junior e marcou o segundo gol da Macaca.
Dois jogadores do Coritiba davam condições ao meia. Naquele instante, a partida estava empatada por 1 a 1. O árbitro Elmo Alves Resende Cunha corretamente considerou o lance normal e validou o gol no início do segundo tempo.
Já aos 44 minutos do segundo tempo, o volante Gil, que havia entrado na partida, fez falta dura por trás em Marcinho e acabou expulso pelo árbitro. Ele não tinha cartão amarelo. A Ponte Preta vencia a partida por 3 a 1. Após a expulsão, Roger ainda teve tempo de fazer mais um gol e fechar o placar. A atitude do árbitro foi considerada acertada pelo comentarista do SporTV.
- Ninguém do Coritiba reclamou da atitude do árbitro. Indiscutível. Ele perdeu a cabeça - disse Renato Leal
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