quinta-feira, 7 de março de 2013

LIBERTADORES



Após dois títulos, Tricolor mantém a base e o treinador, mas não brilha em 2013 e sai de campo após empate com Huachipato sob vaias e protestos


O encanto entre torcida e time parece perto do fim. Quando o árbitro argentino German Delfino apitou pela última vez no empate por 1 a 1 entre Fluminense e Huachipato na noite da última quarta-feira, o Engenhão ouviu novamente em 2013 vaias para o atual campeão brasileiro e ainda gritos de "Time sem vergonha" (veja os melhores momentos do jogo no vídeo ao lado). Depois de conquistar dois títulos no ano passado com um futebol consistente, o torcedor tricolor ainda tenta entender a irregularidade na atual temporada de uma equipe que manteve praticamente todos os seus jogadores e ainda a sua comissão técnica. Azar, falta de ritmo, desatenção... Sobram explicações e faltam resultados.
Já são seis jogos sem vencer no Engenhão - o maior jejum do clube no estádio. Para piorar, o Fluminense deixou a desejar nos principais jogos de 2013. Em três clássicos, empatou dois e perdeu um que o eliminou da Taça Guanabara ainda na semifinal. Na Libertadores, vitórias suadas fora de casa e decepções no Rio, com direito a derrota elástica para o Grêmio e empate contra o desconhecido Huachipato. Fatores que levam o próprio técnico Abel Braga a buscar respostas.
- O time é o mesmo, o treinador é o mesmo, a filosofia de trabalho é a mesma... No ano passado sofríamos muito para vencer, e em 2013 de repente estamos sofrendo menos. Mas a grande diferença é que ganhávamos mais do que estamos ganhando hoje. Não sei o porquê. Até esperamos alguns jogadores adquirirem melhor ritmo de jogo. O Gum, por exemplo, não foi bem contra o Vasco e diante do Huachipato voltou a jogar bem - lembrou o treinador.
MOSAICO - sofrimento fluminense libertadores (Foto: Editoria de arte)Caras e bocas: na noite em que quase nada deu certo, Thiago Neves, Nem, Gum e Fred lamentam
(Foto: Editoria de arte)
Sobre as manifestações negativas da torcida, Abel preferiu não reclamar.
- Vocês sabem o termo que vou utilizar: o torcedor é sempre soberano. Tivemos um ano muito bom em 2012 e é óbvio que o torcedor estava contente. Este ano perdemos para o Grêmio em casa jogando mal e agora empatamos um jogo que era para ganharmos com tranquilidade. Ninguém vai querer que ele (torcedor) esteja satisfeito. A torcida foi exemplar e incentivou o jogo todo. Como não ganhamos, veio a vaia para o time e para um jogador ou outro. Não me manifesto quando ela é contra. Não estamos satisfeitos como ela também não está - resumiu.
'Time sem vergonha'
Só vejo um fator diferente. Aquela ponta de sorte nos momentos importantes do jogo não está aparecendo tanto como em 2012. Não estamos sendo tão eficazes como no ano passado e estamos pagando caro."
Deco
De fato o time é o mesmo. Apenas o lateral-esquerdo Thiago Carleto, que retornou ao São Paulo após o fim de seu empréstimo, deixou as Laranjeiras no fim do ano passado. Além da manutenção da base, a diretoria tricolor apostou em quatro contratações: o lateral-esquerdo Monzón, o lateral-direito Wellington Silva, o meia Felipe e o atacante Rhayner. Mas com a falta de uma apresentação convincente, as manifestações negativas da torcida no Engenhão vêm se repetindo em 2013. Contra o Grêmio, Abel foi chamado de burro após substituir o atacante Wellington Nem. Diante do Huachipato, as vaias depois do empate foram direcionadas ao time e sucedidas por gritos de "Time sem vergonha". Algo natural segundo o meia Wagner, que foi além e lembrou que o Fluminense poderia jogar a noite toda que mesmo assim o gol da vitória não sairia.
- Não era o nosso dia. O Fluminense poderia jogar a noite toda que o gol não sairia. Futebol é assim mesmo. Quando não fazemos os gols, acabamos sendo punidos desta maneira. O empate foi inesperado e agora teremos um período de descanso para rever alguns conceitos antes da estreia na Taça Rio. A torcida é o espelho do que a gente apresenta em campo. Se jogamos bem, eles aplaudem. Se vamos mal, eles vaiam. Temos experiência suficiente para lidar com essa cobrança - frisou.
Na visão do meia Deco, a principal mudança em relação ao ano passado é que a sorte que acompanhou o Fluminense durante a última temporada não está mais aparecendo.
- Só vejo um fator diferente. Aquela ponta de sorte nos momentos importantes do jogo não está aparecendo tanto como em 2012. Estamos jogando bem, criando chances, mas está faltando algo mais na hora da finalização. Não estamos sendo tão eficazes como no ano passado e estamos pagando caro. Temos que refletir porque as coisas não estão saindo do jeito que queremos. Jogamos bem e tropeçamos, acontece. Futebol tem dessas coisas. A manifestação da torcida faz parte. O torcedor tem esse direito. Eles querem ver sempre a vitória. Mas assim como eles, nós também saímos frustrados de campo - explicou.
Com o empate no Engenhão, o Fluminense assumiu provisoriamente a liderança do Grupo 8 da Libertadores com sete pontos. O Grêmio vem logo atrás com seis pontos e um jogo a menos. O Tricolor agora terá onze dias de treinos e só volta a campo no dia 17 de março, contra o Audax, às 18h30m (de Brasília), no Engenhão, pela estreia da Taça Rio
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