quinta-feira, 18 de abril de 2013

LIBERTADORES


A CRÔNICA
Sabem o tão falado clima de Libertadores? Jogos tensos, pressão da torcida, ambiente hostil e muita raça? Esqueçam tudo quando falarem de Sporting Cristal x Palmeiras, disputado nesta quinta-feira, em Lima, no Peru. Um dos jogos de Libertadores com menos cara de Libertadores que já se viu. Nem a cara do Palmeiras foi a mesma das últimas cinco vitórias. Longe do time aguerrido que os empolgados torcedores apoiaram, da organização e do bom futebol, a equipe foi derrotada por 1 a 0. O resultado, porém, não alterou a situação do Verdão, que avança às oitavas de final na liderança grupo 2. Até os 45 minutos do segundo tempo, o Tigre vencia o Libertad por 5 a 2, e garantia a ponta no saldo. Só que o terceiro tento paraguaio, já nos acrescimos, recolocou o time alviverde na primeira colocação.

Sem clima
Verdão e Tigre terminam a primeira fase com nove pontos. O time brasileiro tem saldo zero. Os argentinos ficaram com menos um. Essa é a diferença que fez o gol do Libertad.
A vinte minutos dos times entrarem no gramado do estádio Miguel Grau, nenhum torcedor estava na arquibancada. Nenhum! Só funcionários, convidados e loiras estonteantes com pequenas blusinhas dos patrocinadores da competição. Os portões foram abertos, e cerca de 300 pessoas entraram. E nem para ficarem juntos... Um bloco de peruanos no centro da arquibancada, outro atrás do gol, e palmeirenses do outro lado.
No camarote reservado para o Sporting Cristal, apenas uma mulher. Ninguém do clube. Já a comitiva palmeirense, inclusive o presidente Paulo Nobre, sentou-se nas cadeiras numeradas, logo abaixo das câmeras de televisão. De uma cabine de imprensa confortável, mas sem luz, os jornalistas brasileiros relataram a partida.
Em campo, muitos erros de finalizações, posicionamento, marcação... Erros que o Verdão terá de corrigir para as oitavas de final, ainda sem datas confirmadas. Antes disso, domingo, pegará o Ituano para tentar melhorar sua posição na última rodada da primeira fase do Paulistão - atualmente é quinto, com 34 pontos.
Charles jogo Sporting Palmeiras (Foto: AFP)Charles disputa lance com Lobatón no jogo disputado no Peru nesta quinta-feira  (Foto: AFP)

Primeiro tempo muito fraco
Com o desfalque de Ronny, vetado em razão de uma amigdalite, o Palmeiras teve Caio e Emerson adiantados, e a falta de entrosamento prejudicou demais o setor ofensivo. Os lances de perigo dependiam do apoio dos jogadores de meio e do lateral Ayrton, que, por exemplo, recebeu bom lançamento em profundidade, mas teve de finalizar sem ângulo porque não havia ninguém na área.
Já no eliminado Sporting, nada tinha muita qualidade, mas tudo parecia ser mais bem pensado. A começar pelos volantes Lobatón (e que time peruano não tem um Lobatón?) e Cazulo, e pela visão de jogo de Calcaterra. Ele achou Ávila livre na área após vacilo de Vilson, mas Fernando Prass impediu o gol. A outra grande chance foi de Rengifo. A bola caiu em seus pés no chute de Cazulo. Sozinho, girou por cima do gol palmeirense.
Já agasalhadas porque a temperatura baixa bastante quando cai a noite no Peru, as loiras seguiam passando por trás da diretoria, dos torcedores, e sendo fotografadas. Poucos queriam saber do jogo. Até no time do Palmeiras. Havia um buraco no meio, e Maurício Ramos atuava pelo lado esquerdo da zaga, algo que não está acostumado. O Verdão foi para o intervalo, e os resultados até então apontavam o Tijuana, do México, como adversário alviverde nas oitavas.
Ayrton jogo Sporting Palmeiras (Foto: AFP)Ayrton teve atuação apenas regular na partida em que o Verdão perdeu para o Sporting por 1 a 0  (Foto: AFP)
Pouca luz, pouco futebol
Na precária iluminação do estádio, escolhido porque o Nacional, primeira opção, recebeu um show de rock na véspera, e o Alberto Gallardo, casa do Sporting, nem refletores possui, o Palmeiras também foi opaco. Escuro. E a substituição do técnico Roberto Mosquera ainda melhorou sua equipe. Chiroque substituiu Ross, e a marcação palmeirense teve mais um para se preocupar. Ele abriu espaço para Ávila, de longe, acertar belo chute de esquerda e acertar o ângulo esquerdo alto de Prass.
Golaço que parte da torcida festejou com os instrumentos de bandinha de colégio, outra aplaudiu com um ar blasé, como se fosse um winner de Novak Djokovic. O narrador local, estranhamente, só gritou um minuto depois. O Tigre logo fez 4 a 2, e a liderança do Palmeiras ficou no fio da navalha. Mais um gol dos argentinos ou do Sporting jogaria o Verdão para baixo.
Mas os comandados de Kleina seguiram passivos, e os anfitriões marcando com todos os jogadores no campo de defesa, à espera de um contra-ataque que não veio. O técnico, então, resolveu mostrar que queria a vitória. Tirou dois jogadores defensivos, Marcelo Oliveira e Charles, para a entrada do meia Tiago Real e do atacante Maikon Leite. Saiu dos pés deles a melhor chance brasileira. Tiago, pela esquerda, invadiu a área e cruzou para Maikon bater por cima.
Gol! Do Tigre... E lá se foi o Palmeiras para a segunda colocação. Talvez por isso os atletas passaram a ocupar o campo ofensivo com mais intensidade, mas não foram felizes na armação e nas conclusões. Mesmo sem conseguir fazer sua parte, o Verdão ganhou um presente inesperado nos acréscimos, com o terceiro gol do Libertad em Assunção, fato que recolocou o alviverde na primeira colocação do grupo 2.

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