quinta-feira, 15 de outubro de 2015

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Rivais na MegaRampa por Burnquist: frio, agressivo, maduro, letal e suicida

Dono da "Dreamland" traça os perfis dos skatistas e aponta quem pode roubar a cena no desafio que será exibido neste domingo pelo Esporte Espetacular na Califórnia

Por Rio de Janeiro

De Sydney, Austrália, a Ubá, Minas Gerais. Nascidos entre 1974 e 1997. As diferenças são várias entre os dez skatistas que disputam a MegaRampa 2015. Mas uma coisa todos eles têm em comum: o amor pelas "pranchinhas" e a vontade de ganhar o título deste ano. O dono da casa é Bob Burnquist: nome de estrangeiro, mas com sangue brasileiro. Filho de pai americano e mãe brasileira, ele começou a praticar skate em São Paulo. Nascido em 10 de outubro de 1976, o carioca é heptacampeão da categoria e faturou o evento no ano passado. Já foi homenageado com o Prêmio Laureaus, o Oscar do esporte, em 2002 e ainda entrou para o "Hall da Fama" do skate em 2010. 
- A MegaRampa abriu horizontes. Essa característica dela de velocidade e altura dá mais tempo para fazermos manobras. Como consequência, temos um risco bem maior - explicou.
- É um skatista que anda muito de vertical e tem uma base de transição muito boa. Ele é muito constante e frio em competições. Neste evento, ele vem muito técnico em todas as áreas, em todas as fases ele tem uma manobra boa. Por isso, ele vem bem perigoso - alerta.Profundo conhecedor da MegaRampa, Bob Burnquist traçou os perfis dos rivais na competição de 2015.

Em dezembro de 1991, nascia o paulistano Rony Gomes. Durante a infância queria ser jogador de futebol, mas mudou de opinião ao ganhar um skate aos nove anos. Se profissionalizou na modalidade em 2010, aos 18 anos, e logo foi ganhando destaque nos torneios. Mas o melhor ainda estava por vir, Rony foi declarado campeão do mundo de skate vertical em 2013. Vice campeão da MegaRampa 2014, Rony se inspira no estilo de Lincoln Ueda, o "Japonês Voador".
Rony Gomes quer a bonança no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)Rony Gomes quer a bonança no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)


A tatuagem nas costas já denuncia o estilo de Ítalo Peñarrubia: "skate ou morte". O paulista de Santo André é um atleta que se destaca pelas "loucuras". Morando na casa de hóspedes de Bob Burnquist, Ítalo tem aproveitado os dias para se desenvolver ainda mais na MegaRampa. 
- O estilo dele é bem agressivo. Ele tem manobra técnica, ele tem manobra boa. Às vezes em competição, por conta desse lado agressivo dele, a energia vai além e ele acaba errando ou não tendo resultados tão bons, mas que não condiz com a qualidade do skate dele. Penarubia está bem perigoso em cada fase da Mega Rampa - analisa Bob Burnquist.
Ex-motoboy, Edgar Vovô começou tarde no skate. Nascido em Ubá, Minas Gerais, só conheceu a modalidade em São Bernardo do Campo, em 1998. No começo, Vovô tinha medo de descer o halfpipe, mas se desenvolveu e se tornou um dos mais respeitados skatistas do Brasil. 
- Apesar do nome, ele nem é tão velho assim. É um dos veteranos, um dos primeiros brasileiros a competir na MegaRampa há alguns anos. No quarter pipe, ele é extremamente letal. Como é uma competição onde o que vale é a pontuação de cada parte, o quarter pipe ele vai mandar muito bem - pondera o dono da MegaRampa.
Aos 12 anos, Léo Ruiz ganhou seu primeiro skate e começou a frequentar uma pista perto de sua casa, em Santo André (SP). Aos 18, mudou para a Califórnia para se desenvolver no esporte e já conquistou importantes resultados em campeonatos pelo mundo. Essa também é a primeira competição de Léo na MegaRampa.

- Está andando nos Estados Unidos, ali perto de casa. Este é o primeiro ano de MegaRampa dele e ele está evoluindo muito rápido. Ele foi campeão brasileiro e está chegando para dar trabalho - afirma Bob.
Skate Leo Ruiz Jump Festival  (Foto: Arakin Monteiro / Divulgação)Leo Ruiz  faz sua estreia na MegaRampa (Foto: Arakin Monteiro / Divulgação)


Se você falar de Felipe Caltabiano é possível que nenhum skatista reconheça esse nome. Agora, se falar de Felipe Foguinho, é outra história. Nascido em Guraratinguetá, São Paulo, ele é agressivo nos bowls, mas também se arrisca em verticais. Essa é a primeira competição de Foguinho na MegaRampa.

- O Foguinho foi aquele skatista que topou ir na loucura e foi aprendendo conforme a competição foi acontecendo. Foi muito recente a entrada dele na MegaRampa, mas ele é um skatista de extrema qualidade. Ele anda muito bem em transições e bowls e eu gosto muito do estilo dele. Pela forma como ele colocou o skate dele na MegaRampa, respeito ele muito mais - conta o Campeão Mundial.
O paulista Marcelo Bastos quase optou por um esporte que não tem nada a ver com o skate. Incentivado pelo pai, ele começou a velejar e chegou a ser campeão paulista da modalidade. Mas, aos 15 anos, conheceu o skate e Marcelo optou pela nova paixão. Virou profissional em 2008 e foi campeão nacional logo no mesmo ano. Em 2010, foi campeão do Vert Jam desbancando vários skatistas famosos.
- Ele tem um leque de manobras muito grande e, em competições, as linhas dele são muito técnicas. Então, ou ele se dá muito bem, ou se dá muito mal. Na MegaRampa ele não tem competido tanto, apesar de ter uma base e um tempo de skate de mega, ele tomou um tombo um tempo atrás que deu uma chacoalhada nele - analisa Bob.
marcelo bastos oi vert jam (Foto: Fernando Soutello/AGIF)Marcelo Bastos foi campeão do Vert Jam de 2010 (Foto: Fernando Soutello/AGIF)


Um adolescente, assim poderia ser definido o americano Mitchie Brusco. Aos 18 anos, ele é o mais novo nesta edição da MegaRampa. Nascido em Kirkland, Estados Unidos, é o primeiro skatista na história a completar um 1080º, manobra quando se dá três voltas completas com o corpo, em uma MegaRampa. Ao lado de Tom Schaar, é apontado como o futuro do skate. Segundo Mitch, às vezes, nem ele mesmo acredita nas manobras que faz quando assiste a seus próprios vídeos. 

- Ele competiu em São Paulo na Mega. Só que ele era uma criança naquela época. E agora vocês vão ver que ele não é tão criancinha assim. Ele está bem mais alto e com o skate bem maduro. Ele anda muito fácil. Parece que ele não se esforça e as manobras dele tem um alto nível de dificuldade - assume Bob Burnquist.
mitchie brusco vert jam skate (Foto: Fernando Soutello/AGIF)Mitchie Brusco é um dos candidatos ao título da MegaRampa (Foto: Fernando Soutello/AGIF)
O nova-iorquino Elliot Sloan se mudou para San Diego, na Califórnia, aos 17 anos. E morando no berço do skate, o americano se profissionalizou apenas um ano depois. Ele se arrisca em todas as modalidades do esporte: street, vertical e MegaRampa. Na edição de 2014, Elliot teve uma queda feia e não conseguiu completar o torneio. Ele espera melhorar a performance nesse ano.

- Ele tem uma agressividade e um dos melhores estilos da MegaRampa. Ele tem evoluído muito rapidamente com manobras cada vez mais poderosas. Uma pessoa que tem a qualidade que ele tem faz com que todo mundo a volta ande bem. Apesar de algumas fases ele não ter muita desenvoltura, quando chega no gap e no quarter pipe tem que ficar de olho - aponta.
skate Jake Brown (Foto: Luiz Doro / Divulgação)Jake Brown é dono de um estilo
"suicida" (Foto: Luiz Doro / Divulgação)
O australiano Jake Brown é o mais velho nesta edição do evento. Dono de um estilo "suicida", nasceu em Sydney e é um dos skatistas mais respeitados do circuito. Muito desse respeito vem de um acidente que aconteceu em 2007: Jake desceu uma MegaRampa e sofreu uma queda feia. Com o impacto, o skatista ficou imóvel no chão por dois minutos. O resultado disso foi uma vértebra quebrada, ambos punhos fraturados e um pulmão perfurado. E a partir daí, Jake ganhou o apelido de "o indestrutível".
- Ele é lenda porque começou junto com o Danny Way. Ele é um skatista muito respeitado e dono do pior tombo da história do skate. Foi uma coisa surpreendente e ele saiu "não ileso", mas, pelo tombo, ele até ficou bem. Então, o Jake está ali para dar trabalho e tentar evoluir nos obstáculos da MegaRampa - analisa. 

Vários perfis e estilos de skate diferentes. Essa é a MegaRampa 2015. Neste domingo, o Esporte Espetacular exibe a competição e muito mais surpresas.

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