segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

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Morten lamenta eliminação e promete garra no Rio 2016: "Está doendo muito"

Treinador parabeniza seleção, diz que ataque não encaixou contra a Romênia e sente por não poder fazer feliz o público que passou a se interessar pelo esporte após 2013

Por Direto de Kolding, Dinamarca

O semblante de Morten Soubak era de desilusão. Cabisbaixo, o técnico falou baixo, mas não se esquivou de nenhuma pergunta após a eliminação das atuais campeãs do mundo na Dinamarca. Depois de um primeiro tempo muito abaixo do nível, quando fez apenas oito gols e saiu perdendo por 13 a 8, o Brasil tentou uma reação na segunda etapa mas não conseguiu evitar o revés diante da Romênia pelo Mundial da Dinamarca. Fora da briga pelo bicampeonato logo nas oitavas de final, o comandante deixou de lado o sangue dinamarquês e sofreu. 
Morten Soubak consola as jogadoras do Brasil após a derrota para a Romênia (Foto: Wander Roberto/Photo&Grafia)Morten Soubak consola as jogadoras do Brasil após a derrota para a Romênia (Foto: Wander Roberto/Photo&Grafia)

Com dor no coração, Morten falou da atuação das meninas, elogiou a campanha na primeira fase, mas também admitiu erros. Confessou que o ataque não funcionou contra as romenas, colocou grande parte da derrota na atuação da goleira Paula Ungureanu, um paredão, e já começou a traçar planos para as Olimpíadas do Rio 2016. Ciente de sua responsabilidade, ele não tratou a eliminação como um desastre. Lembrou a qualidade das europeias, mas garantiu que a queda precoce "está doendo muito" não apenas pelo grupo, mas também por decepcionar um público que a seleção ganhou desde 2013, quando foi campeã do mundo na Sérvia.
- Está doendo muito. A expectativa dentro da equipe é maior ainda do que quem está fora. Somos capazes de chegar longe. Sofremos, brigamos e treinamos para chegar. Elas fizeram um pu... trabalho em casa para chegar prontas aqui. E vamos continuar esse trabalho. Todo mundo aqui quer levar o handebol brasileiro lá em cima no Rio. Eu sei que desde o título de 2013 temos mais pessoas interessadas em handebol, não sei quantas assistiram aos jogos, mas sei que temos muito apoio, suporte, sinto muito pelo handebol brasileiro. Fomos bem na nossa chave, estou feliz com isso e muito triste que o handebol brasileiro não pôde chegar mais longe. Sei que muitos brasileiros estão chorando junto conosco - garantiu Morten, cabisbaixo.
TREINADOR VÊ ELIMINAÇÃO COMO NORMAL
Morten mostrou-se triste, mas não tratou a derrota como um desastre. Para ele, cair diante de qualquer time do top 12 da Europa é normal. Por isso, o comandante usou esse termo para tratar a eliminação para a Romênia. Para ilustrar a situação ele lembrou que o Brasil chegou invicto até as oitavas e as romenas já haviam perdido três jogos até então.
Morten Soubak, técnico da seleção brasileira de handebol (Foto: Wander Roberto/Photo&Grafia)Morten Soubak diz que eliminação não é um desastre (Foto: Wander Roberto/Photo&Grafia)
- Se tivesse perdido o jogo contra Alemanha e Coreia, iria falar que era normal também. O que dói é que nas oitavas de final você está fora. Antes, não estava. Não é por que é oitavas de final. É normal. O nível é tão equilibrado que a Romênia se classificou em quarto e derrubou o primeiro. Nas Olimpíadas de Londres foi a mesma coisa. Fomos o primeiro do nosso grupo, a Noruega foi a quarta. E quem foi campeã olímpica? A Noruega. Sinto muito, mas caímos. Eu trocaria esse jogo por três da primeira fase, com certeza. Mas só mostra que se você não está no dia, não aproveita a chance... - diz Morten.
O treinador destacou a atuação das romenas. Classificadas apenas com o quarto lugar do Grupo D, elas perderam para Rússia, Espanha e Noruega na primeira fase. Agora, quando realmente valia, eliminaram o Brasil, primeiro colocado do Grupo D. Para Morten, pesou muito a atuação da goleira Paula Ungureanu, que parou três tiros de sete metros do Brasil e também foi precisa nos arremessos de seis metros, de frente para as atacantes brasileiras.
- A Romênia fez o melhor jogo dela no Mundial. Estou falando dos jogos fortes, como contra Rússia, Noruega e Espanha. Foram muito mais fortes. O primeiro tempo foi o nosso problema. Fizemos só oito gols. No segundo tempo fizemos 14 gols, quase o dobro. Por que não fizemos mais no primeiro tempo? O primeiro tempo fez a diferença para o jogo. Trouxemos para um gol, mas não foi suficiente. A goleira delas foi sensacional, pegou três sete metros e seis ou sete bolas apenas no primeiro tempo. E você paga por isso. Nós pagamos - disse o treinador.
FOCO NO RIO 2016
A queda precoce, contudo, não tira o foco de Morten. Depois do título Mundial de 2013, o grande objetivo desta geração, que talvez tenha no Rio 2016 o seu último ciclo olímpico, é uma medalha dentro de casa. O pódio seria o primeiro do handebol do país na história da modalidade. Para conseguir isso, o técnico espera que os próximos nove meses sejam sem lesões, como aconteceu com Duda, Dara, Fernanda e Ana Paula durante a preparação para o Mundial da Dinamarca.
- Espero que ninguém mais tenha problemas. Que possamos trabalhar um grupo ainda mais forte para as Olimpíadas. Espero que o time volte mais forte ainda e brigue pelo pódio. Estou muito contente com o que mostramos aqui. O ano de 2015 foi de boa preparação na Espanha e no Rio de Janeiro, com Suécia e Noruega, mas tivemos o Pan de handebol em Cuba, e os Jogos Pan-Americanos de Toronto, enquanto elas (europeias) jogaram partidas fortes o tempo todo. Quando você vem de outro continente, pisa em um Mundial, é outro nível. Considero que somos muito competitivos e o combate está lá o tempo todo - espera Morten.

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