sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

TENIS

Com 43 semanas no topo, Guga fica à frente de Becker, Safin e outras lendas

Números mostram feitos do brasileiro, o 13º jogador com mais tempo como número 1 do mundo e com mais títulos no saibro do que Roger Federer e Novak Djokovic

Por Rio de Janeiro
Header 15 anos Guga #1 do mundo (Foto: [])

INFO - linha do tempo número 1 Gustavo Kuerten Guga tênis (Foto: Editoria de Arte)
Que Gustavo Kuerten foi um dos maiores tenistas brasileiro de todos os tempos, qualquer fã de tênis sabe. Mas, talvez, quem ainda era muito novo ou sequer nascido quando Guga chegou ao topo do mundo, naquele dia 3 de dezembro de 2000, não tenha a real dimensão do que ele representou para o esporte, mesmo 15 anos depois de seu feito. Mais até do que em relação aos tenistas de seu país, o "Manezinho da Ilha" fez história. Ao longo de 43 semanas se manteve no topo do ranking, feito que nem nomes como Ilie Nastase, Mats Wilander, Thomas Muster, Boris Becker e Marat Safin alcançaram. Na história da era aberta, Guga é o 13º jogador com mais tempo no posto de número 1 do mundo no ranking de simples.
Como se diz, mais difícil do que chegar no topo, se manter lá é ainda mais complicado. E Guga mostrou ao longo de 2001 porque era o melhor tenista da temporada. Depois de iniciar o ano no posto de número 1, ele caiu para o segundo lugar após a campanha no Aberto da Austrália, quando caiu na segunda fase. Enquanto isso, Marat Safin foi às oitavas de final e, com isso, assumiu o topo do ranking. Porém, logo veio a temporada do saibro e o Manezinho voltou a brilhar. Levou os títulos dos ATPs de Buenos Aires e Acapulco, conquistou o Masters 1000 de Monte Carlo e foi à decisão em Roma. Em seguida, veio o tri em Roland Garros para coroar um ano de sonho, que ainda teria os troféus em Stuttgart e Cincinnati, este último em quadra rápida.
Porém, as dores no quadril começaram a se tornar ainda mais frequentes e prejudicaram a reta final da temporada, com derrotas logo no início de torneios como nos Masters de Stuttgart e Paris. Ao mesmo tempo, Lleyton Hewitt, então com 20 anos, fazia uma temporada muito consistente e começou a encostar no ranking após o título do US Open, em setembro, ao derrotar Pete Sampras na decisão. 
E, onde tudo começou, foi também o último ato de Guga como número 1. Na Masters Cup, desta vez disputada em Sydney, o brasileiro caiu logo na fase de grupos, com três derrotas. Enquanto isso, o australiano, jogando em casa, venceu todos os seus jogos, conquistou o título, e assumiu o topo do ranking, no dia 18 de novembro de 2001. Ao longo do ano, foram 43 semanas no topo, tempo suficiente para que Gustavo Kuerten se tornasse ainda mais um ídolo nacional e influenciasse uma geração de tenistas no Brasil.
Nesta sexta-feira, às 10h (horário de Brasília), o GloboEsporte.com transmite a final da Masters Cup de 2000, entre Agassi e Guga. Não perca!
REINADO NO SAIBRO
Com a história no tênis calcada nos pisos de saibro, onde conquistou seus três Grand Slams na carreira, em Roland Garros, Guga se tornou também um dos principais jogadores nesse tipo de quadra. Com 14 títulos no currículo, ele é o 13° maior campeão em saibro na história do tênis, à frente de gigantes como Roger Federer e Novak Djokovic, com 11 conquistas cada um. Apesar de ser chamado de "Rei do Saibro" pelos fãs do tênis, Rafael Nadal ainda precisa de dois títulos para alcançar o argentino Guillermo Villas, maior vencedor no saibro, com 49 títulos.
Gustavo Kuerten x Marat Safin Roland Garros 1998 (Foto: PATRICK KOVARIK / AFP)Em 2001, Guga brigou com Marat Safin pelo posto de número 1 do mundo (Foto: PATRICK KOVARIK / AFP)
Prova do reinado de Guga no saibro foi justamente a sua campanha em 2001. Foram sete torneios disputados no piso em que o brasileiro mais obteve sucesso em sua carreira com cinco títulos e um vice-campeonato. Apenas no Masters 1000 de Hamburgo, ele falhou em ir à decisão, caindo logo na estreia para Max Mirnyi.
O brasileiro impressionava com seu poder de decisão. Foram apenas quatro vice-campeonatos no saibro em toda a carreira. Campeão três vezes em Roland Garros, Guga entrou para um rol seleto de tenistas. Apenas cinco, em toda a história do esporte, venceram o torneio por pelo menos três vezes: Rafael Nadal, Mats Wilander, Ivan Lendl, Bjorn Borg e... Gustavo Kuerten.
Com 259 jogos oficiais no saibro, Guga soma 181 vitórias, com um aproveitamento de 70%. Para efeito de comparação, o índice ainda fica longe de Rafael Nadal, que anotou 344 triunfos em 374 partidas no piso de terra batida, com 92% de aproveitamento.
O NÚMERO 13
INFO - números carreira Gustavo Kuerten Guga tênis (Foto: Editoria de Arte)
Apesar de não ter uma superstição ligada ao "13" como Zagallo ou Loco Abreu, o ídolo do tênis tem uma história interessante com o número. Como visto anteriormente, Guga é 13º tenista com mais semanas como número 1 do mundo, além de ter sido o 13º maior campeão no saibro. Outro dado interessante é que Guga conquistou títulos em 13 países diferentes. Curiosamente, não foi o Brasil onde ele colecionou mais títulos, com apenas duas conquistas, ambas na Costa do Sauípe. Foi na França, com os três títulos de Roland Garros, onde o catarinense somou mais títulos, empatado com a Alemanha, onde ele triunfou nos ATPs de Hamburgo e Stuttgart, duas vezes. 
Outro ponto forte do brasileiro era o saque. Conhecido por sua técnica aliado a uma boa potência no momento de colocar a bola em jogo, Gustavo Kuerten tem um excelente aproveitamento de aces ao longo de sua carreira. No total, foram 4.320, o que significa uma média de 7,8 por jogo. A média é superior, por exemplo, a de Roger Federer. O suíço é o terceiro jogador com mais aces na história, com 9.488. Porém, sua média é de 7,6.
Além das vitórias e títulos, Gustavo Kuerten ainda ganhou diversos prêmios no Brasil. Em 1999, 2000 e 2001, o catarinense foi eleito o melhor atleta do país.
No total, em sua carreira, Guga atuou em 553 partidas. Foram 358 vitórias e 195 derrotas, com um aproveitamento de 65%. Além disso, ele faturou um total de US$14.807.000,00 em premiações por suas participações em torneios de simples e duplas, segundo o site da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP).  A última partida oficial de sua carreira aconteceu no dia 26 de maio de 2008, aos 31 anos, quando foi derrotado na estreia de Roland Garros para o francês Paul-Henri Mathieu por 3 sets a 0.

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