terça-feira, 23 de agosto de 2016

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Após campanha decepcionante na Rio 2016, Rubén Magnano deixa a seleção

Contrato do argentino não será renovado e anúncio do novo treinador ainda não tem data para ser feito. Técnico do Flamengo, José Neto é o favorito para assumir o cargo

Por Rio de Janeiro



Rúben Magnano não acredita na derrota brasileira (Foto: Elsa/GettyImages)Eliminação precoce pesou na saída de Rubén Magnano da seleção brasileira (Foto: Elsa/GettyImages)
Rubén Magnano não é mais o técnico da seleção brasileira masculina de basquete. O treinador não resistiu à decepcionante eliminação do Brasil ainda na primeira fase da Olimpíadae não terá seu contrato, que termina dia 31 de agosto, renovado. A saída do comandante argentino foi sacramentada durante uma reunião com o diretor de seleções da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Vanderlei Mazzuchini, segunda-feira à noite, no Rio de Janeiro. 
O dirigente ainda não definiu quem será o substituto do argentino. Assistente de Rubén Magnano na seleção brasileira nos últimos seis anos, o técnico do Flamengo, José Neto, é o favorito para assumir o cargo e comandar a transição visando os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. 
No entanto, o anúncio ainda não tem data prevista para acontecer e poderá ser feito só após as eleições na CBB, marcadas para março de 2017. Responsável pela escolha do novo treinador, Vanderlei agradeceu os serviços prestados por Magnano, elogiou o trabalho realizado pelo comandante argentino, pediu calma e deu a entender que seu substituto será brasileiro.
- Estou muito gradecido por tudo que o Magnano fez, ele deu uma contribuição enorme para o basquete brasileiro. Jogamos de igual de igual com todo mundo, temos uma seleção competitiva, o que não é pouco coisa, e é muito por mérito dele. Um profissional que contribuiu demais, mas é óbvio que em todo trabalho a performance é importante e infelizmente o resultado não veio. O contrato dele acaba agora e não vamos renová-lo. Mas vamos fazer isso com calma e sem pressa. O calendário nos favorece, pois só teremos competição no segundo semestre do ano que vem, que são os prés-mundiais, e além disso teremos uma eleição em março, onde tudo pode mudar, por isso temos que ter bastante cuidado. Outro legado que ele deixou foi que hoje nós temos treinadores brasileiros com capacidade para assumir a seleção - afirmou o diretor de seleções da CBB.  
A expectativa na Olimpíada do Rio de Janeiro era enorme. Não só pelas boas campanhas nos Jogos de Londres e no Mundial da Espanha, mas, principalmente, por jogar em casa e contar com quase todos os principais jogadores do país. No grupo da morte, o caminho rumo às quartas era complicado diante de quatro pedreiras e um azarão. Depois de perder na estreia para a Lituânia, os brasileiros se recuperaram e venceram a poderosa Espanha, atual campeã europeia. Mas as duas derrotas seguintes, diante de Croácia e Argentina, a segunda depois de ter o jogo na mão por duas vezes, foram determinantes para a queda do treinador. A despedida, mesmo vitoriosa diante dos nigerianos na última rodada, quando o Brasil ainda dependia de outro resultados para avançar às quartas de final, acabou sendo melancólica. 
APÓS CHEGADA EM 2010, VAGA PARA LONDRES FOI O ÁPICE

Campeão olímpico nos Jogos de Atenas, em 2004, com a Argentina, Rubén Magnano desembarcou no Brasil em 2010 para substituir outro estrangeiro, o espanhol Moncho Monsalve. A primeira competição do treinador à frente da seleção foi no Campeonato Mundial da Turquia, quando o Brasil acabou eliminado pelos argentinos nas oitavas de final e terminou apenas na nona colocação.
No ano seguinte, Magnano viveu seu grande momento à frente da seleção. Mesmo sem contar com alguns jogadores que atuavam na NBA, à época, casos de Leandrinho, Anderson Varejão e Nenê, o treinador argentino levou o Brasil de volta a uma Olimpíada após 16 anos sem participar dos Jogos, ao conquistar o vice-campeonato no Pré-Olímpico de Mar del Plata, na Argentina. A última participação do basquete masculino havia sido em Atlanta-1996.
Nos Jogos de Londres, em 2012, com cinco vitórias e apenas duas derrotas, o Brasil ficou na quinta colocação e recuperou o respeito no cenário internacional. Magnano ainda comandou o país nos dois últimos Jogos Pan-Americanos, em Guadalajara, em 2011, quando ficou em quinto, e Toronto, no ano passado, quando levou o ouro; na trágica participação na Copa América de 2013, quando a equipe, sem nenhum jogador da NBA, perdeu todos os jogos e terminou a competição que garantia quatro vagas para o Mundial da Espanha do ano seguinte em último; e no próprio Mundial, quando o Brasil foi convidado pela Fiba e caiu nas quartas para a Sérvia, terminando a competição em sexto. 
Tecnico Ruben Magnano comemora ponto do Brasil contra a Nigeria (Foto: Reuters)A seleção de Rubén Magnano só venceu Nigéria e Espanha no grupo da morte da Olimpíada do Rio (Foto: Reuters)

Apesar de contar com uma das gerações mais talentosas do basquete brasileiro, o treinador, que inúmeras vezes não contou com os jogadores que atuavam em times da NBA, não conquistou nenhum título relevante no cenário internacional. Na Olimpíada do Rio, além de Tiago Splitter, machucado, o argentino não pôde convocar Lucas Bebê e Bruno Caboclo, do Toronto Raptors, que pediram dispensa. Prática adotada por vários atletas ao longo de sua gestão. 
Cristiano Felício, pivô do Chicago Bulls, por exemplo, foi convocado para os Jogos a pouco mais de uma semana da estreia diante da Lituânia, somente após Anderson Varejão também ter pedido dispensa com uma hérnia de disco lombar.

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